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As reflexões de Renato Russo escritas em papel de pão sobre os primeiros shows da Legião Urbana

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É quase impossível alguém do Brasil nunca ter escutado pelo menos uma música do Legião Urbana mesmo sem saber. Essa foi uma das bandas mais importantes do país, e seu vocalista era Renato Russo. Infelizmente, ele nos deixou muito cedo e como não só a banda, mas ele era muito querido, quando isso aconteceu, o Brasil inteiro ficou de luto.

A memória do músico se manteve viva com o passar dos anos. Agora, Marcelo Bonfá, baterista e ex-membro da banda, compartilhou em suas redes sociais fotos de um texto que Renato Russo escreveu à mão. O texto está escrito em um papel de pão, e nele o cantor contou a respeito da primeira apresentação da banda em Patos de Minas, em setembro de 1982.

Reflexões de Renato Russo

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No post, o baterista contou que o líder do Legião Urbana gostava de registrar os momentos que a banda vivia. Isso é possível ver no texto compartilhado em que Renato Russo escreveu a respeito da origem da banda quando eles estavam prestes a fazer o seu segundo show, que seria em Brasília.

“O grupo foi formado por Marcelo Bonfá (bateria, do Dado e o Reino Animal), Renato Russo (baixo, do Aborto Elétrico) e Eduardo Paraná (guitarra, do Boca Seca) em julho de 1982. A primeira apresentação foi no “Festival Rock no Parque”, realizado em Patos de Minas. Agora chega a vez de Brasília: esta é a nossa primeira apresentação aqui”, escreveu o cantor.

O cantor também reflete no texto a respeito de quais eram os princípios da banda, que acabou em 1996 depois que o músico morreu.

“Achamos que o importante é falar de coisas que acontecem com a gente: escolas, festas, cotidiano, como vemos o mundo, como o mundo nos vê. Chegou a hora do pessoal começar a se tocar [que] importante é fazer o que você quer e ficar bem com todo mundo que quer se divertir”, completou.

Primeiro show

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O primeiro show do Legião Urbana foi em 1982, em Patos de Minas, no festival “Rock no Parque”. Quem teve a ideia de fazer esse festival em um lugar que tinha um gosto maior pelo sertanejo foi o produtor Carlos Alberto  Xaulim.

“O Rock no Parque surgiu da vontade de fazer um evento com essa trilha sonora em Patos de Minas, uma cidade que historicamente sempre foi muito ligada à música caipira, à música sertaneja, até por conta da atividade econômica da cidade, que é forte na agricultura e pecuária”, explicou ele.

Um fato curioso é que mesmo a banda tendo feito show no festival, no cartaz não tem o nome “Legião Urbana”. Isso porque, o nome da banda está como “Aborto Elétrico”, que foi a primeira banda de Renato Russo, mas que acabou meses antes do festival.

“Quando eu entrei em contato com o Renato e convidei para se apresentar, a banda ainda chamava Aborto Elétrico. Talvez uns dez dias antes o Renato me ligou pedindo para mudar o nome da banda no material. Eu acho que eu devo ter sido muito cético com relação a essa mudança e não troquei, porque de Aborto Elétrico para Legião Urbana, eram ambas muito desconhecidas”, contou Xaulim.

Mesmo não tendo o nome trocado no cartaz, Renato Russo aceitou participar do festival mas falou o nome certo de sua banda durante a apresentação.

“Quando a gente foi começar a passagem de som, o técnico perguntou ‘quem é que pode passar o som aqui pra gente’. O Renato Russo se candidatou e começou passar o som, e nessa passagem ele já convidou a plateia: ‘pessoal, chega mais que o show da Legião Urbana já começou’. Ou seja, foi uma grande peculiaridade começar o show pela passagem de som”, lembrou o produtor.

Prisão pós show

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Esse primeiro show do Legião Urbana não terminou quando acabou. Isso porque, conforme contou Xaulim, depois do festival, Renato Russo foi detido e até convidado a deixar a cidade.

“Vieram me dizer que haviam prendido a Legião Urbana, que eles estavam lá em um posto policial. Cheguei lá e estava um bate-boca danado entre a polícia e o Renato Russo. Ele tinha cantado e pregado o voto em branco. A gente teria eleições em novembro e ele pregando que os políticos não eram merecedores do nosso voto, que precisava de mudar”. contou Xaulim.

Os membros da banda só foram liberados depois de uma discussão bem longa e com o acordo de que eles sairiam da cidade imediatamente. “Só que eles não estavam de carro e o próximo ônibus só sairia na madrugada. Foi preciso negociar com a polícia para que a banda pudesse ficar esperando o ônibus dentro do parque”, continuou o produtor.

Fonte: G1

Imagens: G1

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