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Apagão: após 20 anos de conexão ininterrupta com Marte, agências espaciais perdem contato com sondas e robôs

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Marte é um dos planetas mais explorados em nosso sistema solar, sendo o único a receber robôs da NASA com o objetivo de aprimorar a análise de campo. O quarto planeta do nosso sistema solar é, depois da Terra, o mais popular. Além disso, o sonho de colonizá-lo é alimentado quase que desde quando sua exploração começou.

Justamente por isso que várias missões já foram enviadas até ele para que o planeta pudesse ser estudado. Agora, aconteceu algo inédito depois de 20 anos. O rover Perseverance e o Ingenuity, o pequeno helicóptero parceiro do rover, ficaram durante semanas em Marte sem receber nenhuma instrução da NASA. Além deles, o Curiosity também ficou parado por esse tempo do outro lado do Planeta Vermelho.

Sem comunicação

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Isso aconteceu por conta da interrupção das comunicações que acabou afetando todas as missões que estão ativas em Marte. Mas por que isso aconteceu? Porque aproximadamente a cada dois anos a Terra e Marte ficam em lados opostos do sol, o que é chamado de conjunção solar. E como as órbitas dos planetas têm inclinações diferentes, é bem raro que Marte fique escondido por completo pelo sol. No entanto, foi isso que aconteceu.

Por conta dessa conjunção, por um dia e meio o sol não deixou que Marte fosse visto pela Terra e com isso todos os sinais entre as missões e o nosso planeta foram bloqueados. O alinhamento aconteceu no dia 17 e 18 de novembro.

Contudo, as agências espaciais pararam de enviar sinais para seus rovers uma semana antes e voltaram a enviá-los apenas uma semana depois. Esse tempo maior é dado por questões de segurança, já que as partículas carregadas do sol podem interferir nos sinais nos dias perto da conjunção.

Com relação aos sinais, o verdadeiro problema são os que são mandados pelo nosso planeta. Isso porque um comando parcial poderia confundir o rover e colocar toda a missão em risco por conta de um movimento arriscado.

Planejamento

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Por conta disso que os controladores das missões planejam um intervalo de duas semanas de antecedência e enviam tarefas simples para que os rovers continuem fazendo sua observação de Marte e que eles continuem com sua saúde em dia. No caso da NASA, ela parou de mandar comando no dia 11 de novembro e voltou a mandá-los no dia 25.

Por conta disso, eles não ficaram totalmente inativos. Tanto é que, antes da conjunção, o Ingenuity foi programado para tirar fotos da areia que estava no seu campo de visão de tempos em tempos. Com isso, os pesquisadores entenderam mais a respeito de como os grãos de areia se movem no Planeta Vermelho.

Assim como a NASA, a Agência Espacial Europeia (ESA) tem duas sondas ativas em Marte: ExoMars Trace Gas Orbiter e Mars Express. No caso da Mars Express, ela completou 20 anos em 2023 desde que foi lançada e já viveu 10 conjunções. Mesmo assim, essa foi a primeira vez em que a comunicação com a sonda foi impossível.

Por conta disso, a ESA também se planejou e enviou instruções que valeriam por três ou quatro semanas de trabalho logo no começo de novembro.

Marte

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Como dito, o interesse por Marte parece apenas aumentar com o tempo. Por conta disso que várias missões e estudos são feitos para desvendar formas de chegar até o planeta de uma forma mais rápida e segura.

Nesse caso, as velas solares estão sendo estudadas por várias organizações, inclusive pela missão LightSail2 bem sucedida da Sociedade Planetária. Para quem não sabe, essas velas são uma maneira promissora de propulsão para as missões espaciais de longo prazo.

De acordo com um estudo recente, o potencial das velas solares da aerographite está sendo analisado para as viagens para Marte e também ao espaço interestelar. O estudo vale a pena porque, ao contrário dos foguetes convencionais, que precisam de combustível para ter força propelente, essas velas usam a luz do sol como seu mecanismo de propulsão.

As velas funcionam capturando fótons solares e aumentando a velocidade da espaçonave de forma gradativa conforme mais fótons vão sendo capturados. A principal vantagem dela é a velocidade que ela pode alcançar.

Para saber a velocidade e eficiência das velas solares de aerografite, os pesquisadores fizeram várias simulações. No estudo, foi considerado dois trajetos partindo da Terra. Foram eles: transferência direta para fora e transferência direta para dentro. Como resultado, a transferência direta para Marte durou 26 dias, já para o limite do sistema solar foi feita em 5,3 anos.

A massa das velas que foram usadas nas simulações era de até um quilograma, e elas eram compostas por 720 gramas de aerografite, tendo uma área transversal de 104 metros quadrados. E nas duas trajetórias o lançamento era a partir de uma órbita polar em volta da Terra.

Além das simulações, um destaque bem grande ficou com o material dessas velas solares. Isso porque o aerografite tem uma densidade baixa, apenas 0,18 quilogramas por metro cúbico. Isso faz com que ele seja mais leve do que outros materiais tradicionais que são usados nas velas solares, como por exemplo, o Mylar. Por conta de sua densidade menor, ele tem uma força propelente maior.

“Assumindo que a força propelente desenvolvida por uma vela solar é diretamente dependente da massa da vela, a força resultante é muito maior”, explicou Julius Karlapp, autor principal do estudo.

Por mais que a NASA tenha proposto essa tecnologia de velas solares na década de 1970, até hoje existem desafios para serem superados. Um dos principais é a desaceleração quando chegar no destino, em especial em Marte.

De acordo com os pesquisadores, existe a possibilidade de usar manobras de aerocaptura para diminuir a velocidade de forma gradual usando a atmosfera do Planeta Vermelho.

“A manobra de aerocaptura utiliza a atmosfera para reduzir gradualmente a velocidade devido ao arrasto. Isso elimina a necessidade de propulsores adicionais para frear a espaçonave, reduzindo sua massa”, disse Martin Tajmar, coautor do estudo.

Tendo como base as simulações feitas no estudo, as velas solares de aerografite foram promissoras para as viagens espaciais para que elas sejam mais rápidas e eficientes. Contudo, ainda existe muito o que ser descoberto e desenvolvido nessa área. Então, a tecnologia das velas continuará sendo estudada para que novos avanços sejam feitos.

Fonte: IGN, Socientifica

Imagens: Olhar digital, Quora

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