Curiosidades

A misteriosa identidade da múmia de Guano

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Em 1949, um terremoto abalou a pequena cidade de Guano, no Equador. O desastre natural transformou a Igreja da Assunção, um templo local que havia sido construído no século 16, em ruínas. No entanto, o que no começo pareceu uma perda, tornou-se uma importante descoberta para a arqueologia: uma múmia.

Em meio aos escombros do antigo templo, um grupo de pesquisadores encontrou um caixão em que estavam os restos mortais mumificados de um membro do clero. A posição dele na igreja foi identificada através de suas vestimentas.

Especialistas indicam que a mumificação foi realizada de maneira acidental. Isso porque durante o enterro foi jogado cal sobre o corpo, o que provocou a sua preservação, de acordo com informações do portal Atlas Obscura, repercutidas pelo Aventuras na História.

Dentro do caixão, além da múmia havia um rato. No entanto, não se sabe se a presença do roedor era proposital, sendo um animal de estimação do religioso, ou se ele foi sepultado com o cadáver por coincidência.

Engano

Foto: Divulgação/ Patrimônio Cultural do Equador

De acordo com informações do portal History Channel Brasil, diversas lendas surgiram em relação à múmia. Acreditava-se que o corpo encontrado era do frei espanhol Lázaro de la Cruz de Santofimia, um monge espanhol franciscano que viveu no século 17.

O sepultamento do religioso no interior da capela faria sentido de acordo com as tradições locais. Isso porque uma interpretação da época apontava que poderia lhe permitir continuar “cuidando” do templo mesmo depois de sua morte. 

No entanto, novas análises realizadas pelo Instituto Nacional do Patrimônio Cultural (INPC) informaram que o corpo mumificado pode, na realidade, não pertencer a Lázaro.

Segundo divulgado por um comunicado no começo do mês de agosto de 2022, a pesquisa recente descobriu que as roupas usadas pelo cadáver da Igreja de Assunção teriam sido usadas durante o período entre 1735 e 1802, que é após a morte do frei.

Dessa forma, a múmia de Guano seria outro membro do clero. Porém, a sua identidade, até o momento, segue um mistério. Os cientistas apontam que tudo o que se sabe é que os restos mortais pertencem a um homem mestiço com “ascendência mais europeia do que indígena”, o que foi identificado por meio de um exame de DNA.

“Se encontrarmos outro registro que diga que a data em que marcamos a morte de São Lázaro está incorreta, ou que alguém faz uma nova datação por carbono e temos datas coerentes [com a datação das vestimentas], isso sempre pode ser revisto. No momento indica que, de fato, não é São Lázaro”, explicou Maria Ordónez, a diretora do INPC, de acordo com repercutido pelo portal El Telégrafo. 

Múmia de Guano 

Foto: Divulgação/ Patrimônio Cultural do Equador

Um último detalhe curioso sobre a múmia encontrada no templo do Equador é que, em 2019, um outro estudo descobriu que o homem enterrado em Guano teria sofrido com artrite reumatoide durante a vida.

Como estava em um ambiente frio e seco, o corpo não foi atacado por larvas e moscas. Isso conservou tecidos que apresentavam características da artrite reumatoide.

A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica que atinge ossos, cartilagens, tendões e ligamentos, provocando muita dor. Atualmente, ela afeta pessoas ao redor do mundo inteiro, no entanto, antes não era assim. 

“É uma patologia muito comum hoje em dia, mas a sua origem é americana, antes da chegada de Cristóvão Colombo”, afirmou Philippe Charlier, um médico legista francês, em entrevista à agência France Presse na ocasião.

Além disso, o pesquisador apontou que a pesquisa sobre o cadáver equatoriano poderia fornecer um “elo perdido” para a trajetória da disseminação dessa condição. “É uma múmia extremamente importante para a história das doenças”, concluiu.

Fonte: Aventuras na História

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