Conheça o ‘tijolão’ da Motorola, celular que realizou a primeira ligação do Brasil, há 50 anos

Hoje, 3 de abril, celebramos o 50º aniversário da primeira ligação de celular no Brasil, que aconteceu de um protótipo do DynaTAC 8000X, foi comercialmente lançado apenas 10 anos depois e pesava 1,4 kg no bolso.

Se você acha que os atuais smartphones são pesados com seus 170 ou 200 gramas, saiba que o primeiro celular do mundo pesava quase nove vezes mais.

Esse celular foi o DynaTAC 8000X da Motorola. Ele realizou a primeira chamada telefônica em 3 de abril de 1973, finalmente liberando o telefone móvel dos carros.

Via 4oito

Antes disso, ter um telefone portátil significava estar dentro de um carro que carregava toda a energia e equipamentos necessários para fazer uma chamada.

O hardware para a chamada precisava de armazenamento no porta-malas e pesava quase 14 quilos, sem contar a antena, que tinha instalação separadamente.

Primeira ligação

Martin Cooper, um engenheiro eletroeletrônico da Motorola, também conhecido como “Pai do celular”, foi o responsável por fazer a primeira ligação sem a necessidade de um carro como suporte.

Ele ligou para uma pessoa da operadora americana AT&T para informá-la que havia realizado a chamada sem a ajuda de um operador intermediário, sem o uso de fios e sem a necessidade de um veículo.

A ligação teve um efeito de competição, uma vez que a AT&T, em colaboração com a Bell Labs, também estava trabalhando em uma solução para retirar o telefone móvel dos carros e levá-lo para o bolso ou a mochila das pessoas. Cooper fez a primeira ligação de celular para anunciar que havia conseguido realizar essa façanha.

Tijolão raiz da primeira ligação de celular

Via G1

O primeiro celular do mundo, o DynaTAC 8000X, saiu apenas 10 anos depois da primeira ligação de celular, em um aparelho portátil.

Ele conseguiu reduzir drasticamente o peso, passando de 13,6 quilos para 1,4 kg, sem depender da bateria do carro para funcionar.

O DynaTAC 8000X possuía sua própria fonte de energia, capaz de suportar uma conversa de cerca de 30 minutos. Ele poderia receber sinais das antenas por pouco mais de 8 horas e levava 10 horas para uma carga completa.

Esse tempo de operação é conhecido como “standby”, o que significa que a linha está disponível para receber chamadas. No entanto, o aparelho está inativo e com a tela desligada. Em comparação, um Galaxy S21 pode permanecer em standby por cerca de 320 horas, ou quase 14 dias. São 32 vezes mais tempo do que o DynaTAC 8000X.

Realmente, a bateria do DynaTAC 8000X entregava pouca autonomia. No entanto, eu te desafio a segurar 1,4 kg em uma mão por 30 minutos. Certamente não será uma experiência confortável, especialmente se você estiver caminhando na rua de um ponto para outro.

O DynaTAC 8000X era composto por 30 placas de circuito, o que o tornava bastante volumoso, com 25 centímetros de altura e uma espessura necessária para empilhar cerca de 10 celulares lançados nos últimos três anos.

Primeiro celular pesava menos

Via MDig

A Motorola dedicou 10 anos de trabalho para desenvolver o DynaTAC 8000X, e os resultados foram interessantes.

Isso porque o peso caiu de 1,4 para 1,1 quilo, o celular recebeu uma tela para visualizar o número na discagem e memória para guardar até 30 números de telefone.

No entanto, a bateria não evoluiu muito e as dimensões aumentaram. Contudo, manteve uma autonomia ainda limitada a meia hora de conversa e 33 centímetros de altura.

Apesar dessas limitações, a evolução dos celulares na época foi considerável, e a Motorola lançou o sucessor do DynaTAC 8000X, o MicroTAC 9800X, em apenas seis anos.

Com um peso de cerca de 350 gramas, este aparelho espremeu os componentes, incluindo a bateria, em um corpo que realmente cabia no bolso.

Embora o MicroTAC seja uma evolução notável, a história deste e de outros aparelhos, como o StarTAC, será contada em outro artigo.

Agora, comemoramos os 50 anos da primeira ligação de celular sem fio e reconhecemos o papel fundamental que a Motorola teve na revolução dos celulares.

Fonte: Olhar Digital

Imagens: G1, 4oito, MDig