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Como um dos maiores erros científicos persistiu por 1,5 mil anos?

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A História e a Ciência nem sempre estiveram totalmente corretas, e um erro científico durou mais de mil anos antes de ser concertado!

A compreensão básica do Sistema Solar é algo que muitas pessoas consideram como correta. Afinal, é uma área de estudo de milhares de anos. No entanto, a ciência ocidental permaneceu equivocada por 1,5 mil anos.

Os responsáveis por esse erro monumental? A Lua e um indivíduo conhecido como Cláudio Ptolomeu.

Por volta do ano 150, o erudito romano-alexandrino redigiu um extenso compêndio de matemática antiga, posteriormente denominado Almagesto.

Naquela época, essa obra representou uma conquista impressionante, estabelecendo as bases matemáticas para um modelo de universo centrado na Terra.

No entanto, corrigir esse equívoco exigiu a queda do Império Bizantino, um estudioso refugiado, um tradutor excessivamente diligente e um polonês chamado Copérnico.

Via Flickr

O cálculo de Ptolomeu

Um conhecimento que hoje nos parece bastante óbvio é que a Lua orbita ao redor da Terra. Ao observarmos nosso satélite natural ao longo de um mês, também notamos que ele é iluminado pelo Sol e sua aparência se transforma conforme circunda nosso planeta.

Talvez essa seja uma das razões pelas quais a humanidade inicialmente aderiu ao geocentrismo.

Se é evidente que a Lua orbita a Terra, então parece lógico que todo o restante também esteja em movimento, não é mesmo?

Essa foi a linha de raciocínio seguida por Cláudio Ptolomeu, o primeiro a formular uma física elaborada que tentava explicar exatamente como esse arranjo funcionaria.

Com a vasta Biblioteca de Alexandria à sua disposição, Ptolomeu sintetizou o conhecimento acumulado da Grécia, Egito, Babilônia e Roma em um tratado repleto de tabelas numéricas, conjuntos de dados e suas próprias interpretações.

Utilizando registros astronômicos descritos no Almagesto, ele desenvolveu um esquema sobre como o Sol, os demais planetas e a Lua poderiam orbitar a Terra. Contudo, ele negligenciou alguns fatores importantes.

Corrigindo o erro científico

Via World History

Na sua pesquisa, Ptolomeu falhou em considerar que o movimento da Lua não se ajustava perfeitamente ao seu modelo.

De acordo com sua matemática, o tamanho do satélite deveria variar drasticamente ao longo do mês.

Por essa razão, esse sistema complexo permaneceu como o principal manual de cosmologia por 15 séculos, simplesmente porque “parecia” funcionar, ou pelo menos funcionava de maneira aceitável.

Por volta do século XII, um erudito que trabalhava na corte árabe de Toledo produziu a primeira tradução do Almagesto do árabe para o latim.

Essa tradução, possivelmente com imprecisões em alguns aspectos, foi então disseminada para outras línguas.

No entanto, após a tomada de Constantinopla pelo exército turco em maio de 1453, o mundo de língua grega perdeu grande parte dos seus recursos do Império Bizantino.

Por sorte, um cardeal chamado Basilios Bessarion ainda possuía uma cópia do texto original de Ptolomeu e a levou consigo para Viena em 1460.

Em 1491, um estudante universitário chamado Nicolau Copérnico leu uma cópia do Almagesto e começou a questionar algumas das explicações detalhadas de Ptolomeu.

Através da observação de eclipses e do estudo da Lua, Copérnico descobriu o erro científico antes que ele se propagasse para outras áreas.

Assim, eventualmente ele propôs a ideia de que não era a Terra que era o centro do universo, mas sim que nosso planeta, assim como os demais corpos do Sistema Solar, girava em torno do Sol.

Dessa forma, o heliocentrismo finalmente substituiu o geocentrismo como a teoria dominante que guiava nosso entendimento científico do cosmos.

Agora, todos sabemos que esse é o modelo correto, mas, no passado, esse erro científico quase custou a compreensão de todo o Universo! Por isso, testes e comprovações se tornaram mais exigentes do que nunca.

 

Fonte: Mega Curioso

Imagens: Flickr, World History

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