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Contra ondas fortes e avanço do mar, praias ganham muro e barreira de pedra; veja onde

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Das mudanças provocadas pelo aquecimento global, uma das mais preocupantes é o aumento do nível do mar. Até porque, à medida que ele vai aumentando, o risco de cidades litorâneas sumirem do mapa também aumenta. E por mais que muitas pessoas acreditem que isso está longe de acontecer, a realidade vista mostra o contrário.

Tanto é que, municípios do litoral de São Paulo e de outros estados estão investindo em obras de contenção para que o mar não avance mais nas áreas urbanas. Dentre as medidas tomadas estão: a construção de muros para que as ressacas sejam seguradas; barreiras submersas que amenizem as ondas; e alargamento das praias com areia do mar.

De acordo com os especialistas, todas essas medidas são paliativas porque por conta do aquecimento global as ressacas irão ficar mais frequentes e com uma força maior. Por isso que na visão deles o principal a ser feito é diminuir a ocupação da orla. Até porque, normalmente ela acontece sem nenhum planejamento.

Em 2024, o governo federal irá começar o chamado Plano Clima. Ele irá disponibilizar uma verba de 10 bilhões em dez anos para que os estados e municípios coloquem em prática seus projetos de adaptação para a mudança climática, dentre elas, as medidas locais contra o aumento do nível do mar.

Contenção do mar

Estadão

Conforme disse o governo paulista, ele desenvolveu um sistema de aviso de ressacas e inundações costeiras. Além disso, ele também está treinando agentes municipais para que esses alertas sejam usados de forma adequada.

A prefeitura de Mongaguá, no litoral de São Paulo, está construindo muretas de contenção mais altas e largas para conseguir conter a força das ressacas e as marés na praia.

Ainda de acordo com a prefeitura, essas ressacas entopem as tubulações e bueiros e acabam danificando as redes de drenagem. Essas obras recentes estão sendo feitas na Avenida Mário Covas, na orla da Praia Grande. O reforço das muretas está sendo feito com armações de ferro, enroscamento e fundações mais profundas. Ao todo, esse muro irá ter seis quilômetros de extensão.

Outro local onde medidas estão sendo tomadas para conter o avanço do mar é em Ubatuba, litoral norte paulista. A prefeitura está usando aproximadamente dois milhões de reais para fazer a recuperação da mureta de contenção do calçadão da Avenida 9 de Julho, que foi destruída dois anos atrás por uma ressaca.

O muro de contenção da Avenida Leovigildo Dias Vieira foi recuperado na Praia do Itaguá. Em São Sebastião, muros de pedras e barreiras de concreto estão sendo construídos para que o leito de um rio que está sofrendo com as ressacas seja recomposto.

Além desses locais, praias como Boiçucanga, Baleia, Cambury, Barra do Una e Juquehy, também tem obras planejadas para diminuir o avanço do mar.

Sacolões de areia

Freepik

Em Santos, estudos estão sendo feitos para aumentar as barreiras de proteção compostas por geobags, que são sacos de areia colocados debaixo da linha da água para diminuir as ressacas.

Esse projeto começou em 2018, na Ponta da Praia, através de uma parceria entre a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam).

De acordo com um mapeamento feito pelo Instituto Geológico (IG), vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil), mais da metade das praias paulistas tem classificação de “alto” ou “muito alto” risco de erosão. Se essas erosões estiverem em estágios avançado, algumas dessas praias podem acabar desaparecendo.

Segundo Célia Regina Gouveia, pesquisadora do IG, a tendência é que essa situação se agrave porque o nível do mar está subindo. Tanto é que, das 98 praias paulistas que foram avaliadas, 51,5% tinham risco alto ou muito alto.

“Esses resultados evidenciam que nos últimos 15 anos a erosão vem aumentando nas praias de todo o Estado, seja por causas naturais e também induzidas por atividades antrópicas na orla”, disse a pesquisadora.

Engordamento

Prefeitura de Vitória

O engordamento, que é ampliar a faixa de areia do mar, é uma medida adotada em outros estados e também já está sendo cogitado pelas prefeituras do litoral paulista. Em Ilhabela, a prefeitura criou um plano para engordar as praias com a areia do próprio mar.

Esse plano tem o custo estimado de mais de 20 milhões de reais e até foi anunciado pelo prefeito Toninho Colucci (PL), mas ainda não foi para frente. De acordo com a prefeitura, o projeto não foi colocado em prática por conta da diminuição na arrecadação dos royalties de petróleo.

Outra praia que também adotou essa medida para evitar as ressacas foi Balneário Camboriú. Além disso, o avanço do mar também tinha diminuído a faixa de areia de 70 metros para 20.

O governo do Paraná acabou em outubro o engordamento da faixa de areia em Matinhos, no litoral. Em Guarapari, no Espírito Santo, uma obra que custou 102 milhões de reais trouxe de volta a faixa de areia que o mar tinha levado da Praia de Meaípe.

Além delas, mais cidades brasileiras também investem em obras para a contenção do mar.

Fonte: Estadão

Imagens: Estadão, Freepik, Prefeitura de Vitória

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