O cérebro é, sem dúvidas, um dos órgãos mais importantes, complexos e incríveis do corpo humano. Ele é o responsável por tudo que fazemos. Pela forma com que percebemos o que está em nossa volta, por guardar informações, por desenvolver sentimentos, enfim, são inúmeras suas funções. É tão verdade que, se alguma coisa estiver errada, por menor que seja, podemos ter grandes problemas.
O cérebro humano médio pesa cerca de 1,4 kg, mede 14 centímetros de largura, 13 de altura e representa apenas 2% do peso corporal. Mesmo sendo tão pequeno, contêm todas as informações de nossas vidas, escondendo os maiores mistérios.
É sabido que ele tem um sistema de eliminação de resíduos que impede que os nerônios mortos e tóxicos obstruam as vias biológicas. E os cientistas conseguiram capturar, pela primeira vez, um vídeo desse processo. Em suma, eles conseguiram isso em testes de laboratórios com ratos.
Eliminação
Ainda não é muito sabido como os nerônios mortos são eliminados e como o cérebro reage a eles. Por isso, essa nova pesquisa pode ser um passo significativo para essa descoberta. Mesmo que ainda não tenha sido confirmado que os cérebros humanos funcionam da mesma forma.
“É a primeira vez que o processo é visto em um cérebro de mamífero vivo”, disse o neurologista Jaime Grutzendler, da Escola de Medicina de Yale, em Connecticut.
Essas descobertas podem ajudar nos tratamentos para o declínio cerebral que é relacionado com a idade e também para os distúrbios neurológicos. Sabendo mais sobre como a limpeza cerebral funciona, os cientistas podem diagnosticar melhor o que acontece quando alguma coisa dá errado.
Nesse estudo, a equipe se concentrou nas células da glia, que são responsáveis por fazer o trabalho de limpeza no cérebro. Para isso, eles usaram uma técnica chamada 2Phatal. Para conseguir direcionar uma única célula cerebral para apoptse, que é a morte celular, em um mouse. Depois disso, eles seguiram a rota das células gliais usando marcadores fluorescentes.
“Em vez de bater no cérebro com um martelo e causar milhares de mortes, induzir uma única célula a morrer nos permite estudar o que está acontecendo logo após as células começarem a morrer. E observar as muitas outras células envolvidas. Isso não era possível antes. Podemos mostrar com muita clareza o que exatamente está acontecendo e entender o processo”, explicou Grutzendler.
Processo
Nessa observação, três tipos de células gliais, microglia, astrócitos e células NG2, mostraram estarem envolvidas no processo de remoção de células altamente coordenado. Posteriormente, tirou o neurônio morto e qualquer via de conexão com o resto do cérebro.
Os pesquisadores viram que uma microglia envolve o corpo do neurônio e os seus principais ramos. E os astrócitos tem como alvo dendritos de conexão menores para remoção. E eles acham que o NG2 ajuda a impedir que os detritos das células mortas se espalhem.
Além disso, os pesquisadores também demonstrara que se um tipo de célula glial perdesse o neurônio morto seja por qual for o motivo, outros tipos de células iriam assumir o papel delas no processo da remoção de resíduos. Isso sugere que existe algum tipo de comunicação entre as células gliais.
A pesquisa também descobriu que os cérebros de ratos mais velhos eram menos eficientes na eliminação de células neurais mortas. Mesmo que as células de remoção de lixo parecessem ter a mesma consciência que uma célula moribunda.
Observações
Essas observações podem ser uma boa oportunidade para as pesquisas futuras. E pode dar aos especialistas uma visão de como os cérebros mais velhos começam a falhar de várias formas. Conforme os serviço de coleta de lixo começa a desacelerar ou até mesmo quebrar.
Com tudo isso, um dia poderão ser desenvolvidos novos tratamentos que poderão assumir esse processo de limpeza em nome do cérebro. E não apenas em idosos, mas também nas pessoas que sofreram algum tipo de trauma na cabeça.
“A morte celular é muito comum em doenças do cérebro. Compreender o processo pode fornecer informações sobre como lidar com a morte celular em um cérebro lesionado. Desde traumatismo craniano a acidente vascular cerebral e outras condições”, concluiu o neurologista Eyiyemisi Damisah , da Faculdade de Medicina de Yale.
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