Política

Crianças na Palestina e em Israel sofrem enquanto direitos são ignorados

0

Enquanto acompanhamos os recentes conflitos entre Israel e Hamas, muitos se esquecem das crianças palestinas e israelenses que estão sofrendo.

Nos últimos dias, centenas de vidas foram perdidas, incluindo muitas crianças.

Ambos os lados citam as mortes como evidência da brutalidade do grupo inimigo, enquanto o número de vítimas continua a crescer.

Tanto Israel quanto o Hamas têm negligenciado um princípio básico do direito humanitário internacional, que prioriza a proteção das crianças durante conflitos.

O lançamento de mísseis em Israel expôs as crianças a traumas, ferimentos e morte. Simultaneamente, na Faixa de Gaza, inúmeras crianças palestinas perdem a vida devido a bombardeios.

Nas regiões da Cisjordânia e Jerusalém Oriental, o assassinato de crianças palestinas é uma ocorrência frequente que raramente tem punição.

No entanto, é crucial reforçar que a proteção dos jovens em conflitos armados é um princípio consagrado nas convenções de Genebra desde 1977 (artigo 77).

O texto oficial afirma: “As crianças devem ser objeto de respeito especial e devem ser protegidas contra qualquer forma de agressão indecente”.

Infelizmente, esse aspecto muitas vezes não recebe a devida atenção de políticos, mídia e até mesmo de organizações de caridade na região.

Além disso, pesquisadores têm destacado como a vida das crianças é profundamente afetada por essa tragédia.

Via Revista Galileu

Direitos necessários

O artigo prossegue afirmando que os lados em conflito devem assegurar “o cuidado e a assistência necessários” às crianças, mas existem poucas evidências de que essa assistência esteja sendo fornecida pelo Hamas ou por Israel.

Ainda, observamos um desrespeito às leis internacionais no sequestro de crianças pelos inimigos.

Após o recente ataque do Hamas a Israel, surgiram relatos alarmantes de jovens israelenses sendo tomados como reféns pelo Hamas e levados para a Faixa de Gaza, muitas vezes sozinhos.

O sequestro contínuo e de longa data de crianças palestinas, algumas com apenas 12 anos, é igualmente chocante.

Evidências compiladas pela instituição beneficente britânica Save The Children e outras indicam que essas crianças são mantidas em prisões, frequentemente junto a adultos, sofrendo agressões por parte dos guardas.

A detenção administrativa, que muitas vezes se estende por meses, só oferece a libertação após a assinatura de uma confissão, frequentemente obtida sob ameaça de prisão contínua caso a criança resista.

Essas violações seguem impunes, sem comentários ou intervenções significativas.

Mãos atadas

A grande mídia raramente reporta as violações dos direitos básicos das crianças palestinas, e os líderes políticos mostram relutância em abordar a questão.

Funcionários de organizações de caridade no local expressam como se sentem incapazes de se manifestar. Apesar da consciência da violência infligida às crianças palestinas, eles se veem limitados por órgãos governamentais, que evitam impactar as elites políticas e empresariais de Israel.

Mesmo em meio a surtos significativos de violência, essas organizações têm pouca influência para exigir a conformidade com as leis internacionais.

É importante notar que a Save the Children condenou a violência atual, destacando que a magnitude dos ataques em Israel e Gaza causará danos duradouros além da crise imediata.

O tipo de dano mencionado foi explorado em um estudo recente, onde investigam a proteção de crianças refugiadas na Faixa de Gaza e na Jordânia, analisando as ameaças enfrentadas por elas e possíveis formas de redução dessas ameaças.

Crianças palestinas e israelenses sob medo constante

Identificou-se, ainda, que as realidades nos dois locais são profundamente distintas. Na Jordânia, a vida cotidiana tem desafios, mas as famílias conseguem se desdobrar para enfrentar as dificuldades.

Enquanto isso, na Faixa de Gaza, as crianças palestinas enfrentavam perigos mortais que podem cair do céu a qualquer momento.

Como expressa uma mãe em Gaza: “Sinceramente, […] nunca me sinto segura e estou sempre apavorada com a possibilidade de que algo ruim aconteça e machuque meus filhos. Eles nunca se sentem seguros ou confortáveis. Eles não estão mental ou fisicamente saudáveis”.

Via Revista Galileu

Essa entrevista aconteceu alguns meses após um surto de violência militar em 2021, no qual 66 crianças palestinas perderam a vida. Dois anos depois, o local enfrenta hostilidades ainda mais intensas.

Para agravar a ameaça à sobrevivência infantil, Israel anunciou que o bloqueio de 16 anos a Gaza será ainda mais punitivo, retendo alimentos, água, eletricidade e combustível.

Enquanto isso, principais doadores para os palestinos, incluindo a Comissão Europeia e os governos da Alemanha e Áustria, estão ponderando a suspensão da assistência.

A capacidade dos pais palestinos de proteger seus filhos está diminuindo como nunca antes. E, lamentavelmente, parece que o direito internacional dos jovens não influenciará nesse cenário.

 

Fonte: Revista Galileu

Imagens: Revista Galileu, Revista Galileu

Por que olhar histórico é essencial para entender conflito na Faixa de Gaza

Artigo anterior

Por que gêmeos idênticos têm impressões digitais diferentes?

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido