Entretenimento

A história das guerreiras Agojie, comandadas por Viola Davis em ‘A Mulher Rei’

0

O filme protagonizado por Viola Davis, “A Mulher Rei”, chegou aos cinemas já fazendo sucesso. Nele, acompanhamos a história das mulheres guerreiras Agojie, ou Ahosi, Mino, Minon e até Amazonas. Então, surge a pergunta: será que elas realmente existiram?

O reino do Daomé, na África Ocidental, teve seu auge na década de 1840, quando o exército era composto por 6 mil mulheres conhecidas por sua bravura. A força, conhecida como Agojie, invadiu aldeias durante a noite, fez prisioneiros e decepou cabeças, usadas como troféus de guerra, garantindo, assim, a sobrevivência de seu povo.

Assim, essas guerreiras ficaram conhecidas pelos europeus como “Amazonas”, uma referência às mulheres do mito grego. Desse modo, “A Mulher Rei” traz Viola Davis como uma líder fictícia das Agojie. Com direção de Gina Price-Bythewood, o filme se passa enquanto o conflito engole a região e colonizadores europeus se aproximam.

Como escreve Rebecca Keegan, do Hollywood Reporter, “The Woman King” é “o produto de mil batalhas” travadas por Davis e Prince-Bythewood, que falaram sobre os obstáculos que a equipe de produção enfrentou ao lançar um épico histórico centrado em fortes mulheres negras.

“A parte do filme que amamos também é a parte do filme que é aterrorizante para Hollywood, ou seja, é diferente, é nova”, diz Viola a Rebecca Keegan, do Hollywood Reporter. “Nem sempre queremos diferente ou novo, a menos que você tenha uma grande estrela ligada a isso, uma grande estrela masculina. … [Hollywood] gosta quando as mulheres são bonitas e loiras ou quase bonitas e loiras. Todas essas mulheres são escuras. E elas estão batendo… em homens. Então lá vai”.

Adojie

agojie

Reprodução

As guerreiras realmente existiram, mas o filme conta com bastante liberdade poética. Os traços gerais do filme são historicamente precisos, mas a maioria dos personagens são, de fato, fictícios. Isso inclui Nanisca de Viola Davis e Nawi de Thuso Mbedu, uma jovem guerreira em treinamento.

Assim, a exceção disso é Rei Ghezo, interpretado por John Boyega. De acordo com Lynne Ellsworth Larsen, uma historiadora de arquitetura que estuda a dinâmica de gênero no Daomé, Ghezo, que reinou de 1818 a 1858, e seu filho Glele, que reinou de 1858 a 1889, presidiram o que é considerado “a idade de ouro da história do Daomé”, essa era de prosperidade econômica, assim como força política.

O filme começa em 1823, com um ataque de sucesso das Agojie, que libertam homens que seriam destinados à escravização no Império Oyo, um estado poderoso iorubá, ocupado pelo sudoeste da Nigéria. Dessa forma, uma trama acompanha o repúdio de Nanisca ao comércio de escravos. Isso principalmente porque ela experimentou tais horrores pessoalmente, instigando Ghezo a encerrar o relacionamento de Dahomey e os traficantes de escravos portugueses, mudando para a produção de óleo de palma como principal exportação do reino.

Na vida real, Ghezo libertou Dahomey de seu status tributário em 1923. Porém, o envolvimento do reino no comércio de escravos continuou até 1852, depois de anos de pressão do governo britânico, que já havia abolido a escravidão em suas colônias, em 1833, embora as razões não tenham sido totalmente altruístas.

Quem eram as guerreiras?

A primeira menção das guerreiras data de 1729, mas o exército pode ter se formado mais cedo, no início do Daomé, quando o rei Huegbadja, que reinou por volta de 1645 a 1685, criou um grupo de mulheres caçadoras de elefantes.

Assim, as Agojie atingiram seu ápice no século 19, sob o reinado de Ghezo, que incorporou o grupo ao exército. Por conta da queda da população masculina, resultado das guerras em curso no reino, abriu-se espaço para as guerreiras nos campos de batalha.

“Mais talvez do que qualquer outro estado africano, Dahomey foi dedicado à guerra e ao saque de escravos”, escreveu Stanley B. Alpern em “Amazons of Black Sparta: The Women Warriors of Dahomey“, o primeiro estudo completo em língua inglesa das Agojie . “Também pode ter sido o mais totalitário, com o rei controlando e arregimentando praticamente todos os aspectos da vida social.”

As Agojie incluíram tanto voluntárias quanto recrutas forçadas, algumas capturadas com 10 anos. Todas as mulheres guerreiras eram consideradas ahosi, ou esposas do rei. Eles viviam no palácio ao lado do rei e suas esposas, habitando o espaço dominado por mulheres. No entanto, normalmente não compartilhavam sua cama e nem geravam seus filhos, sendo consideradas “esposas de terceira classe”.

Casadas com o rei, foram impedidas de terem relações com outros homens, embora o grau de celibato seja debatido. Seu status permitia que as guerreiras tivessem acesso a tabaco e álcool, além de servos escravizados. Para integrar ao grupo, as mulheres passavam por treinamento intensivo, incluindo exercícios com o objetivo de remover resistência ao derramamento de sangue.

Por exemplo, em 1889, o oficial da marinha francesa Jean Bayol testemunhou uma adolescente chamada Nanisca, que não havia matado ninguém até então, decaptar um prisioneiro condenado com facilidade, espremendo e engolindo o sangue de sua espada. De fato, essas guerreiras são elementos interessantes da história.

Fonte: Hypeness

Graças a olho biônico, homem cego enxerga sua esposa pela primeira vez em uma década

Artigo anterior

Homem se arrepende de ganhar milhões na loteria na Índia

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido