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Como funciona a pílula anticoncepcional?

anticoncepcional masculino
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A pílula anticoncepcional é uma das formas mais comuns de se evitar uma gravidez indesejada no mundo atualmente. Há décadas, no Brasil, a pílula faz parte do cotidiano das mulheres.

Contudo, poucas pessoas sabem como a pílula anticoncepcional funciona para além da ingestão. Como ela age no corpo? Por que ela foi criada na forma de pílula, afinal?

A pílula é um remédio à base de hormônios, sendo o principal contraceptivo utilizado pela maior parte das mulheres. Tomado diariamente, oferece uma proteção de 98% contra uma gravidez indesejada.

Assim, alguns exemplos de pílula anticoncepcional são Yasmin, Cerazette e Diane 35, mas o tipo da pílula varia de caso para caso. Por essa razão, uma consulta com ginecologista é indicado.

O uso desse método contraceptivo possui algumas vantagens sobre outros métodos. Por exemplo, a regulação da menstruação, combate da acne e diminuição das cólicas menstruais. Por outro lado, o método também possui desvantagens, como não proteger contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e efeitos colaterais, como dor de cabeça e enjoo.

Como funciona a pílula anticoncepcional?

A pílula atua inibindo a ovulação por conta da presença de hormônios em sua composição. Dessa forma, o processo de ovulação é uma das fases do ciclo menstrual em que o óvulo é liberado pelo ovário e chega até as trompas. Então, segue rumo ao útero para ser fecundado. Logo, a mulher que faz seu uso não entra em período fértil.

Por isso, mesmo que haja ejaculação no interior do canal vaginal, os espermatozóides não têm acesso a qualquer óvulo para fecundar, impossibilitando a gravidez.

Porém, esse não é o único efeito da pílula anticoncepcional. Ela também impede a dilatação do colo do útero, o que diminui a entrada de espermatozoides e evita que o útero tenha condições para o desenvolvimento de um feto.

Para tal, o comprimido contém uma combinação de hormônios, geralmente estrogênio e progesterona sintéticos.

Origem da pílula

Reprodução

O desenvolvimento da pílula anticoncepcional começou em 1950, quando Margaret Sanger, fundadora do ONG Planned Parenhood, que defende direitos reprodutivos, entrou em contato com um cientista chamado Gregory Pincus. O objetivo era começar a fazer um contraceptivo fácil de usar e seguro.

Dessa forma, o cientista trabalhava em um laboratório independende em Massachusetts, chamado a Fundação Worcester de Biologia Experimental. No entanto, nessa época, era ilegal distribuir métodos contraceptivos nos Estados Unidos, com isso, os pesquisadores encontraram um sério problema.

Sem conseguir distribuir o produto para realizar os testes, eles encontraram uma forma questionável para tal. “A primeira coisa louca é que [os pesquisadores] precisam provar que a progesterona e o estrogênio [dois hormônios] podem interromper a ovulação”, disse Jonathan Eig, autor do livro O Nascimento da Pílula.

Métodos questionáveis

“Como eles vão superar esse obstáculo, se você não pode testar isso em mulheres? eles basicamente disseram a eles: ‘Isso vai deixar você realmente infértil, mas então você pode engravidar depois disso'”.

Naquela época, para aprovar um medicamento, era necessário testá-lo em exatamente 130 mulheres, mas os pesquisadores não possuíam esses números. Então, Pincus usou outros termos.

“Para tornar seus estudos mais impressionantes, [Pincus] parou de falar sobre o número de mulheres que participam de testes”, escreveu Eig em seu livro. “Na verdade, ele parou completamente de falar sobre as mulheres. Em vez disso, ele falou sobre o número de ciclos menstruais observados nos experimentos. ‘Nos 1.279 ciclos durante os quais o regime de tratamento foi meticulosamente seguido’, escreveu ele em um estudo, ‘não foi contatado uma única gravidez.'”

“Eles deram 40.000 pílulas, mas apenas cerca de 100 mulheres estavam tomando essas pílulas. Nunca poderia ter sido aprovado se eles entregassem essa pesquisa hoje. Esta é uma droga que eles estão propondo para pessoas saudáveis ​​tomarem todos os dias. Não é como estourar uma aspirina de vez em quando.”

Assim, tiveram de ir para Porto Rico para realizar mais testes, que era onde as mulheres estavam “dispostas” a participarem. Lá, a Constituição não barrava a distribuição da pílula, mas mulheres ainda não tinham o desejo de participar dos estudos de uma droga ainda não comprovada e segura.

Os pesquisadores usaram da manipulação, chamando estudantes universitárias e ameaçando-as com notas baixas caso não participassem. Além disso, testaram a droga em insitituições de tratamento de saúde mental, onde seria possível aproveitar de pessoas vulneráveis e sem supervisão.

A Igreja Católica

Dessa forma, após os testes, a pílula precisou enfrentar conservadores religiosos. Contudo, com a ajuda do médico John Rock, um católico devoto que convidou as primeiras mulheres do estudo, esse peso foi aliviado.

“Ele não precisava se vender por isso”, disse Eig. “Rock acreditava que a Igreja Católica estava errada e que o sexo era uma parte muito importante do casamento.

“Ele foi muito corajoso em defender a pílula. E isso realmente deu muita credibilidade. Em vez de ter esse cientista [Pincus], você tinha esse médico muito bonito e de aparência muito conservadora que era católico dizendo ‘Os católicos devem ficar bem em usá-lo'” .

Como usar corretamente

Pixabay

Para utilizar o métrodo contraceptivo, é necessário entender que existem dois tipos diferentes de pílula. A pílula normal deve ser tomada uma vez por dia, semore no mesmo horário até o fim da cartela. Depois, recomenda-se fazer uma pausa de 4, 5 ou 7 dias, de acordo com a pílula, expressado na bula.

Já no caso da pílula contínua, a pessoa deve tomar uma pílula por dia, no mesmo horário, todos os dias e sem pausa entre as cartelas. Assim sendo, a importância de se tomar a pílula no mesmo horário todos os dias é por causa da quantidade ideal de hormônios circulantes capazes de impedir a ovulação presente no organismo.

Fonte: UOL

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