Curiosidades

As promessas do maior observatório submarino do mundo, anunciado pela China

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O nosso planeta esconde segredos que nem mesmo os maiores cientistas conseguiram compreender. Por causa de sua imensidão e tempo de vida, diversas coisas ainda são segredos para nós. Um local que é cheio desses segredos é o mar. Além de fenômenos curiosos, ele tem chance de ser uma das partes mais inexploradas do planeta.

A profundidade dos oceanos é um dos motivos de o ser humano ainda não conhecer todas as partes desse lugar. Contudo, isso não impede os cientistas de quererem explorá-lo. Tanto é que, agora, os cientistas da China anunciaram que vão construir o primeiro telescópio de neutrinos em mar profundo do oeste do oceano pacífico.

Esse será o maior observatório submarino do mundo e estará no mar da China meridional. Através dele uma questão centenária poderá ser desvendada: a origem dos raios cósmicos.

O telescópio se chama Trident (Telescópio de Neutrinos em Águas Profundas Tropicais) e é parte de uma iniciativa liderada pela Universidade Jiao Tong de Xangai.

Telescópio submarino

Galileu

O observatório irá ficar ancorado no leito do mar, a uma profundidade de 3,5 quilômetros no oceano pacífico ocidental. Quando estiver em posição, ele irá escanear a água que o circunda buscando flashes de luz gerados quando neutrinos cósmicos colidem com moléculas de água.

De acordo com o Governo Popular Municipal de Xangai em um comunicado, os neutrinos são uma das partículas subatômicas mais abundantes no universo, tanto que centenas de trilhões deles são emanados do sol e passam pelos corpos humanos a cada segundo.

“Os neutrinos, conhecidos por sua capacidade fantasma de penetrar a matéria, podem escapar de eventos cósmicos intensos, como explosões de supernovas e erupções de buracos negros”, contou Jing Yipeng, líder do projeto.

Ainda conforme ele, isso faz com que essas partículas sejam ideais para estudar os fenômenos mais poderosos do universo e ao mesmo tempo conseguir deslumbres a respeito da física fundamental.

Como funcionará

Galileu

Segundo Xu Donglian, porta-voz do projeto, o objetivo do Trident é descobrir neutrinos da galáxia ativa NGC 1068 já em seu primeiro ano de operação. Ele irá usar a Terra como escudo e capturará partículas que penetram do lado oposto do nosso planeta.

Estando perto da linha do Equador, o telescópio submarino irá poder detectar neutrinos nos 360° do céu todo graças à rotação do planeta. Isso irá complementar o IceCube na Antártida e outros telescópios de neutrinos do Hemisfério Norte.

“Como o TRIDENT está perto do equador, ele pode receber neutrinos que vêm de todas as direções com a rotação da Terra, possibilitando observações abrangentes do céu sem pontos cegos”, afirmou Donglian.

Os cientistas irão ancorar 1,2 mil cordas verticais, como se elas fossem algas no leito do mar, de 700 metros de comprimento e espaçadas de 70 a 100 metros. Cada uma dessas cordas irá ter 20 módulos ópticos digitais de alta resolução.

Ao todo serão 12 quilômetros de área com quatro quilômetros de diâmetro, o que irá monitorar aproximadamente 8 km³ de volume de água marinha, vendo a interação dos neutrinos de alta energia.

Esse projeto deve durar até 20 anos. No entanto, a princípio, a ideia é ir aos poucos. Por isso que até 2026 os cientistas irão construir um telescópio em uma escala pequena, somente com 10 cordas, para que as tecnologias sejam testadas.

A previsão é que esse telescópio submarino fique pronto em 2030. Ele promete ser um grande avanço na pesquisa interdisciplinar de ponta em física de partículas, astrofísica, geofísica e também em ciências marinhas.

Exploração do mar

Galileu

Como dito, esse telescópio irá ajudar bastante a exploração do mar, o que é importantíssimo, já que esse ambiente é bastante difícil. Até porque, dentre os grandes desafios está o aumento da pressão da água conforme vai ficando mais profundo. Além disso, o oceano profundo é extremamente escuro porque a luz do sol é absorvida muito rápido pela água e não consegue ir até muito mais do que mil metros abaixo da superfície.

Por conta disso, as profundezas do mar foram divididas pelos cientistas. E a luz solar e a pressão da água são os fatores determinantes para qual tipo de vida irá sobreviver por lá.

Outro fator que faz com que a exploração dos oceanos seja difícil para os humanos são as correntes subaquáticas. Por mais que elas não sejam tão fortes como as vistas na superfície, elas envolvem grandes quantidades de água em seus movimentos.

Essas correntes podem ser levadas pelos ventos na superfície, que conseguem afetar a coluna de água embaixo, pelas marés profundas, ou então pelas diferenças de densidade da água.

Fonte: Galileu, Meteored

Imagens: Galileu

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