Os carros são veículos motorizados com rodas usados para o transporte. Foi no século XX que eles se popularizaram no mundo todo e que as economias se desenvolveram sendo bem dependentes deles. O carro moderno nasceu em 1886 quando Karl Benz patenteou seu Benz Patent-Motorwagen.
Desde então, os carros se modernizaram com o tempo para atender as novas necessidades dos consumidores. No entanto, os carros antigos parecem estar tomando um lugar de importância novamente. Isso porque modelos antigos brasileiros, principalmente os da Volkswagen, que têm o motor refrigerado a ar como o Fusca, Kombi e Brasília, tornaram-se produto de exportação. Com isso, desde o começo da pandemia, seus preços dispararam.
Além disso, com a desvalorização do real com relação ao dólar e ao euro, os modelos originais e que estão em um estado de conservação bom podem passar fácil dos 200 mil reais. Esses carros são vendidos para os colecionadores dos EUA e da Europa.
Carros antigos
Não somente gringos têm se interessado pelos modelos brasileiros. Um empresário paulista que mora em Orlando, na Flórida, desde 1997, também está nesse mesmo caminho. Ele importa os carros do Brasil e atualmente tem aproximadamente 25 carros clássicos nacionais.
Já o administrador de empresas Carlos Alberto Calçada Bastos, de 69 anos, tem sete unidades do modelo VW SP2 e impressionantemente seus modelos ofuscam marcas conhecidas mundialmente como Ferrari e Lamborghini nas exposições automotivas nos EUA. Tanto é que os carros do homem costumam ser até premiados.
Além desse modelo, a coleção de Carlos é composta por modelos fora de série que tem o motor Volkswagen a ar e carroceria de fibra de vidro. Exemplo disso são o Puma, Miura e Bianco S, todos carros bem raros e com alta valorização nos EUA.
“Desde criança, sempre gostei de tudo que tenha motor, mas minha predileção é por esportivos brasileiros lançados na década de 1980. Neles, você sente mais o carro, pois não tem direção hidráulica nem freio assistido”, disse Carlos.
Bianco S vs. Ferrari
Mesmo tendo uma Ferrari 599 GTB, um carro moderno e com motor V12, Carlos revela que gosta mais de dirigir algum dos seus Bianco S que têm o motor VW 1600 do que o automóvel da consagrada marca.
O carro em questão foi criado por Toni Bianco, no Brasil. Ele é um carro esportivo batizado com o sobrenome do seu criador e pode chegar a custar mais do que 160 mil reais.
“Bianco, Puma e Miura são carros raríssimos e despertam muita curiosidade nos Estados Unidos. Meus fora de série com carroceria de fibra de vidro e motor de Fusca costumam chamar mais a atenção do que Ferrari e outras marcas consagradas nos eventos”, contou o administrador.
Junto com o filho Daniel, que é formado em mecânica, Carlos mantém, ele mesmo, os carros da sua coleção na oficina que ele montou em sua própria casa. O administrador contou que anda regularmente com seus automóveis esportivos brasileiros. Segundo ele, em um dia ele rodou mais de 400 quilômetros com um de seus automóveis.
VW SP2 vs. McLaren
Esse modelo da Volkswagen teve pouco mais de 10 mil unidades fabricadas. Elas foram feitas entre 1972 e 1976 e só existiram em nosso país. Sua importância é tanta que tem até um modelo guardado no museu da Volks em Wolfsburg, na Alemanha.
O administrador teve dois de seus modelos, um SP2 laranja 1975 e outro bege 1974, premiados em exposições dos EUA. “Em um desses eventos, o organizador colocou meu SP2 no melhor lugar da feira. No fim do encontro, todo mundo ficou tirando fotos do Volkswagen. Teve gente que virou a cabeça para admirar o SP2 saindo e ignorou uma McLaren logo ao lado”, lembrou ele.
De acordo com o administrador, ele comprou todos seus carros nacionais aqui no Brasil, menos um Puma que foi comprado já nos EUA. Quando eles chegaram lá, eles chegam como automóveis de coleção e são registrados e emplacados para poderem rodar no novo país.
No entanto, vários dos carros ainda têm a placa da frente brasileira. Isso pode acontecer porque, conforme Carlos explica, pelo menos na Flórida, somente a placa de trás é obrigatória e deve ser do padrão dos EUA. Sendo assim, a placa da frente pode ser usada somente como um item decorativo.
Como os carros são muito valiosos nos EUA, o administrador conta que sempre recebe propostas e é sondado sobre uma possível venda dos seus automóveis, o que ele não tem intenção nenhuma de fazer.
“Muita gente importa carros brasileiros como VW Brasília e SP2 para revendê-los aqui, nos Estados Unidos. Volta e meia surge alguém especulando preço de determinado carro da minha coleção, mas não pretendo fechar negócio”, disse ele.
Fonte: UOL
Imagens: UOL