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82% das espécies exclusivas da Mata Atlântica estão em extinção

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Quando se fala em extinção em massa, logo nos vem à cabeça uma situação caótica e apocalíptica. Contudo, ela pode acontecer de maneira gradual e quase imperceptível. É justamente isso que a atividade humana está fazendo com várias espécies de plantas e animais.

Seja por conta da perda de habitat, pesca excessiva e caça furtiva, ou pelo aquecimento global e pela poluição, a realidade é que as espécies estão morrendo mais rápido do que se pode compreender. Justamente por isso que combater essa extinção de espécies da fauna e da flora é um grande desafio no mudo todo.

As consequências dela vão além da perda de biodiversidade. Isso porque a diminuição no número de espécies tem um impacto direto na vida dos humanos, fazendo com que o risco de pandemias aumente, afetando a bioeconomia, o fornecimento de biomateriais e o desenvolvimento de medicamentos.

Recentemente, um estudo fez uma Lista Vermelha de Espécies ameaçadas na Mata Atlântica e mostrou que 82% das que são exclusivas desse bioma estão correndo risco de extinção.

Extinção na Mata Atlântica

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Essas Listas Vermelhas das Espécies servem como um primeiro passo no combate à extinção. Até porque, antes de tomar qualquer ação é necessário saber onde as espécies ameaçadas estão.

O estudo mais recente que fez a Lista Vermelha da Mata Atlântica incluiu praticamente cinco mil espécies de árvores ameaçadas nesse bioma. De acordo com Renato Lima, professor da Universidade de São Paulo (USP) que liderou o estudo, a maior parte das espécies da Mata Atlântica foi classificada em alguma das categorias de ameaça estipuladas pela União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN).

Por mais que essa já fosse uma realidade esperada por conta do desmatamento do bioma, Lima disse que ele e sua equipe se assustaram ao ver que mais de duas mil espécies exclusivas da Mata Atlântica corriam risco de extinção, o que representa aproximadamente 82% delas.

Dentre as espécies ameaçadas estão: o pau-brasil, araucária, palmito-juçara, jequitibá-rosa, jacarandá-da-bahia, braúna, cabreúva, canela-sassafrás, imbuia, angico e peroba.

De acordo com o estudo, 13 espécies endêmicas, ou seja, exclusivas, da Mata Atlântica provavelmente já estão extintas. Contudo, outras cinco que eram tidas como extintas foram redescobertas.

E agora?

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Segundo Marinez Siqueira e Eduardo Fernandez, do Centro Nacional de Conservação da Flora, órgão do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro responsável pela elaboração da Lista Vermelha Oficial da Flora do Brasil, eles usarão o estudo feito de uma maneira sistematizada a partir desse ano para fazer a análise das espécies da Mata Atlântica e o risco de extinção.

Outro ponto destacado por eles é que o grande banco de dados dá dados de exemplares que antes eram negligenciados na avaliação de risco. Contudo, agora eles irão poder trabalhar para que esse cenário seja revertido.

Características

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Por mais que os animais e as plantas sejam muito diferentes entre si, o risco de extinção é uma coisa em comum de todos eles, tanto é que um novo estudo feito pelo ecologista conservacionista Haydee Hernandez-Yanez e dois colegas do Alexander Center for Applied Population Biology, no Lincoln Park Zoo, em Chicago, conseguiu identificar traços comuns entre plantas, pássaros e mamíferos com risco de extinção.

“Certas combinações de traços de história de vida e taxas demográficas podem tornar uma população mais propensa à extinção do que outras”, explicou Hernandez-Yanez.

No estudo, Hernandez-Yanez e sua equipe reuniram dados a respeito das taxas de crescimento, expectativa de vida e reprodução de 159 espécies de plantas herbáceas, árvores, mamíferos e pássaros, além de também terem verificado o status de ameaça mais atual na Lista Vermelha da IUCN, que é o principal e maior registro de espécies ameaçadas.

“Apesar de nossa amostra relativamente pequena de espécies, descobrimos que espécies com certos padrões demográficos correm mais risco de extinção do que outras, e que os preditores importantes diferem entre os grupos taxonômicos”, escreveram os pesquisadores.

“Por exemplo, os mamíferos que têm tempos de geração mais longos correm maior risco de extinção. Talvez porque quanto mais tempo as espécies levam para amadurecer e se reproduzir, mais difícil é para elas se adaptarem às rápidas mudanças ambientais. E especialmente se os animais se reproduzem apenas uma vez em sua vida. Enquanto isso, pássaros que se reproduzem com frequência e crescem rápido, de filhotes a adultos maduros, são mais vulneráveis ​​à extinção, o que foi um tanto inesperado. Porque você pode pensar que produzir muitos filhotes aumenta as chances de sobrevivência de uma espécie”, explicaram os pesquisadores.

Na semelhança entre as espécies de plantas, as herbáceas perenes de caule macio, que são do tipo que morrem antes do inverno e florescem na primavera e no verão, têm mais probabilidade de perecer se amadurecerem cedo e tiverem altas taxas de sobrevivência como mudas juvenis. Mas não se observou padrões para as árvores lenhosas ameaçadas de extinção.

Fonte: Olhar digital, Science Alert

Imagens: Olhar digital

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