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Atleta trans vence corrida de 200m rasos na Itália pela 8ª vez e causa polêmica

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Valentina Petrillo, atleta trans da Itália, que nasceu biologicamente com o sexo masculino, conquistou o recorde nos 200 metros rasos na categoria feminina na semana passada. Com isso, ela agora soma oito vitórias em competições contra outras mulheres.

Antes conhecido como Fabrízio, Petrillo passou por tratamento hormonal e recebeu autorização para competir contra atletas com mais de 50 anos.

Seus resultados têm surpreendido técnicos, adversárias e até mesmo indivíduos politicamente progressistas.

Via Informales

Ao analisar o desempenho de Petrillo, o estatístico Marco Alciator afirmou que ela não merece elogios, pois se estivesse competindo na categoria masculina, sua marca não estaria nem mesmo no top 10 dos recordes.

A competição em que Petrillo venceu viralizou nas redes sociais devido ao fato de nenhuma outra mulher ter completado os 200 metros tão rapidamente (26 segundos) antes.

Após a corrida, os torcedores questionaram o resultado e gritaram o nome de Cristina Sanulli, que ficou em segundo lugar. Essa não foi a primeira vez que as competidoras contestaram a superioridade física de Valentina.

Mais de 30 atletas italianas chegaram a assinar uma petição, levantando preocupações sobre a competição “injusta” devido à vantagem física da atleta trans.

Carreira

Via Carta Capital

Valentina Petrillo se tornou a primeira atleta transgênero a integrar a seleção italiana de atletismo, competindo em provas de 100 a 400 metros rasos na categoria feminina.

Ela ganhou visibilidade ao se preparar para o Campeonato Europeu de Atletismo Paraolímpico, que aconteceu na Polônia, com o objetivo de entrar nas Paraolimpíadas de Tóquio 2021.

Em várias entrevistas, a atleta trans afirmou ser um sonho se tornando realidade, vestir a camisa da seleção italiana como mulher. Além disso, disse que foi um sinal de que é universalmente aceita.

Também permaneceu confiante em sua carreira, sendo uma das poucas atletas a ter tantas vitórias na mesma modalidade.

Na época, recebeu apoio da Itália para entrar na equipe, mesmo sendo atleta trans, e teve seus direitos garantidos como mulher.

As mulheres só conseguiram competir a partir de 1900, quando entraram nos Jogos Olímpicos. No entanto, as atleta trans só receberam permissão muito depois. Até 2003, não era possível discutir sobre o assunto e os atletas transgêneros não eram reconhecidos no cenário esportivo competitivo.

Ajuda

Via R7

Em 2003, o Comitê Olímpico Internacional iniciou uma abertura para a questão da inclusão de atletas trans, mas com condições específicas.

Os atletas teriam que se submeter à cirurgia de mudança de sexo, fazer terapia hormonal por dois anos e apresentar documentos de identidade com certificação legal do gênero.

Em 2016, mudanças importantes foram feitas nas regras com a colaboração da Dra. Joanna Harper, uma corredora canadense transexual que liderou uma comissão médica.

A cirurgia se tornou opcional e a reposição hormonal continuou sendo necessária. Atletas MtF precisam demonstrar um nível de testosterona abaixo de 10 nmol/L pelo menos um ano antes das competições, enquanto os FtM podem competir sem restrições.

Durante o período de 2003 a 2016, não houve registro de nenhum atleta transgênero participando dos Jogos Olímpicos de inverno ou verão.

Valentina, por sua vez, iniciou sua terapia hormonal em janeiro de 2019 e notou mudanças significativas em seu corpo.

Em três meses de terapia hormonal, ela perdeu quase 12 segundos nos 400 metros, além de 2,5 segundos nos 200 metros e quase um segundo nos 100 metros.

Embora esses dados sejam apoiados por estudos científicos, a atleta trans admite que a terapia hormonal a afetou negativamente em seu desempenho esportivo, pois ela não corre mais como antes.

Atletas trans podem competir?

Via UFGRS

Sim, atletas trans podem competir em competições esportivas. No entanto, as regras variam de acordo com cada esporte e organização esportiva.

Em geral, a maioria das organizações esportivas permite que atletas transgênero participem de competições de acordo com seu gênero identificado, desde que cumpram certos critérios.

Por exemplo, devem ter passado por um determinado período de terapia hormonal e/ou cirurgia de redesignação sexual.

No entanto, a questão ainda é controversa em alguns esportes, e algumas organizações exigem que atletas transgênero compitam na categoria correspondente ao sexo biológico de nascimento.

 

Fonte: Carta Capital, Revista Oeste

Imagens: R7, Carta Capital, Informales

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