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Erros científicos dos filmes “Jurassic Park” e “Jurassic World”

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No ano de 1993 foi lançado o filme Jurassic Park. A obra fez tanto sucesso que o cineasta Steven Spielberg lançou mais cinco filmes desse universo, O Mundo Perdido de Jurassic Park (1997), Jurassic Park III (2001), Jurassic World (2015), Jurassic World: Reino Ameaçado (2018) e Jurassic World: Domínio (2022).

Um vídeo com os primeiros 5 minutos de Jurassic World: Domínio, que está em cartaz nos cinemas no Brasil, foi lançado no YouTube para divulgar o longa e coloca os telespectadores em um universo em que os dreadnoughtus, quetzalcoatlos e anquilossauros dominam à Terra.

Em seu clímax, o teaser mostra uma batalha titânica: o Tiranossauro rex, estrela da saga até agora, enfrentando o giganotossauro, uma fera de 4 metros de altura e 6 toneladas. Porém, apesar de a computação gráfica ser impressionante, os paleontólogos lembram que as imagens no cinema é ficção com um pouco de ciência.

“Os filmes de Jurassic Park não são documentários”, afirma Jack Horner, o renomado paleontólogo americano que foi consultor de Steven Spielberg durante a produção de Jurassic Park e O Mundo Perdido de Jurassic Park.

Veja abaixo alguns dos erros científicos que os filmes da saga Jurassic Park tiveram.

O T. rex e o giganotossauro nunca conviveram

Foto: Universal Studios/ Amblin Entertainment

Para começar, a luta selvagem entre o tiranossauro e o giganotossauro nunca poderia ter acontecido no mundo real devido a diversos fatores, segundo o paleontólogo amador e escritor Riley Black à BBC News Mundo. 

Black foi consultor na produção de Jurassic World, o quarto filme da saga.

“Esses dinossauros não apenas viveram a milhões de anos de distância um do outro, mas também viveram continentes diferentes”, explica Black à BBC.

Apesar de os dois dinossauros terem vivido no período Cretáceo, a diferença é de milhões de anos. O Tiranossauro rex viveu no final do período, cerca de 68 milhões de anos atrás, na atual América do Norte. Já o giganotossauro viveu há 99 milhões de anos no que hoje é a América do Sul.

Além desses, outros animais vistos no prólogo do filme viveram em períodos e locais diferentes do que é apresentado na obra. Por exemplo, o iguanodonte, que aparece pela primeira vez na franquia, viveu há cerca de 120 milhões de anos no que hoje é a Europa.  Já o nasutoceratops viveu há aproximadamente 76 milhões de anos na América.

“E também existe o desejo de Hollywood de ter os monstros lutando entre si”, apontou Black. O especialista ainda explicou que na vida real provavelmente não havia esse tipo de luta entre grandes predadores.

Os velociraptors (e outros dinossauros) tinham penas

Foto: Fred Wierum/ Creative Commons

“O velociraptor no primeiro filme foi um erro desde o início, porque no romance de Michael Crichton (que inspirou o longa) o animal chamado ‘velociraptor’ foi inspirado em um outro bicho descrito no livro Predatory Dinosaurs of the World (dinossauros predadores do mundo)”, aponta Black.

O deinonychus é relatado no livro como um dinossauro de tamanho equivalente ao de um humano que caçava em bandos. Na obra, Crichton nomeou um animal dessa espécie como “velociraptor”.

Os fósseis revelam que as espécies do gênero velociraptor eram animais pequenos, não maiores que um peru e que tinham penas.

Faltam cores

Foto: Universal Studios/ Amblin Entertainment

Horner disse durante a entrevista à BBC News Mundo que “não sabe por que foi contratado como consultor científico” para Jurassic Park. Isso porque no fim, Spielberg fez o que quis para aumentar o entretenimento.

“Foi interessante que eles tenham me chamado, porque não seguiram meus conselhos”, brincou. “Mas acho que eles queriam um pouco de credibilidade e queriam que alguém desse um ok para algumas coisas.”

Uma das decisões com a qual Horner não concordava era a cor dos animais.

“Minha sensação é que [os dinossauros] eram muito mais coloridos do que nós imaginamos. Seus descendentes, os pássaros, costumam ser muito coloridos. Não vejo por que não dar a alguns deles também cores vivas”, aponta. “Steven não queria fazer isso, ele disse que dinossauros coloridos não eram assustadores o suficiente.”

No entanto, Horner reconheceu que muitas coisas mostrada no filme original foram baseadas na ciência disponível no início dos anos 1990.

“No início dos anos 1990, não sabíamos se poderíamos obter DNA de amostras fossilizadas, e havia pessoas tentando obter DNA de insetos fossilizados. Isso é o que estava no livro de Michael Crichton e isso é o que a ciência estava fazendo na época.”

Os acertos

Foto: Getty Images/ BBC

David Hone, paleontólogo da Queen Mary University de Londres, afirmou à BBC News Mundo que apesar de tudo, é possível notar que algumas partes do filme são baseadas em evidências científicas.

“O exemplo que sempre dou é o estegossauro. Em O Mundo Perdido de Jurassic Park (conhecido como Jurassic Park 2) existe uma sequência com três estegossauros, dois adultos e um bebê”, explica.

“Embora eles sejam um pouco grandes comparado ao que eram na realidade, eles são maravilhosos. Tem alguns detalhes discutíveis, mas em geral são excelentes”.

Horne também credita o filme por conseguir popularizar certas espécies e ampliar o interesse pelo tema.

“O tiranossauro é o único dinossauro que as pessoas tendem a se lembrar. Passei um tempo na China, onde as pessoas adoram dinossauros. É possível achar que o T. rex não seria conhecido lá, porque é um animal que viveu na América do Norte. Mas as crianças na China amam o tiranossauro.”

Os três paleontólogos concordam que apesar de haver um pouco de ciência, é importante considerar que Jurassic Park é entretenimento.

“[Crichton] tinha um monte de coisas realistas [no romance] e Steven usou muito disso. Michael estava escrevendo um livro divertido e Steven estava tentando fazer um filme divertido. Não era para ser um documentário”, diz Jack Horner. “E eles acertaram o que queriam alcançar, certo?”

Fonte: BBC

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