Ciência e Tecnologia

Pesquisa de uma Universidade pode acabar com a necessidade de tratar diabetes com doses diárias de insulina

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Pesquisadores australianos da Monash University publicaram um artigo intitulado “Signal Transduction and Targeted Therapy” na revista Nature muito promissor. Isso porque o estudo poderia levar à regeneração da insulina nas células-tronco pancreáticas.

De acordo com a Diabetes Australia, esta é a doença que mais cresce no país. Atualmente, 1,8 milhão de australianos sofrem de diabetes e 500 milhões têm a doença em todo o mundo. Diante disso, a instituição diz que os australianos precisam repensar o diabetes:

“Todos os anos, 700.000 pessoas que vivem com diabetes enfrentam desafios de saúde mental ou emocional. Isso porque viver com diabetes não é fácil. Não é uma escolha. E não há dias de folga.”

O estudo

O estudo é liderado pelos especialistas em diabetes Dr. Keith Al-Hasani, Professor Sam El-Osta e Dr. Ishant Khurana, do Departamento de Diabetes da Monash. Assim sendo, os pesquisadores desenvolveram “um método revolucionário para regenerar células de insulina sem as preocupações éticas que são comumente associadas às células-tronco embrionárias”.

A Monash University observa que sua pesquisa “pode levar a uma potencial opção de tratamento para diabetes insulino-dependente, que é diagnosticada em sete crianças australianas todos os dias, resultando em um teste vitalício de glicose no sangue e injeções diárias de insulina, para substituir a insulina que não é mais produzida por um pâncreas danificado.”

Keith Al-Hasani, um dos autores do estudo, disse que “existem diferentes formas de diabetes e é uma doença que requer atenção implacável”. Desse modo, para o diabetes tipo 1, que geralmente se apresenta pela primeira vez quando os pacientes são crianças, são necessárias até cinco injeções de insulina por dia à medida que os jovens se ajustam à doença. Dr. Al-Hasani acrescenta que pacientes adultos podem administrar até 100 injeções por mês para controlar a doença.

Além disso, o professor El-Osta observa que, quando um indivíduo é diagnosticado com diabetes tipo 1 (DM1), muitas de suas células beta pancreáticas foram totalmente destruídas. Essas são as células que produzem a insulina.

Ele adiciona: “Os pacientes dependem de injeções diárias de insulina para substituir o que teria sido produzido pelo pâncreas. Atualmente, a única outra terapia eficaz requer transplante de ilhotas pancreáticas e, embora isso tenha melhorado os resultados de saúde para indivíduos com diabetes, o transplante depende de doadores de órgãos, por isso tem uso generalizado limitado”.

Um grande avanço no universo da diabetes

iStock/Getty Images

O coautor Dr. Khurana, pesquisador do grupo de pesquisa El-Osta do Departamento de Diabetes, disse: “estamos reprogramando células que geralmente não produzem insulina, para expressar insulina agora”. Ele adiciona: “Este é um grande avanço no universo do diabetes.”

Os principais interesses de pesquisa do Dr. Kurana são entender o papel das mudanças epigenéticas e da regulação transcricional implicadas na saúde e na doença humana. Assim, como especialista em análises comparativas e bioestatística para a integração de dados epigenéticos, o trabalho do Dr. Khurana é fundamental para projetos de grande escala como esses. Em 2017, ele também recebeu o ‘Young Investigator Award – East meets West Symposium’.

Os pais do Dr. Kurana migraram da Índia para a Austrália no início dos anos 1990, quando ele tinha 7 anos. Então, ele afirmou que as histórias sobre essa “doença humana complexa” na Índia e no Pacífico o motivaram a assumir esse campo de pesquisa.

“O peso dessa doença complexa em nossa comunidade e principalmente descobrir o desconhecido me motivou a aprofundar a pesquisa”. Dr. Khurana ressalta que o diabetes é muito comum em Fiji, com quase 1 em cada 3 fijianos diagnosticados com esta doença. Ele adiciona:

“Estou ansioso para trabalhar em colaboração com pesquisadores indianos e do Pacífico ativos neste campo para encontrar soluções que ajudem a comunidade.”

Revolucionário

Para o projeto atual, os pesquisadores estão usando um composto GSK126 que é aprovado para uso no tratamento de outra condição pela Food and Drug Administration dos Estados Unidos. Além disso, pesquisadores apontam que até agora este composto não foi usado para tratamento de diabetes na Austrália ou em outros lugares.

À medida que os casos de diabetes aumentam globalmente, pesquisadores em todo o mundo enfrentam o desafio de melhorar os tratamentos. Os pesquisadores da Monash reconheceram que ainda há um longo caminho a percorrer na pesquisa do diabetes antes que um tratamento potencial possa ser usado em humanos. Al-Hasani diz que “é necessário mais trabalho para definir as propriedades dessas células e estabelecer protocolos para isolá-las e expandi-las”. Ele adiciona:

“Eu acho que a terapia está muito longe. No entanto, isso representa um passo importante no caminho para a criação de um tratamento duradouro que possa ser aplicável a todos os tipos de diabetes”.

Fonte: Hypescience

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