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Cerca de 1/3 das geleiras que são Patrimônios Mundiais podem desaparecer

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Um relatório das Nações Unidas concluiu que parte das geleiras mais famosas do mundo podem derreter e sumir em três décadas.

O aquecimento global pode fazer desaparecer um terço das geleiras que são patrimônios mundiais da Unesco. Entre elas estão as da região das Dolomitas, na Itália; as dos parques nacionais de Yellowstone e de Yosemite, nos Estados Unidos; e as que estão localizadas no monte Kilimanjaro, na Tanzânia.

De acordo com matéria do Jornal Nacional, os patrimônios mundiais estão perdendo 58 bilhões de toneladas de gelo a cada ano. Metade da humanidade depende de forma direta ou indireta das geleiras como fonte de água para uso doméstico, agricultura e energia. Esse derretimento acelerado causa um aumento no risco de desastres naturais.

O cearense Tales Carvalho Resende, um dos autores da pesquisa, afirma que até os brasileiros que vivem longe de geleiras precisam se preocupar.

“De fato o derretimento das geleiras traz impactos tanto locais como globais. Uma geleira que está derretendo no Alasca vai fazer com que haja mais água nos oceanos e, consequentemente, alguém que mora, por exemplo, no Ceará pode sentir os efeitos desse aumento do nível do mar”, explica.

Salvar as geleiras

Foto: Danting Zhu/ Unsplash

Os autores do relatório afirmaram que ainda é possível salvar as geleiras de dois terços dos patrimônios mundiais caso o aumento da temperatura global não passe de 1,5ºC em relação ao período pré-industrial. 

O assunto é o centro dos debates da COP27, a Conferência da ONU para o Clima, que começou no dia 06 de novembro, no Egito.

“Por se tratar de locais icônicos, esses sítios de patrimônio mundial, a mensagem é muito mais forte. E através dessa mensagem de esperança, na qual, por exemplo, se reduzirmos de maneira drástica as emissões de CO2, podemos salvar essas geleiras, a mensagem pode chegar até os tomadores de decisão para que hajam compromissos mais ambiciosos para a redução desses gases de efeito estufa”, afirma Tales.

Geleiras nos Alpes estão derretendo mais rápido

Foto: REUTERS/ Arnd Wiegmann

Outra informação sobre o futuro das geleiras, é que as localizadas nos Alpes Suíços estão derretendo mais rápido, de acordo com os cientistas.

Neil Entwistle, professor de Ciência Fluvial e Resiliência Climática da Universidade de Salford, estuda a região há 19 anos e afirma que nunca viu um verão tão extremo como o de 2022. Isso fez com que as geleiras perdessem uma média de 6,2% de seu gelo, anteriormente a porcentagem era de cerca de 2%.

As rajadas de neve que voltaram a cair formarão camadas para proteger e refletir 90% da radiação do Sol de volta à atmosfera e limitar o aquecimento e o derretimento do gelo.

Quando a neve que cai durante o inverno não derrete durante o verão, ela aumenta a massa de uma geleira. No entanto, nos últimos anos, as camadas protetoras de gelo não eram espessas o bastante para conter as fortes temperaturas do verão, e com isso as geleiras ao redor do mundo começaram a definhar desde o fim do século XIX.

Areia do deserto do Saara e forte onda de calor

Foto: Reprodução/ swisstopo and VAW / ETH Zurich

No caso dos Alpes, o inverno anterior teve pouca queda de neve, e por isso as geleiras não estavam bem preparadas para o verão. Além disso, a primavera foi bastante dura, já que os padrões climáticos atmosféricos naturais levaram a poeira do Saara para a Europa e cobriram a paisagem alpina.

Como a poeira absorve mais energia solar que a neve, que acabou tingida de laranja, as geleiras derreteram mais rápido.

Também vale destacar que a onda de calor que atingiu a Europa teve impacto direto nos Alpes. Em julho, a região parecia estar com o clima de setembro: sem neve, rios alimentados por gelo fluindo em seu pico.

Vale destacar que a última vez que as geleiras tiveram uma estação extrema de derretimento foi em 2003. Na época, as temperaturas estavam muito altas em toda a Europa e uma onda de calor matou pelo menos 30 mil pessoas. Naquele ano, 3,8% do gelo das geleiras derreteu em toda a Suíça.

Fonte: Jornal Nacional, Olhar Digital

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