A história de Lampião e Maria Bonita

Lampião e Maria Bonita são nomes que todos os brasileiros conhecem. Eles formaram um dos casais mais famosos da história do Brasil, sendo líderes de um dos maiores movimentos que já aconteceram: o cangaço.

Isso não foi por acaso, já que eles faziam parte do bando mais importante do cangaço e viajavam pelas diferentes regiões do nordeste brasileiro. Em suas passadas pelos locais, praticavam o banditismo.

O relacionamento de Lampião e Maria Bonita foi um ponto divisor do cangaço e fez parte da história de forma fundamental. Isso porque com Maria Bonita no grupo, agora não eram só homens integrantes dele.

Como não era permitido ter uma mulher no bando, sua presença acarretou em um aumento de mulheres participantes do cangaço, por mais que não tenha sido tão expressivo.

Quer saber mais sobre esse casal? Veja abaixo!

Domínio Público

O cupido de Lampião e Maria Bonita

Maria Bonita já era casada quando chegou a conhecer Lampião. No entanto, ela tinha uma paixão pelo cangaceiro. Dessa forma, isso se intensificou quando ela o conheceu nas terras de seu pai em Paulo Afonso, localizado no norte da Bahia.

Sendo assim, Lampião só descobriu a paixonite quando o lugar-tenente do cangaceiro, Luís Pedro, o contou. Segundo Wagner G. Barreira, autor do livro Lampião e Maria Bonita: Uma história de amor entre balas (2018), a primeira conversa do casal teve como assunto bordados.

Lampião pediu para Maria Bonita bordar alguns lenços de seda. Em seguida, voltou tempos depois para buscar sua encomenda. Então, a partir disso, ele voltou mais vezes à casa de Maria para vê-la.

Sair de casa

Lampião e seus companheiros visitavam Maria na fazenda de seu pai. Contudo, com a polícia atrás dos cangaceiros, o homem se incomodou e decidiu se mudar para Alagoas. O intuito era ficar longe de Lampião e das autoridades que o perseguiam, mas Maria não acatou a decisão.

Sua filha queria acompanhar Lampião, vivendo uma vida nômade e perigosa. Eles já estavam apaixonados, mas a decisão foi muito chocante, visto que mulheres eram proibidas dentro do cangaço.

Novo cangaço

Com Maria Bonita no cangaço, outras mulheres tiveram referência para também aderirem ao estilo de vida perigoso. Apesar disso, muitas não foram por conta própria.

Sabe-se que várias mulheres foram sequestradas por homens do bando, forçadas a acompanharem o grupo contra suas vontades. Porém, houve aquelas que foram por vontade própria.

Mesmo assim, as mulheres não participavam dos conflitos, tendo a função de companheiras, apenas. Sendo assim, Barreira pontua: “cangaceiro não inventava um modelo, ele reproduzia os valores que tinha quando não era cangaceiro, de quando era criança, que aprendeu com os pais. E era uma sociedade bem machista.”

Mulher do líder

Apesar do posto especial, Maria Bonita não tinha nenhuma função diferente no bando de Lampião. Havia algumas regalias que vinham com o título. Segundo Wagner Barreira: “o papel dela era ser a mulher do chefe e com isso ela tinha o respeito de todos os cangaceiros, então ela brincava e barbarizava”.

Logo, Maria tinha mais liberdade que as demais mulheres, mas ainda não ocupava um posto como um homem.

Linhagem

Apesar do estilo de vida arriscado, Lampião e Maria Bonita tiveram uma filha, chamada Expedita. No entanto, eles não criaram a criança, tendo a entregue a um vaqueiro de confiança.

O casal fazia visitas esparsas à menina, que tem poucas lembranças de seus pais. Além disso, ela só descobriu que Lampião era seu pai quando era bem mais velha, segundo o autor.

Fonte: Aventuras na História