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Arábia Saudita tem área de rituais de 7 mil anos com ossos humanos e de animais

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Arqueólogos descobriram uma área de rituais na Arábia Saudita com restos humanos antigos enterrados perto de centenas de ossos de animais.

Todos estavam espalhados dentro de um monumento pré-histórico na Arábia Saudita chamado mustatil, que significa “retângulo” em árabe. A descoberta apareceu em 15 de março no periódico PLOS ONE.

O mustatil, com data de 7 mil anos, está a 55 km a leste da antiga cidade de AlUla, mede 140 metros de comprimento e teve construção com arenito local. Essa estrutura de rituais é uma das 1,6 mil descobertas na Arábia Saudita desde a década de 1970.

Esses mustatils estão principalmente submersos na areia e seus construtores eram membros de um culto sem conhecimento. Segundo o estudo, nesses locais, o gado passava por sacrifício aos deuses como forma de proteger a terra, que estava se transformando em deserto devido a uma lenta mudança climática.

Segundo a principal autora do estudo, Melissa Kennedy, arqueóloga da Universidade da Austrália Ocidental, “quase nada foi escrito sobre os mustatils e as crenças que os cercavam”.

Ela disse ao site Live Science que apenas 10 mustatils passaram por escavação. Este estudo é um dos primeiros com publicação, portanto, ainda não se sabe muito sobre essa tradição.

Via Globo

Como era o local

De acordo com Kennedy, em escavações anteriores, os pesquisadores encontraram complexos com paredes internas e pilares, que davam lugar a câmaras centrais possivelmente reservadas para banquetes e sacrifícios.

As estruturas normalmente eram longos retângulos que formam paredes baixas de rocha com cerca de 1,2 metro de altura, embora a aparência dos locais variasse.

Os adoradores entravam por uma extremidade e caminhavam de 20 a 600 metros ou mais até a outra, chegando a uma plataforma chamada “cabeça”.

Uma câmara dentro dessa “cabeça” abrigava um beytl – pedra sagrada, às vezes originada de um meteorito, que os membros do culto usavam para comungar com seus deuses.

Área de rituais de 7 mil anos

No mustatil próximo a AlUla, os pesquisadores encontraram 260 fragmentos de crânios e chifres de animais ao redor do beytl. A maioria dos ossos pertencia a gado domesticado, embora alguns fossem de cabras, gazelas e pequenos ruminantes.

Especialistas afirmaram que os chifres e as partes superiores dos crânios dos animais eram para alguma divindade, enquanto os homens faziam um banquete com o restante das carcaças.

Embora não tenham sobras de restos de animais no local, a equipe acredita que o abate provavelmente aconteceu no próprio mustatil.

Isso se deve ao fato de que os chifres, principalmente a queratina, que se degrada muito rapidamente, estavam em boas condições, segundo Kennedy.

Homem com doença articular

Via Globo

Dentro da área de rituais, os arqueólogos encontraram os restos mortais de um homem adulto com idade entre 30 e 40 anos.

Uma análise de seus ossos revelou que ele tinha osteoartrite, além do enterro ter data de 400 anos após o abate dos animais. Isso sugere que os mustatils eram locais de peregrinações repetidas. Gerações posteriores enterraram seus mortos nesses locais. Isso mesmo após as estruturas não terem mais uso para os sacrifícios de animais.

Esses enterros de humanos seriam, então, uma forma de reivindicar uma ligação com o passado.

Apesar de o objetivo da área de rituais nos mustatils ainda ser um mistério, os cientistas acreditam que os abates possam ter relação com um desejo comum de abençoar a terra seca com chuva.

Via InfoEscola

Essa teoria está sendo testada com mapas da localização de mustatils próximos a terras pastoris, rios e lagos pré-históricos. A descoberta de fragmentos de crânios e chifres de animais dentro do mustatil perto de AlUla sugere que esses animais faziam parte de sacrifícios a deuses para proteger a terra.

Isso porque estava se transformando em deserto devido a uma lenta mudança climática.

A pesquisa revela que os mustatils eram estruturas com construção principalmente submersas na areia e que seus construtores eram membros de um culto desconhecido.

Embora o estudo seja um dos primeiros a ser publicado, apenas 10 mustatils foram escavados até o momento. Assim, indica que ainda há muito a ser descoberto sobre essa tradição na área de rituais.

 

Fonte: Revista Galileu

Imagens: Globo, InfoEscola

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