Ciência e Tecnologia

China planeja colocar telescópios na órbita da Lua em 2026

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Na conferência Astronomy From the Moon em Londres no início deste ano, a China divulgou que pretende lançar telescópios na órbita lunar até 2026.

Essa informação foi confirmada por Xuelei Chen, astrônomo da Administração Espacial Nacional da China (CNSA).

O objetivo da agência espacial chinesa é estabelecer uma constelação de telescópios na órbita lunar, aproveitando a facilidade teórica de instalação nesse ambiente.

Chamado de Projeto Hongmeng, ou “Descobrindo o Céu no Comprimento de Onda Mais Longo”, esse conjunto de telescópios deve ser concluído por volta de 2026.

Segundo o site Space, a constelação operará como um sistema de radiotelescópio espacial, composto por um satélite principal conectado a outros oito minissatélites.

Via Pexels

Os satélites menores terão a responsabilidade de coletar os sinais de rádio no espaço, enquanto o satélite principal processará os dados coletados e os transmitirá de volta à Terra.

Em uma situação hipotética em que a CNSA decidisse implantar um telescópio na superfície lunar, seria necessário desenvolver uma infraestrutura terrestre significativa.

Mas os cientistas não terão que construir um centro de comando na Terra, pois uma rede de satélites orbitará a Lua.

Conforme explica o responsável, fazer isso de uma órbita em vez de uma superfície tem vários benefícios, pois é mais fácil do ponto de vista da engenharia.

Não há necessidade de pousar e estacionar e, como o período orbital lunar é de duas horas, ele pode usar a energia solar com mais facilidade do que na superfície lunar. Afinal, observar a lua à noite requer suprimento de energia por quase 14 dias.

China e telescópios na órbita lunar

Os cientistas também enfatizam que os telescópios na órbita desempenharão um papel crucial no monitoramento de sinais cósmicos em uma região específica do espectro eletromagnético.

Essa região do espectro, inclusive, pode fornecer informações valiosas sobre a Idade das Trevas, um período que ocorreu centenas de milhões de anos após o Big Bang.

Em 2019, a China tentou lançar uma constelação de satélites na órbita da Lua, com os microssatélites Longijang 1 e Longijang 2, no entanto, apenas um deles conseguiu se estabilizar na órbita.

Segundo Chen, ao olhar para a porção de baixa frequência do espectro eletromagnético, é possível ver que sabemos muito pouco sobre a região abaixo de 30 MHz devido à forte absorção na atmosfera da Terra.

É efetivamente uma região vazia no espectro eletromagnético. Portanto, o objetivo é descobrir a última janela eletromagnética do universo.

Lua e descobertas

Via Pexels

Diversos estudos se tornam possível graças a telescópios na órbita lunar, propícia para esse tipo de anexo.

Isso porque a órbita da Lua fornece um ambiente mais estável para os telescópios em comparação com a superfície lunar.

Na superfície, há várias perturbações, como variações de temperatura, vibrações sísmicas e o fato de que a Lua não possui uma atmosfera para proteger os equipamentos de impactos de meteoroides.

Na órbita lunar, essas perturbações são reduzidas, permitindo uma observação mais precisa e contínua.

Além disso, ao colocar telescópios na órbita lunar, é possível ter uma visão mais abrangente do espaço.

Enquanto telescópios baseados na Terra estão limitados pelas restrições atmosféricas e pela rotação da Terra, no espaço eles podem observar o espaço sem essas limitações. Isso possibilita a observação de regiões específicas do céu por períodos mais longos.

Ainda, vale reforçar sobre a energia de utilização, com disponibilidade maior do que teríamos na Terra.

Além disso, a instalação e operação de telescópios em outras superfícies exigiriam uma infraestrutura complexa, incluindo pouso, implantação e fornecimento de energia constante.

Ao colocar os telescópios na órbita lunar, esses desafios são minimizados. Não é necessário um pouso preciso ou infraestrutura terrestre robusta. Dessa forma, a engenharia é simplificada, o que facilita o desenvolvimento e a implantação dos telescópios.

Portanto, a órbita lunar oferece um ambiente mais estável, acesso amplo ao céu, disponibilidade de energia solar constante e simplificações na engenharia, tornando-a uma opção atraente para a instalação de telescópios, e a China entrou oficialmente nesse meio.

 

Fonte: Tecmundo

Imagens: Pexels, Pexels

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