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A lua está encolhendo?

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A lua está entre os corpos celestes mais pesquisados. O nosso satélite natural foi o único corpo do sistema solar onde os humanos já pisaram, mesmo assim, várias pesquisas ainda são feitas para descobrir mais a seu respeito. Até porque ela influencia marés, movimenta os oceanos e é responsável pela vida nos mares. Além disso, ela também faz com que a Terra mantenha seu eixo, sem titubear.

Mesmo as pessoas sabendo de tudo isso, uma coisa que muitos não sabem é que a lua está encolhendo. Pode parecer algo estranho, mas esse é um dos processos que acontecem no nosso satélite natural. Embora esse corpo celeste não tenha agentes erosivos, como ventos ou fluxos de água, décadas de estudos mostraram que a lua é muito mais ativa do que imaginado.

Os astronautas do programa Apollo notaram os sinais de que nosso satélite natural estava passando por algum tipo de processo geológico. Isso porque eles viram penhascos na crosta lunar.

Depois disso, dados do orbitador Lunar Reconnaissance Orbiter, da NASA, revelaram escarpas geológicas espalhadas pela lua. Isso indicava que ela estaria esfriando e se contraindo, processo que até hoje acontece. Mas por que isso é visto?

A estrutura da lua é composta por camadas com composições diferentes, sendo que os mais densos afundaram até o centro, e os mais leves ficaram na superfície. No centro do nosso satélite natural tem um núcleo metálico e denso feito principalmente de ferro e níquel, que é aproximadamente 20% do diâmetro lunar total.  De acordo com um estudo publicado ano passado, esse núcleo seria parecido com o do nosso planeta, no caso seria sólido e cercado por outro que seria líquido.

Acima desse núcleo existe o manto lunar. Ele é uma camada que tem mais de 1.300 quilômetros de espessura. Esse manto é coberto pela crosta lunar que tem uma espessura média de 50 quilômetros. E a diferença de composição das camadas mostrou que a lua já foi coberta por um oceano de magma.

Por que a lua está encolhendo?

Canaltech

Grande parte do encolhimento da lua está associado ao resfriamento do seu núcleo. Isso faz sentido quando se lembra que o nosso satélite natural se formou há cerca de 4,5 bilhões de anos em condições extremamente caóticas. Dentre todas as teorias para explicar o sistema Lua-Terra, a mais aceita diz que ela surgiu depois que um objeto grande colidiu com nosso planeta.

Com a colisão, parte do manto terrestre teria sido destruído e a matéria dele foi levada para a órbita. Então a gravidade teria juntado esses detritos e formado a lua. Depois disso aconteceu um bombardeio intenso de rochas espaciais que acabaram formando as grandes bacias vistas em nosso satélite natural. E através da queda desses objetos e o decaimento de elementos radioativos, a lua se aqueceu.

Contudo, desde então o núcleo dela está esfriando. Como consequência, a superfície se contrai e naturalmente se ajusta às mudanças de volume. À medida que isso acontece, partes da crosta são empurradas entre si e formam falhas geológicas.

Além disso, a força gravitacional que nosso planeta tem na lua também afeta sua superfície e isso aumenta o estresse na estrutura, o que ajuda na formação das falhas.

Conforme estimam os cientistas, todos esses processos fizeram com que o diâmetro da lua ficasse 50 metros menor nas últimas centenas de milhões de anos.

Afastamento

Terra

lua está a uma distância sedutoramente “perto” do nosso planeta e cosmicamente longe. Contudo, essa distância parece estar aumentando cada vez mais. Isso porque nosso satélite natural está ficando mais distante do nosso planeta. Para se ter uma noção, há cerca de 2,45 bilhões de anos, a distância era de 322 mil quilômetros, e atualmente ela está a 384 mil quilômetros, o que são 60 mil quilômetros mais longe da Terra.

Quem mediu essa quilometragem foi Joshua Davies, professor de ciência da terra e atmosfera da Universidade de Québec, no Canadá, e Margriet Lantink, pesquisadora associada de pós-doutorado do Departamento de Geociências da Universidade de Wisconsin-Madison, dos Estados Unidos.

De acordo com eles, esse afastamento da lua da Terra é gradual e conhecido há muito tempo. Em 1969, durante as missões Apollo da NASA os pesquisadores disseram que os próprios astronautas perceberam uma coisa estranha nos painéis reflexivos que estavam instalados na superfície da lua. De acordo com Davies e Lantink, a NASA percebeu que a lua estava se afastando do nosso planeta 3,8 centímetros anualmente.

“A distância entre a Terra e a lua está diretamente relacionada à frequência de um dos ciclos de Milankovitch, o ciclo de pressão climática”, escreveram os pesquisadores.

Eles explicaram que esse ciclo surge do movimento de oscilação ou na mudança de orientação do eixo de rotação do nosso planeta no decorrer do tempo. Hoje em dia, ele dura 21 mil anos, no entanto, no passado, ele teria sido menor justamente na época em que a lua estava mais perto de nós.

“Os ciclos de Milankovitch registrados em sedimentos de 2,46 bilhões de anos indicam que o ciclo de precessão da Terra teve uma frequência significativamente maior do que a atual, sinalizando duração do dia e distância Terra-Lua mais curtas”, explicaram os pesquisadores.

Ainda de acordo com Davies e Lantink, o preocupante com relação a esse distanciamento é que a lua tem um efeito de frenagem na Terra, ou seja, quanto mais longe o satélite natural estiver, mais longos serão os dias. Além disso, as horas do dia irão aumentar. Contudo, não é preciso temer porque para que isso aconteça pode levar “milhões de anos antes mesmo de começar a fazer a diferença”.

Fonte: Canaltech,  Istoé

Imagens: Canaltech, Terra

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