Em sentido mais amplo, a natureza equivale tanto ao mundo animal quanto vegetal, mesmo em partes já modificadas pelo homem em geral. A palavra também se refere ao domínio geral de diversos seres vivos, como por exemplo, plantas e animais, e em alguns casos com objetos inanimados. Além disso, ela funciona como um “cordão umbilical” metafórico que conecta a sobrevivência humana e a biosfera.
Por essa definição é possível ter noção da importância que ela tem para o mundo e para nossa própria existência. Contudo, assim como a natureza, um outro elemento essencial para a vida humana é o fogo. No entanto, ao mesmo tempo ele também é o causador de grande destruição, como por exemplo, os incêndios florestais vistos no mundo todo.
O aumento da incidência desses incêndios foi atribuído pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente às mudanças climáticas. Além dele, Kevin Cooley, artista multimídia e morador de Los Angeles, é uma testemunha e também documentador dessa tendência. Isso porque na última década ele capturou imagens do fogo, seja em incêndios selvagens ou em controlados.
“Eu fotografo esse tipo de desastres e tento torná-los quase bonitos. É assim que você pode chamar a atenção para eles”, disse Cooley.
O objetivo do trabalho de Cooley é destacar a relação das pessoas com a natureza e o meio ambiente e também os efeitos das mudanças climáticas. Dentre as fotos feitas por ele estão os incêndios florestais que aconteceram bem perto da porta da sua casa na Califórnia e que quase a destruíram. Além disso, Cooley também fotografou um vazamento de águas residuais no Colorado e a diminuição dos reservatórios de água no Arizona.
“É a natureza, não estamos no controle dela tanto quanto gostamos de pensar que estamos”, disse ele. O artista também pontuou que espera que o seu trabalho consiga “nos ajudar a pensar mais sobre seu poder, sua beleza e como podemos respeitar isto”.
O foco do trabalho de Cooley é principalmente nos elementos: terra, vento, água e fogo. Ele então os aprimora com uma fonte de luz que ele mesmo apresenta de maneira ativa ou passiva através de objetos, como por exemplo, aviões no céu.
Conforme ele, a luz dá uma determinada importância para a banalidade dos objetos e situações “destacando coisas que de outra forma passariam despercebidas no dia a dia”.
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“Tenho trabalhado com luz nos últimos 25 anos de diversas maneiras”, disse Cooley.
Em seus trabalhos, essa luz pode vir de lasers, lanternas, fogos de artifício, flashes antigos, sinalizadores e até mesmo nuvens de fumaça. No caso da série de fotos chamada “Controlled Burns”, “Incêndios Controlados” traduzido, ele usou luzes estroboscópicas para poder congelar o movimento da fumaça e as transformar em esculturas ameaçadoras.
Com suas fotos, Cooley quis representar visualmente o “nosso desejo de controlar a natureza”. No entanto, nos tempos atuais ele está se sentindo mais atraído por um outro elemento, que tem riscos menores.
“Em 2021, no Caldor Fire [incêndio florestal de grandes proporções na Califórnia], tive uma experiência muito angustiante e meio que decidi que talvez não devesse fotografar tanto o fogo e que estava ficando um pouco desgastante estar sempre perto da fumaça”, explicou.
Nesse mesmo período, a Califórnia estava no meio de uma seca extrema, e isso chamou interesse de Cooley em fotografar a água. Então, com lanternas, luzes estroboscópicas e até drones, ele faz fotos de longa exposição do oceano que iluminam as marés e o refluxo da corrente.
“Li recentemente que dois terços das praias da Califórnia vão desaparecer, e essa é parte da razão pela qual estou querendo fazer este projeto sobre as ondas. Para chamar a atenção para isso”, disse Cooley.
Na visão do artista, o oceano é um aliado na luta contra as mudanças climáticas por conta do seu poder como sumidouro de carbono e por ser uma fonte de energia através do movimento das ondas.
“Temos que aproveitar [a natureza] de uma forma que possamos encontrar um bom equilíbrio entre o que precisamos como humanos e também o que o planeta pode tolerar. Para garantir que haverá espaço para as gerações futuras”, concluiu.