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Ao invés de pessoas, próxima pandemia deverá atingir agricultura

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Nossa história é marcada por diversas epidemias e pragas, que atacaram e mataram milhares de pessoas ao longo dos séculos. Algumas epidemias foram tão intensas, que quase chegaram a aniquilar cidades inteiras. Muitas delas até tiveram um enorme impacto nas gerações futuras, causando mudanças radicais na sociedade da época.

Nós vivemos a pandemia do coronavírus e pudemos observar todas as mudanças que ela causou no mundo e como foi todo o processo de superação dela. Felizmente, esse período da nossa história passou. Mas isso não quer dizer que nunca mais acontecerá outra pandemia. Claro que ela não será igual a essa que enfrentamos, porém, pode causar prejuízos iguais.

Próxima pandemia

Uma nova pandemia iminente não tem as pessoas como seu alvo, mas sim a agricultura. Se uma pessoa já viu um morango selvagem, viu que ele é bem diferente da fruta que as pessoas estão acostumadas a ver no supermercado. Isso acontece porque a variação para a compra não é natural. Ela é feita com manipulação genética, o que se chama de uniformidade genética.

Isso é feito com um aspecto econômico levado em consideração, já que normalmente deixa as plantas mais resistentes às pragas e criam variações que são mais vantajosas e lucrativas.

“Nunca mais uma grande espécie cultivada deveria ser moldada com tal uniformidade que se tornasse tão universalmente vulnerável ao ataque de um patógeno”, escreveu Arnold John Ullstrup, fitopatologista, em 1972.

O professor emérito da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e agricultor Miguel Altieri teve um pensamento parecido, e disse: “Acho que temos todas as condições para que ocorra uma pandemia nos sistemas agrícolas, o que resultaria em dificuldades econômicas e fome”.

Se apenas com esse aspecto o cenário já é assustador, o perigo é ainda mais alto por conta das mudanças climáticas. Até porque, com a evolução dos padrões climáticos isso mudará a dispersão dos agentes patogênicos e fará com que eles sejam expostos a espécies novas de plantas. Consequentemente, isso pode aumentar os problemas que afetam as culturas, como ressaltou Brajesh Singh, especialista em ciência do solo da Western Sydney University, na Austrália.

Um ponto importante a ser lembrado é a relação entre as plantas e os patógenos que, na natureza, configura um ecossistema saudável. Determinado patógeno tem a capacidade de infestar somente determinadas espécies de plantas. Então, quando ele tem contato com uma espécie que não pode ser infectada, a planta age como escoadouro. Com isso, o patógeno não é capaz de se multiplicar  acaba sendo neutralizado, o que preserva as plantas vizinhas.

Assim, quando os patógenos se propagam de forma fluida em agrupamentos da mesma espécie, isso faz com que as plantas localizadas nas proximidades com seus parentes sejam destruídas e, ao mesmo tempo, garante que as paisagens tenham um nível saudável de diversidade biológica. E conforme essa distância social é estabelecida entre os hospedeiros que são vulneráveis, a doença some gradativamente.

Micróbio nem sempre é ruim

pandemia

Conforme a exploração fica mais intensa, os desafios relacionados com as doenças ficam mais evidentes, principalmente no contexto do agente patogênico chamado Potato vírus Y. Por conta dele há uma redução significativa nos rendimentos de batata.

Quando os pesquisadores estudaram áreas do terreno agrícola que circundavam uma planta de batata, eles viram um padrão consistente. Foi visto que a prevalência do Potato vírus tinha um aumento gradual conforme a porcentagem da região em volta ocupada por terras agrícolas crescia.

Em contrapartida, nos ecossistemas naturais, a maior biodiversidade quer dizer um menor número de espécies de vírus presentes, o que sugere que os micróbios benéficos das plantas selvagens provavelmente têm um papel na contenção da propagação de vários vírus e evitam que doenças sejam desencadeadas.

Contudo, se esses vírus chegarem em culturas que não tenham a proteção natural, as consequências são incertas. “Não temos conhecimento do que poderá ocorrer”, disse Susi.

Fonte: Socientifica

Imagens: Socientifica

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