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Quais benefícios de passar um mês sem beber álcool?

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Muitas pessoas adoram beber, seja socialmente com os amigos ou até ficar totalmente bêbadas. O fato é que o álcool está presente na vida das pessoas e, muitas vezes, serve como um momento de desestresse de todos os problemas da vida.

No entanto, não são todas as pessoas que têm boas experiências com o álcool. Por conta disso, elas repensam suas atitudes com relação ao consumo. Normalmente, o primeiro mês do ano é conhecido como “janeiro seco” por ser uma época em que as pessoas param de consumir álcool. Os motivos para isso podem variar, mas o fato é que essa pausa pode ter um impacto na saúde.

Até porque, não é segredo para ninguém que o álcool é prejudicial à saúde, estando associado a mais de 200 doenças. Por conta disso que quando alguém não o está consumindo, ou diminui o seu consumo, a pessoa fica fora de uma estatística de três milhões de mortes anuais por conta do consumo inadequado.

Benefícios de ficar sem álcool

Metrópoles

Claro que ficar fora da estatística de morte é uma grande vantagem. Contudo, existem benefícios mais simples que o não consumo de álcool faz no dia a dia das pessoas.

Em curto prazo, além da pessoa não ter mais ressaca, é visto uma melhoria nos níveis de energia dela, além de melhorar a hidratação, aspecto da pele e mudanças no peso.

“O álcool ativa as catecolaminas, inclusive a adrenalina. Isso impede o descanso adequado à noite”, disse Helmut Karl Seitz, diretor do Centro de Pesquisas sobre Álcool, na Universidade de Heidelberg, na Alemanha.

Depois de uma semana sem beber, esse padrão é normalizado para as pessoas que bebiam ocasional ou regularmente, mas que não são dependentes.

Além disso, a pressão arterial, que sofre aumento pelo álcool, melhora, e também a digestão começa a funcionar melhor. “As proteínas nas vilosidades do intestino delgado decompõem o alimento. Essas proteínas se recuperam com relativa rapidez”, disse Seitz.

Essas melhorias são vistas a curto prazo. Quando se pensa em longo prazo, elas são ainda maiores. Como por exemplo, maior saúde para o fígado, menos risco de pneumonia, blindar contra alguns tipos de câncer, prevenir e controlar as doenças cardiovasculares, deixar o cérebro mais afiado e melhorar a performance sexual.

“O corpo desincha, portanto você perde peso. A sua pele fica mais hidratada, melhora a aparência. Acabam as ressacas e uma série de situações prejudiciais aos órgãos”, pontuou Cid Merlino Fernandes, psicanalista.

De acordo com o conselho dele, o consumo de álcool deve ser interrompido em janeiro especialmente por ser um mês em que as pessoas refletem a respeito de suas prioridades de vida. Nesse ponto, as bebidas podem atrapalhar.

Reação

Recoverthol

Quando algumas pessoas bebem elas têm reações específicas. Por exemplo, os asiáticos tendem a ficar vermelhos. “Quando bebo álcool, meus olhos, rosto e corpo ficam vermelhos e inchados”. Isso é o que diz Cássio Toshiyoka, publicitário de 44 anos, mestiço de pai japonês e mãe italiana. Ele é mais uma das várias pessoas orientais que ficam vermelhas depois de ingerir bebida alcoólica.

No caso de Cássio, ele descobriu o problema ainda na adolescência. “Foi nos primeiros porres de adolescente, as primeiras vezes que bebi e senti os efeitos do álcool de verdade. Como dá para imaginar, não tinha como esconder que bebi, então cheguei em casa e levei bronca dos meus pais. Eles nunca beberam, então não sabiam desse fato”, contou.

Ainda de acordo com ele, seus outros dois irmãos, mestiços assim como ele, também têm essa mesma condição. “Eles ficam iguais. Não precisamos beber muito, só um pouco e já fica visível. Isso acontece somente quando começamos a tomar algo, algumas horas depois essa vermelhidão some, mesmo se ainda estiver bebendo. No meu caso, fico até meio pálido após esse estágio”, disse Cássio.

Esse comportamento por parte dos japoneses é tão corriqueiro que existe um termo, em inglês, para essa reação deles ficarem com o rosto avermelhado depois de consumirem álcool, é “asian flush”.

De acordo com José Roberto Zimmerman, alergista, essa vermelhidão e inchaço são sintomas vistos por conta de uma deficiência enzimática. Ainda segundo ele, isso pode resultar em uma intoxicação ou até mesmo em câncer.

“Parte do álcool ingerido é convertido em acetaldeído pela enzima ALDH2 ou desidrogenase alcoólica, que é inativa nos asiáticos, não permitindo a metabolização do acetaldeído no fígado. Ou seja, uma deficiência enzimática. Nas pessoas portadoras desta mutação, o risco de câncer de esôfago é 100 vezes maior”, explicou ele.

Essa deficiência existe por causa de uma variação genética vista em 40% da população do leste asiático, o que é aproximadamente um bilhão de pessoas.

A forma como essa enzima funciona no organismo foi explicada pelo alergista. “Depois de ingerido, o álcool passa para o sangue. Depois de descer para o intestino, chega a quase todos os tecidos do corpo e, por fim, é filtrado no fígado que o transforma em acetaldeído e depois em ácido acético. As duas etapas devem ocorrer rapidamente, pois o acúmulo de acetaldeído, além de rubor e mal estar, pode causar danos no material genético das células levando ao aparecimento de tumores e doenças neurodegenerativas. Ao se transformar em ácido acético, o acetaldeído torna-se inofensivo”, disse.

Para que a vermelhidão e o inchaço que acontece por conta do consumo do álcool sejam amenizados, Zimmerman sugere substâncias que ativem a enzima ALDH2 que estão presentes em determinados remédios. Além disso, moderar o consumo do álcool também é uma forma de diminuir essas consequências.

Segundo Rafaella Caruso, dermatologista do Hospital Santa Catarina, essa vermelhidão no rosto depois do consumo de álcool não é uma exclusividade dos asiáticos e pode ser vista em outras pessoas.

“O álcool por si só causa vasodilatação na pele, e quem possui rosácea também pode notar aumento da vermelhidão após consumo. Então nem toda vermelhidão após consumo de álcool é igual a deficiência enzimática”, disse ela.

Ainda segundo ela, os asiáticos têm, além da mutação, uma tendência maior de ter outros problemas de pele, como por exemplo, hipercromia pós-inflamatória, sardas, melanoses e mudanças pigmentares.

“Entre as doenças de pele, apresentam comumente quadros de acne e dermatite atópica, que ocorre por uma alteração na barreira da pele, que resseca com facilidade e o suor irrita uma pele que já está sensível”, pontuou.

No caso de Cássio, ele conta que não tem muito o que fazer com esses sintomas depois de consumir álcool.  “Para mim sempre foi normal. Quem não me conhece, assusta, acha que estou passando mal, mas sempre explico que é tranquilo. Hoje em dia não bebo com muita frequência, às vezes tomo um vinho no final de semana, mas esses efeitos sempre aparecem”, disse.

“O fato é que se eu beber uma lata, uma dose que seja, não tem como esconder e disfarçar, todo mundo percebe”, concluiu ele.

Fonte: VivaBem, UOL

Imagens: Metrópoles,  Recoverthol

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