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Brasileiros reconstroem rosto de crânio de 9 mil anos

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Os fósseis dão aos cientistas a possibilidade de entender vários aspetos do passado e de como foi a vida nesse tempo. Alguns deles acabam se tornando mais famosos do que outros por alguns fatores. Um exemplo disso é o chamado “Crânio de Jericó”. Ele é um crânio de um ser humano que viveu nove mil anos atrás. Mesmo que se soubesse disso, até o momento, ninguém sabia como era o rosto dessa pessoa.

Contudo, isso mudou esse ano, porque um grupo de pesquisadores brasileiros usou uma técnica de reconstrução facial e revelou como era o rosto desse crânio. Quem liderou esse estudo foi Cicero Moraes, designer 3D, o professor de odontologia Thiago Beaini e o arqueólogo Moacir Elias Santos.

Além de revelar o rosto do crânio, esse estudo também trouxe avanços no método que usou quando comparado com o usado pelo Museu Britânico em 2016. Na época, os especialistas fizeram um modelo tridimensional do crânio se baseando em uma microtomografia computadorizada.

“Eu não diria que a nossa é uma atualização, é apenas uma abordagem diferente, mas há maior coerência estrutural, anatômica e estatística”, disse Moraes.

Crânio

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Agora, nesse novo estudo, os pesquisadores brasileiros conseguiram traçar detalhes do rosto do crânio através de uma análise da anatomia dos restos mortais. Tendo uma aproximação facial, eles colocaram boca, nariz e orelhas. Além disso, também adicionaram pelos com base no clima da região.

O Crânio de Jericó foi encontrado em 1953 durante as escavações lideradas pela arqueóloga Kathleen Kenyon. Junto com ele estavam mais seis cabeças, também enterradas na cidade de Jericó. Todas elas estavam enroladas por gesso e tinham sido preenchidas com terra e búzios foram colocados em suas cavidades oculares.

Desde que ele foi descoberto, uma dúvida que sempre ficou na cabeça dos pesquisadores era se o crânio pertencia a um homem ou uma mulher. A priori, pensou-se que ele fosse de uma mulher por causa de uns traços ambíguos encontrados.

No entanto, através de análises feitas com tecnologias mais recentes, viu-se que existe uma presença maior de aspectos masculinos. “Ossos grandes, nariz com ângulo mais fechado e palato profundo são algumas das características que indicam material pertencente a um homem ‘robusto'”, descreveu o artigo.

Reconstituição

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Além disso, com a reconstituição facial feita pelos brasileiros vê-se que o Crânio de Jericó era um homem com cabelos escuros com idade entre os 30 e 40 anos. Essa estimativa da idade foi por conta de como uma lesão em seus ossos foi curada.

Outro estudo mais detalhado foi feito nos arcos dentais do crânio. Ele mostrou que o homem tinha cáries, lesões e desgastes. Ele também tinha dois abcessos, o que sugere que o homem pode ter tido problemas dentários. Os pesquisadores também identificaram um alongamento artificial do crânio quando o homem era mais jovem. No entanto, eles ainda não sabem o motivo de isso ter sido feito.

Mistérios

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Mesmo tendo uma reconstrução recente, alguns mistérios ainda permanecem, como por exemplo, primeiro se especulou que esses crânios encontrados por Keynon eram dos primeiros habitantes da cidade de Jericó. Contudo, uma descoberta mais para frente, com mais de 50 crânios enterrados da mesma forma, sugeriu que o crânio era, na realidade, uma relíquia de alguma prática religiosa.

Entretanto, como apenas o crânio de Jericó do Museu Britânico foi analisado até agora, os pesquisadores acreditam que apenas com uma análise completa de todo o material é que irá ajudá-los a responder alguns desses mistérios que ainda existem a respeito desses restos mortais.

“Há muito mistério em torno desse material. Graças às novas tecnologias estamos descobrindo coisas novas sobre as peças, mas ainda há muito a ser estudado”, concluiu Moraes.

Fonte: Live Science

Imagens: Live Science

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