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Ameçado pelo aquecimento global, esse país quer migrar para o metaverso

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As consequências do aquecimento global e das mudanças climáticas podem ser vistas cada dia mais. Além do aumento da temperatura, sentido no mundo todo esse ano com as ondas de calor, países estão recebendo alerta de possível desaparecimento do mapa. Um exemplo disso é a ilha de Tuvalu.

Ela é uma nação insular no centro-oeste do Oceano Pacífico, localizado no meio do caminho entre a Austrália e o Havaí. Esse país está em um atol de corais, o que é um recife de corais no formato de um anel que forma uma lagoa, e tem ilhas ao longo da sua borda. Mesmo que o país seja extremamente belo, isso não impede a ameaça que ele tem de desaparecer por completo.

Indo para o metaverso

Olhar digital

Por conta desse risco de desaparecimento, o governo propôs digitalizar as características físicas e culturais para que assim Tuvalu seja o primeiro país digital do mundo.

O desaparecimento da ilha por conta das consequências do aquecimento global parece ser uma coisa irreversível. Justamente por isso que o governo pensou em uma forma de evitar o desaparecimento por completo do país. Com isso veio a ideia de digitalizar a configuração física do território, até as danças tradicionais do povo. Além de preservar as características únicas do país, o governo também espera que a população possa até participar de eleições.

“O mundo não agiu, e por isso nós, no Pacífico, tivemos de agir. À medida que a nossa terra desaparece, não temos outra escolha além de nos tornar a primeira nação digital do mundo. Nossa terra, nosso oceano e nossa cultura são os bens mais preciosos de nosso povo. Para mantê-los protegidos de danos, não importa o que aconteça no mundo físico, iremos movê-los para a nuvem. Nossa nação digital fornecerá uma presença on-line que poderá substituir nossa presença física e nos permitirá continuar a funcionar como um Estado”, disse Simon Kofe, ministro de Justiça, Comunicação e Relações Exteriores.

Planos

In magazine

Nesse ponto, o governo de Tuvalu anunciou na COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, que avanços já foram feitos nesse projeto chamado de “Future Now”. Até o momento, as autoridades do país já fizeram o mapeamento tridimensional das 124 ilhas e ilhotas que fazem parte do território e estão criando um passaporte digital para que a população consiga continuar casando ou participando de eleições online. Além disso, foram feitos investimentos na infraestrutura nacional de comunicações. Mas o governo de Tuvalu ainda está perguntando ao seu povo o que eles querem que seja preservado digitalmente.

Outro ponto mudado pelo país foi a definição de Estado em sua Constituição. Agora, os novos termos informam que “o Estado de Tuvalu, dentro do seu quadro histórico, cultural e jurídico, permanecerá perpetuamente no futuro, apesar dos impactos das alterações climáticas ou de outras causas que resultem na perda do território físico”.

Até o momento, 12 países reconheceram a nova definição de Tuvalu. O objetivo das autoridades locais é que toda a comunidade internacional também faça isso, assim, a manutenção da soberania de Tuvalu seria garantida.

País

Mar sem fim

Ao todo, existem aproximadamente 11 mil habitantes nos 26 quilômetros quadrados de área do país. Com essa metragem, a nação só não é menor do que o Vaticano, Mônaco e Nauru.

Agora, a ilha firmou um acordo histórico com a Austrália porque, como ela está sob ameaça de desaparecer do mapa, ela pediu ao país dos cangurus residência para as pessoas que forem afetadas com uma inundação eventual.

Além disso, esse acordo deixa os dois países com laços estreitos de segurança. Isso porque a Austrália se comprometeu a gastar 16 milhões de dólares australianos, equivalente a 50 milhões de reais, para reforçar a costa da ilha e recuperar as terras perdidas.

O acordo foi assinado por Kausea Natano e Anthony Albanese, os primeiros-ministros dos dois países, que garantem que a população de Tuvalu pode procurar refúgio na Austrália caso o país seja submerso ou se alguma mudança significativa acontecer por causa do clima.

No entanto, para que não exista uma “fuga de cérebros”, o acordo tem um “caminho de mobilidade especial” e uma categoria de visto para 280 pessoas de Tuvalu por ano. Essas pessoas irão ter residência permanente, além do direito de viver, trabalhar e estudar na Austrália, e ter os serviços de acesso.

A preocupação da ilha ficar debaixo d’água é extremamente válida, até porque duas das nove ilhas de coral do país já desapareceram. Justamente por isso que os cientistas climáticos têm a preocupação de que todo o arquipélago fique inabitável em aproximadamente 80 anos.

“É por isso que estamos ajudando na adaptação, mas também vamos proporcionar a segurança que estas garantias representam para o povo de Tuvalu, que quer preservar a sua cultura e também a sua própria nação no futuro”, disse Anthony Albanese, primeiro-ministro da Austrália.

Fonte: Olhar digital,  Náutica

Imagens: Olhar digital, In magazine, Mar sem fim

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