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A fábrica de clonagem de cachorros

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Ter cachorros como companheiros de vida é um privilégio, verdadeiramente. Eles são amorosos, presentes, brincalhões, pacientes e muito mais, tornando-se essenciais para muitos tutores. No entanto, infelizmente, um cachorro não vive o mesmo tanto que um humano, então, com todo esse amor, vem também um luto arrebatador, a não ser que você opte pela clonagem.

O nascimento de um bebê é um processo que já conhecemos. No caso de uma cesariana, o cirurgião, cercado por ajudantes, faz uma incisão no abdómen da grávida, que está sob efeito de sedativos. Então, ele enfia alguns dedos até que a mão ganha acesso ao útero, entrando em contato com o bebê.

Em seguida, ele puxa o bebê, mostrando primeiro a cabeça e depois o corpinho. A equipe de ajudantes limpa a boca do bebê para que ele possa respirar, o médico corta o cordão umbilical e inicia o processo para fechar a incisão. Nessa hora, geralmente, uma pessoa pergunta à mãe qual é o nome do bebê, mas, nesse caso, ele não tem um nome. Ele tem número, porque é um clone.

Fábrica de clones

Isso não se trata de um filme de ficção científica ambientada no planeta Terra no ano 3401. Trata-se da realidade e está acontecendo agora em Seul, na Coreia do Sul. Porém, não precisa ficar preocupado com esses bebês sem nome, eles não são humanos: são cachorros. Especificamente, são cachorros da raça avcharka asiático.

Ele nasce muito pequeno, sujo e sua pelagem tem manchas brancas e pretas, o que lembra uma vaca. Seus olhos ainda nem se abriram e seu choro é fraco. O cirurgião que realizou a operação é Hwang Woo-suk. Enquanto ele coloca um microfone que estava em sua roupa perto do filhote para que os estudantes possam escutar seu leve choro, sua equipe de ajudantes costuram a barriga da mãe.

Porém, ela não se parece com o filhote que acabou de nascer. Isso porque ela tem pelos amarelos e um jeito de labrador, especialmente criada para gestar bebês frutos da clonagem.

“Ela é uma mistura de raças”, explica o pesquisador Jae Woong Wang. Ele trabalha com Hwang na Sooam Biotech Research, a primeira empresa do mundo especializada em clonar cachorros. “Nós selecionamos as mães para que sejam dóceis e gentis”, explica.

Clonagem

A clonagem, por mais que seja surpreendente, não é novidade. Afinal, faz mais de 20 anos que o mundo conheceu a ovelha Dolly, o primeiro mamífero clonado a partir de uma célula adulta. Na época, a mídia questionou bastante sobre o futuro da clonagem. A revista Time colocou duas ovelhas na capa, com a manchete: “Algum dia haverá um clone seu?”.

Ao mesmo tempo, o filme Jurassic Park assustou o público com a ideia de que o processo de duplicação de seres vivos possa resultar na clonagem de seres perigosos que possam eventualmente atacar os humanos. No entanto, ao longo dos anos, a clonagem foi se apagando da imaginação coletiva como algo assustador, fora da realidade.

Hoje, numa era de edição genética, biologia sintética e inteligência artificial, o medo da clonagem chega a parecer inocente. Então, em 2018, a cantora e atriz estadunidense Barbra Streisand fez uma revelação. Em entrevista, ela disse que uma de suas cadelas da raça coton de tulear, Miss Violet e Miss Scarlett, são clones de Samantha, uma cadela que ela amava muito e que faleceu em 2017.

Assim sendo, ela explicou que elas foram clonadas pela ViaGen Pets, empresa do Texas que cobrava US$ 50 mil pelo serviço. Como resultado da revelação, defensores de animais ficaram furiosos e Streisand publicou um artigo no New York Times se explicando.

“Fiquei arrasada com a perda da Sammie, depois de 14 anos juntas, e queria mantê-la junto comigo, de alguma forma. Foi mais fácil me despedir sabendo que eu poderia manter uma parte dela viva, algo que veio do seu DNA”.

Coreia do Sul

Hwang, o cirurgião responsável pela clonagem de cachorros, no entanto, já se envolveu em polêmicas. Uma vez considerado herói nacional por conseguir clonar um embrião humano, logo foi provado que tudo era fraude e que ele pagou mulheres pelos seus óvulos. Após pedir desculpas publicamente, ele foi condenado a dois anos de prisão, mas teve sua pena suspensa.

Então, Hwang fundou a Sooam Research para continuar suas pesquisas, agora em animais. O procedimento começa com um óvulo de uma cachorra doadora. Usando um microscópio de alta potência, os cientistas fazem um microfuro no óvulo e retiram o núcleo, substituindo-o pela célula do cachorro que está sendo clonado. Por fim, o óvulo recebe uma descarga elétrica que funde os componentes e inicia a divisão celular. Caso tudo dê certo, o filhote nasce em 60 dias, aproximadamente.

Para ter seu cachorro clonado, é necessário pagar US$ 100 mil, um valor que mais de 1.000 pessoas já pagaram.

Fonte: Superinteressante

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