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Armas feitas em impressoras 3D podem ser uma grande ameaça para todos

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A impressão em 3D é uma das maiores invenções das últimas décadas. Ela surgiu em 1984 e foi invetada por Chuck Hull, um norte americano do estado da Califórnia. Com o passar dos anos, essa tecnologia começou a ser mais utilizada. As impressoras 3D tornaram-se financeiramente acessíveis para pequenas e médias empresas, o que pôde fazer com que mais objetos fossem produzidos com essa tecnologia. Contudo, isso nem sempre é uma coisa boa, como por exemplo, ela sendo usada para a produção de armas.

No dia sete de outubro, os oficiais do Comando Especializado em Crimes da Polícia Metropolitana descobriram o que disseram ser uma “suspeita de fábrica de armas de fogo 3D improvisada” em uma casa em Londres.

De acordo com os oficiais, eles viram isso como “a ameaça emergente das armas de fogo 3D continua a evoluir”. E essa descoberta aconteceu na mesma época em que especialistas alertam sobre uma ameaça crescente.

Armas impressas em 3D

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As primeiras versões de armas impressas em 3D não eram confiáveis. No entanto, agora, de acordo com a Agência Nacional do Crime (NCA), elas são credíveis e viáveis.

“As últimas armas 3D são coisas que você definitivamente não gostaria de ver nas ruas do Reino Unido. São armas automáticas. São armas capazes de disparos múltiplos”, disse Matthew Perfect, da NCA, chefe do National Firearms Targeting Centre.

“Atualmente, os componentes impressos em 3D formam apenas algumas das peças necessárias para fazer uma arma, no máximo 80 a 90% da arma. Os principais componentes de metal, como o barril, normalmente precisam ser fabricados de maneiras mais tradicionais. E as armas ainda precisam de munição”, explicou ele.

Por conta disso, Perfect tem a confiança de que as armas ainda podem ser detectadas através de “processos normais de segurança”. Contudo, elas são difíceis de rastrear porque são fabricadas sem números de série.

O problema é realmente grande visto que a polícia está apreendendo armas impressas em 3D em maior número. Para se ter uma ideia, no começo do ano passado aconteceram 21 recuperações. Segundo Perfect, isso foi um aumento significativo com relação aos anos anteriores, mas ainda pequeno se comparado com as armas convencionais.

“Dificuldades em transportar armas através das fronteiras durante a pandemia do coronavírus podem ter contribuído para o interesse dos criminosos por armas impressas”, sugeriu ele.

Perigo

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Na visão de Peter Squires, professor de criminologia e políticas públicas da Universidade de Brighton, essa é uma ameaça que deve crescer. “As coisas mudaram muito rápido. Eu certamente anteciparia mais disso, a tecnologia está disponível e o software e os designs estão disponíveis na web”, pontuou.

Além disso, por mais que algumas armas “do tipo plástico”, como ele diz, continuem relativamente não confiáveis, elas ainda têm o poder de intimidar. “As armas só são disparadas em cerca de 20% dos crimes com armas de fogo”, ressaltou.

Já Rajan Basra, pesquisador sênior do Centro Internacional para o Estudo da Radicalização do King’s College London, disse que essa situação enfrentada pelo Reino Unido reflete uma tendência visível na Europa inteira.

Por mais que a maior parte dos extremistas violentos prefira armas estabelecidas, as impressas são uma alternativa para os que não conseguem ter as armas de fogo ilícitas.

Alerta

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“Vimos uma sucessão constante de extremistas procurando fazer armas impressas em 3D ou até mesmo usá-las. Vimos casos na Espanha, Suécia, Alemanha, Holanda e vários aqui no Reino Unido”, disse ele.

Segundo Basra, a maior parte desses casos envolvia membros de grupos de extrema-direita, já que outros grupos terroristas parecem menos interessados ​​na tecnologia. O pesquisador sugeriu que isso acontece porque as discussões em fóruns e comunidades extremistas de extrema direita às vezes incluíam instruções sobre como produzir armas impressas em 3D.

Contudo, Basra advertiu que elas estão “se movendo para o mainstream” e para as principais plataformas de internet.

Fonte: BBC

Imagens: BBC

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