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‘Avatar 2’ pode realmente consolidar uma transformação do cinema

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Depois de uma espera de 13 anos, finalmente o primeiro trailer da sequência de “Avatar”, o filme de maior bilheteria de todos os tempos, foi lançado. Chamado “Avatar: The Way of Water”, o novo filme de James Cameron chegará aos cinemas no dia 16 de dezembro, depois de vários atrasos desde sua primeira data prevista em 2014. Mas a dúvida que fica no ar é: será que Avatar 2 conseguirá revolucionar o cinema assim como o primeiro filme?

O primeiro filme é mais um marco tecnológico do que um fenômeno cultural. O filme foi lançado em uma época que o 3D estereoscópico voltou renovado e visto como uma salvação dos cinemas. Contudo, atualmente o 3D perdeu esse “quê” de novidade nos cinemas, mesmo que continue sendo uma tecnologia de grande impacto no mundo dos games. E talvez isso não acontecesse se não fosse por Avatar.

Então, se não a tecnologia 3D, qual seria o possível impacto e legado de Avatar 2? Na visão de especialistas, a tecnologia ainda continuará sendo um ponto central, no entanto, agora de modo invertido. Ou seja, ao invés de um sentido de padronização, uma exclusão. O segundo filme, assim como os demais dessa franquia, não viria para dar um sacode na indústria, mas sim para consolidar uma transformação que já está acontecendo na experiência da sala de cinema vista como um artigo de luxo.

Transformação

Senas nerd

Em 2013, George Lucas fez a previsão de que ir ao cinema iria ficar cada vez mais caro e parecido com a experiência de conseguir comprar um ingresso para um musical da Broadway. Pode parecer um pouco demais, mas tal previsão tem ficado cada vez mais intensa e foi acelerada pela pandemia.

Mesmo tendo arrecadado 2,8 bilhões de dólares, Avatar não conseguiu reverter o fenômeno visto que é cada vez menos pessoas indo aos cinemas. Nos EUA, por exemplo, a cada ano o número de ingressos vendidos é cada vez menor. Por isso não é impensável que logo menos ir ao cinema se tornará uma experiência exclusiva que será ditada não pelos filmes que estão em cartaz, mas pelo prazer de voltar à sala escura do cinema.

Atualmente, os filmes da Marvel, que são os campeões em levar pessoas ao cinema, não têm o aspecto de excelência ou novidade técnica que faria de vez a ida ao cinema ser uma experiência tecnológica. E tomando as falas de Cameron e do produtor Jon Landau feitas na CinemaCon, Avatar 2 é um bom candidato a fazer isso.

Nesse evento, os estúdios de cinema levam as prévias dos seus lançamentos para falar sobre eles. No caso de Avatar 2, foi dito que ele é o filme “com mais versões já lançado”, fazendo referência a diferentes especificações de 4K, 3D, frame rate, idiomas, sistemas de som e tamanho de tela que esse filme comporta, e variará dependendo do nível do equipamento da sala de cinema.

Avatar 2

Isso mostra o protagonismo do aspecto técnico. O que faz sentido, já que o impacto cultural do primeiro filme lançado em 2009 é pequeno se comparado aos filmes da Marvel, Star Wars e Harry Potter. Por conta disso, o que resta a Avatar é se basear em um aspecto que Cameron domina: o pioneirismo tecnológico.

Contudo, Avatar 2 não parece que virá para causar uma revolução em inovação como o primeiro filme, que fez com que toda indústria se adequasse e se modernizasse, além de ajustar o preço dos ingressos.

Quem assistir a Avatar 2 em uma sala de cinema com equipamento menor irá ter uma experiência incompleta. Já quem optar por ver em salas VIP, com um som Dolby melhor, finalmente terá a quantia gasta no ingresso justificada. Isso porque o filme foi projetado para ser uma experiência elitista de tecnologia.

Fonte: Omelete

Imagens: YouTube, Senas nerd

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