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A internet acha que humanos viveram com dinossauros graças a esta pintura

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Os dinossauros comandaram a Terra por um bom tempo. E se não fosse pelo meteorito de 10 quilômetros de largura que caiu no nosso planeta há cerca de 66 milhões de anos, eles poderiam ter continuado o domínio por aqui. Tudo que envolve essas criaturas gigantes fascina as pessoas, e o que não faltam são “viajantes do tempo” dizendo que são de outra época e contando sobre como era o nosso planeta na época que esses gigantes caminhavam por aqui.

No entanto, os humanos e os dinossauros não chegaram a conviver. Mas isso não impede que as pessoas sejam enganadas e levadas a acreditar que isso poderia ter sido verdade. Tanto é que a “farsa histórica” mais recente é uma pintura renascentista em que os dinossauros são representados, época muito antes dos primeiros fósseis serem descobertos.

“Prova”

De acordo com uma página de “história alternativa”, aproximadamente 500 anos atrás, os dinossauros eram vistos no meio dos humanos, bem como nos Flintstones. O que provaria isso seria essa pintura feita por “Peter-Bruce Gale” de 1562, ou seja, 300 anos antes dos humanos descobrirem qualquer evidência sobre os dinossauros, e uma época em que nem mesmo o termo para essas criaturas tinha sido inventado.

No quadro, os humanos são vistos montados no que se parecem braquiossauros como se fossem cavalos, e não existem mais provas ou evidências além dessa pintura. Então, se essas criaturas representadas não eram realmente dinossauros, o que elas eram?

O que eram?

A primeira coisa a ser falada é a respeito da pintura em si. Não existe um pintor com o nome Pete-Bruce Gale, e quem realmente fez a obra foi Pieter Bruegel, o Velho. Ele é um pintor flamenco que estava representando eventos bíblicos. Então, na realidade, o que está representado no quadro é o suicídio do rei Saulo depois que ele foi derrotado pelos filisteus no monte Gilboa.

Basicamente, a única verdade sobre a obra é sua data. Ela realmente é de 1562. O que explica os animais bizarros, que não são dinossauros, é o fato do pintor nunca ter visto um cavalo na vida. E como o animal é descrito na bíblia no episódio de Saulo, Pieter deve ter tentado representar esses animais se baseando nos relatos de viajantes e outras obras pouco precisas.

Outro fato é que os soldados estão usando armaduras medievais europeias, armas ocidentais e em um cenário bem mais europeu do que do oriente médio. Anacronismos como esse não eram raros na época, até porque o pintor teve inspiração em outros que fizeram o mesmo.

Na época de Pieter, a Europa estava em conflito constante contra os turcos otomanos, por isso que os soldados filisteus de Saulo lembrarem europeus e os soldados israelitas lembrarem turcos não é uma pura coincidência. Tanto que, outras obras bíblicas do pintor também têm essa característica.

Além disso, na época, as viagens eram difíceis e as possibilidades de registrar momentos e criaturas eram limitadas. Por isso que os pintores tentavam representar o mundo através dos relatos orais.

Justamente por isso que não somente cavalos sofreram com essa má representação. Animais como leões, elefantes, morcegos e muitos outros foram representados de formas cômicas e curiosas.

Dinossauros

Canaltech

Essa convivência nunca existiu porque, de acordo com um estudo, se os dinossauros continuassem a existir nós nunca teríamos tido chance. Esses novos resultados vêm de um longo e prolongado debate a respeito da extinção dos dinossauros não-aviários. Por mais que o asteroide Chicxlub e as consequências do seu impacto sejam, normalmente, considerados os principais fatores para a extinção maciça do cretáceo, algumas evidências recentes sugerem que algumas espécies de dinossauros já estavam em declínio dezenas de milhões de anos antes disso.

Os autores do estudo disseram ter “apoio esmagador para um declínio de longo prazo em todos os dinossauros e dentro de todos os três principais grupos de dinossauros”. Entretanto, entre os paleontólogos o apoio a essa ideia dificilmente é esmagador.

Desde que essa ideia foi apresentada pela primeira vez, várias linhas de pesquisa discordaram das suas conclusões. Não necessariamente dos dados, mas das interpretações feitas.

Isso porque as lacunas nos fósseis dos dinossauros e as tendências de amostragem significam que os pesquisadores podem estar fazendo a amostragem de certos dinossauros do cretáceo e superestimando a presença de outros.

“Estudos anteriores feitos por outros usaram vários métodos para chegar à conclusão de que os dinossauros teriam morrido de qualquer maneira, já que estavam em declínio no final do período Cretáceo”, explicou o paleontólogo Joe Bonsor, da Universidade de Bath.

“No entanto, mostramos que, se você expandir o conjunto de dados para incluir árvores genealógicas de dinossauros mais recentes e um conjunto mais amplo de tipos de dinossauros, os resultados não apontam todos para esta conclusão. Na verdade, apenas cerca de metade deles o fazem”, continuou.

Nesse novo estudo, ao invés de contar o número de espécies de dinossauros na época, usando os registros fósseis, a equipe usou métodos estatísticos para observar a taxa de especiação dentro das famílias de dinossauros.

Os pesquisadores analisaram milhares de combinações de árvores genealógicas em 12 famílias de dinossauros, e testaram se a diversificação das espécies estava diminuindo, ficando a mesma ou acelerando antes do impacto do asteroide. Essa indicação poderia dizer aos pesquisadores a rapidez com que os dinossauros extintos são substituídos por novos.

De todos os 2.727 modelos de especiação que foram feitos, somente 518 mostraram um declínio terminal antes do impacto do asteroide. A equipe, no entanto, diz ser cética com relação à teoria da extinção terminal. Ao invés de sugerir que a diversidade dos dinossauros teria ficado alta durante todo o período de criação tardia, mesmo com a riqueza de espécies variando entre os ramos.

“O ponto principal do nosso artigo é que não é tão simples quanto olhar para algumas árvores e tomar uma decisão. Os grandes vieses inevitáveis ​​no registro fóssil e a falta de dados muitas vezes podem mostrar um declínio nas espécies, mas isso pode não ser um reflexo da realidade da época”, afirmou Bonsor.

“Nossos dados atualmente não mostram que eles estavam em declínio. Na verdade, alguns grupos, como os hadrossauros e ceratopsianos estavam prosperando e não há evidências que sugiram que eles teriam morrido há 66 milhões de anos se o evento de extinção não tivesse acontecido”, continuou.

“Podemos nunca saber os verdadeiros níveis de especiação e extinção dos dinossauros mesozoicos, mas um maior foco no preenchimento de lacunas no registro fóssil será a principal maneira pela qual os paleontólogos continuarão a construir um imagem mais precisa da diversidade de dinossauros do passado”, concluem os autores.

Fonte: Canaltech

Imagens: Instagram, Twitter, Canaltech

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