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Extinção de animais gigantes afetou evolução, diz estudo

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Quando se fala em extinção em massa, logo nos vem à cabeça uma situação caótica e apocalíptica. Contudo, nem todas aconteceram assim. Inclusive, estamos passando por uma que está tendo seu processo bem gradativamente. No entanto, de acordo com um estudo feito pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a extinção em massa de mamíferos gigantes, de 50 a 10 mil anos atrás, diminuiu a interação entre espécies diferentes. Como resultado, vestígios foram deixados no processo de evolução.

Depois que esses mega animais desapareceram, as sementes de plantas e animais carnívoros diminuíram o seu tamanho para que pudessem se adaptar ao mundo sem uma mega fauna que dispersava as sementes e servia como alimentação para os grandes predadores.

Outro ponto levantado foi que muitas plantas que anteriormente eram consumidas pelos herbívoros enormes passaram a ser controladas pelo fogo.

Estudo

eCycle

Nessa extinção que o estudo se refere entram animais como mamutes, preguiças-gigantes e outros mamíferos grandes que viveram entre 2,5 milhões e 11,7 mil anos atrás.

“A partir do momento em que a megafauna sumiu, as sementes grandes não tinham mais capacidade de serem dispersas para longe da planta, o que diminuiu suas chances de germinação”, disse Mathias Mistretta Pires, autor do estudo.

Por conta disso é possível que os animais menores tenham começado a selecionar as sementes menores. Isso fez com que as de tamanho reduzido tivessem mais chances no processo evolutivo das espécies.

Uma coisa parecida também teria acontecido com grandes predadores carnívoros, como por exemplo, os felinos com dentes de sabre e leões-das-cavernas, porque sem suas presas gigantes eles acabaram entrando em extinção. Enquanto isso, os predadores que tinham presas menores conseguiram sobreviver, como no caso da onça-pintada e onça-parda.

Extinção

Olhar digital

Como mostrado nesse estudo, a extinção dos grandes predadores moldou a evolução. Contudo, isso não quer dizer que os animais pequenos também não sejam extintos. Tanto é que, atualmente, o sumiço de várias espécies é uma grande preocupação.

Como cada vez mais espécies enfrentam o risco de sumir para sempre, vários estudos são feitos para identificar alguma coisa que possa ajudar a reverter ou, pelo menos, amenizar essa situação.

Exemplo disso é esse estudo feito pelo ecologista conservacionista Haydee Hernandez-Yanez e dois colegas do Alexander Center for Applied Population Biology, no Lincoln Park Zoo, em Chicago, que conseguiu identificar traços comuns entre plantas, pássaros e mamíferos com risco de extinção.

“Certas combinações de traços de história de vida e taxas demográficas podem tornar uma população mais propensa à extinção do que outras”, explicou Hernandez-Yanez.

No entanto, como eles dizem, até recentemente existiam poucos estudos que testavam as previsões do que faz com que uma espécie seja mais vulnerável do que outra, em vários grupos taxonômicos, usando dados do mundo real em escala global.

Por exemplo, os padrões e o tempo de sobrevivência, crescimento e reprodução são fatores que determinam se as populações de plantas e animais podem resistir ou se adaptar a um ataque de mudanças climáticas.

No estudo, Hernandez-Yanez e sua equipe reuniram dados a respeito das taxas de crescimento, expectativa de vida e reprodução de 159 espécies de plantas herbáceas, árvores, mamíferos e pássaros, além de também terem verificado o status de ameaça mais atual na Lista Vermelha da IUCN, que é o principal e maior registro de espécies ameaçadas.

“Apesar de nossa amostra relativamente pequena de espécies, descobrimos que espécies com certos padrões demográficos correm mais risco de extinção do que outras, e que os preditores importantes diferem entre os grupos taxonômicos”, escreveram os pesquisadores.

“Por exemplo, os mamíferos que têm tempos de geração mais longos correm maior risco de extinção. Talvez porque quanto mais tempo as espécies levam para amadurecer e se reproduzir, mais difícil é para elas se adaptarem às rápidas mudanças ambientais. E especialmente se os animais se reproduzem apenas uma vez em sua vida. Enquanto isso, pássaros que se reproduzem com frequência e crescem rápido, de filhotes a adultos maduros, são mais vulneráveis ​​à extinção, o que foi um tanto inesperado. Porque você pode pensar que produzir muitos filhotes aumenta as chances de sobrevivência de uma espécie”, explicaram os pesquisadores.

Observações

CNN

Na semelhança entre as espécies e plantas, as herbáceas perenes de caule macio, que são do tipo que morrem antes do inverno e florescem na primavera e no verão, têm mais probabilidade de perecer se amadurecerem cedo e tiverem altas taxas de sobrevivência como mudas juvenis. Mas não se observou padrões para as árvores lenhosas ameaçadas de extinção.

Essas descobertas vão de encontro às feitas por um outro estudo que prevê o risco de extinção. Esse estudo observou que espécies que estão no topo e têm populações esparsas ou pequenas áreas geográficas são as mais vulneráveis.

Entretanto, esses estudos se limitam ao que a Lista Vermelha da IUCN captura, o que representa somente uma fração de todas as espécies ameaçadas, além de ela também ser inclinada para aves e mamíferos.

“A maioria dessas extinções não é registrada, então, nem sabemos quais espécies estamos perdendo. A perda é incalculável”, escreveram os ecologistas conservacionistas Elizabeth Boakes e David Redding, em um estudo de 2018.

Tudo isso quer dizer que, mesmo que os cientistas tentem, provavelmente todo o estudo estará subestimando a verdadeira extensão da perda de biodiversidade e do risco de extinção das espécies.

Mesmo sabendo disso, Hernandez-Yanez e seus colegas esperam que ter uma compreensão melhor de quais são as características que colocam plantas e animais em maior risco de extinção possa ajudar nos esforços de conservação.

Fonte: CNN, Science Alert

Imagens: eCycle, Olhar digital, CNN

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