Ciência e Tecnologia

Astrônomos descobrem buraco negro mais antigo já detectado

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Ao analisar os mais novos dados do Telescópio Espacial James Webb (JWST) da NASA, cientistas identificaram o buraco negro mais antigo já registrado, situado nos primórdios do Universo.

Os resultados da pesquisa, conduzida por uma equipe internacional liderada pela Universidade de Cambridge no Reino Unido, foram publicados em um artigo na revista Nature nesta quarta-feira (17).

O estudo revelou a existência desse fenômeno cósmico, que, de acordo com as conclusões, está progressivamente consumindo sua galáxia hospedeira até sua completa extinção.

Este buraco negro, datado de apenas 400 milhões de anos após o Big Bang e com uma massa equivalente a vários milhões de vezes a do nosso Sol, desafia as concepções convencionais sobre a formação e o crescimento desses eventos astronômicos.

Idade x astronomia

Via Nasa

A ideia teórica de objetos tão densos que nem mesmo a luz poderia escapar de sua atração gravitacional surgiu no século XVIII, com as contribuições de pensadores como John Michell e Pierre-Simon Laplace.

No entanto, o termo “buraco negro” só nasceu na década de 1960, proposto por John Archibald Wheeler.

O primeiro candidato a buraco negro foi Cygnus X-1, uma fonte de raios-X em uma binária de raios-X, identificada como tal em 1964.

Em 1971, o astrônomo David C. Bolton sugeriu que Cygnus X-1 era um buraco negro. Posteriormente, em 1972, os astrônomos confirmaram que Cygnus X-1 provavelmente hospedava um buraco negro.

Além disso, em 2019, a colaboração internacional Event Horizon Telescope (EHT) apresentou a primeira imagem direta de um buraco negro no centro da galáxia M87. Essa conquista histórica representou um marco significativo na astronomia e na compreensão dos buracos negros.

Dessa forma, as informações que temos sobre esses fenômenos são relativamente novas em comparação à idade do que seria o buraco mais antigo do universo.

Buraco negro mais antigo desafia conceitos

Desafiando a crença comum de que os buracos negros supermassivos se desenvolvem ao longo de bilhões de anos, essa recente descoberta levanta a possibilidade de diferentes trajetórias de formação, como a possibilidade de “nascerem grandes” ou de consumirem matéria a uma taxa cinco vezes maior do que inicialmente imaginado.

De acordo com os modelos estabelecidos, os buracos negros supermassivos têm origem no colapso de remanescentes de estrelas mortas e atingem aproximadamente cem vezes a massa do Sol.

Se esse padrão fosse seguido, o objeto recém-identificado levaria cerca de um bilhão de anos para alcançar o tamanho observado. No entanto, como mencionado, o Universo não tinha nem meio bilhão de anos quando esse buraco negro foi detectado.

Roberto Maiolino, professor de Astrofísica Experimental e líder da equipe, um renomado especialista, destaca que é extraordinariamente cedo no Universo encontrar um buraco negro de tal magnitude.

Isso suscita a necessidade de explorar outras formas de formação, considerando que, nas palavras de Maiolino, “as primeiras galáxias eram ricas em gás, tornando-se um verdadeiro banquete para esses objetos em crescimento”.

Como se comporta?

Via Nasa

Esse buraco negro está consumindo material de sua galáxia hospedeira para sustentar seu crescimento, porém, em uma intensidade muito superior à observada em seus equivalentes mais avançados.

A galáxia, conhecida como GN-z11, emite luminosidade proveniente do buraco negro em seu centro, não diretamente observado, mas identificado pela característica luminosidade do disco de acreção rotativo ao seu redor.

Segundo Maiolino, o crescimento voraz desse objeto não apenas é fascinante, mas também representa uma ameaça ao desenvolvimento da galáxia GN-z11.

Conforme explicação, o consumo excessivo de gás pelo buraco negro gera um vento ultrarrápido. Isso seria capaz de interromper o processo de formação estelar na galáxia, potencialmente levando a uma morte gradual e, consequentemente, ao seu próprio fim.

O avanço que JWST proporciona, com sua alta sensibilidade, é um salto gigantesco na exploração cósmica.

Especialistas apontam que essa nova era promissora pode revelar buracos negros ainda mais antigos nos próximos meses e anos. Isso permitirá que os cientistas desvendem os mistérios das diferentes formas de formação desses enigmáticos objetos cósmicos.

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: Nasa, Nasa

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