Por De acordo com um estudo recente na revista ArXiv e na The Astrophysical Journal Letters, cientistas identificaram uma galáxia massiva que apresenta um fenômeno conhecido como Cruz de Einstein.
Nesse cenário, a luz se distorce ao redor do objeto massivo, formando quatro pontos com aparência de uma cruz, devido à curvatura no espaço-tempo causada pela entidade gravitacional.
As lentes gravitacionais podem exibir diferentes efeitos, como imagens borradas ou com formato circular.
Via Tecmundo
Contudo, quando a Cruz de Einstein ocorre, existe um alinhamento adequado, dividindo a luz em quatro pontos ao redor do objeto, criando o efeito notável em homenagem ao físico Albert Einstein.
Os participantes explicam a composição desse sistema. Ele traz uma enorme galáxia elíptica, com cerca de quatro imagens azuis que formam o padrão da Cruz de Einstein.
Eles utilizaram o Multi Unit Spectroscopic Explorer (MUSE) no Very Large Telescope do ESO (VLT) para obter observações espectroscópicas do sistema e confirmar sua natureza de lente.
A pesquisa é de uma equipe internacional de cientistas, que utilizou dados do Instrumento de Espectroscopia da Energia Escura (DESI) e do Explorador Espectroscópico Multi-Unidade (MUSE).
Embora a descoberta tenha sido realizada inicialmente em 2021, novos dados foram usados para confirmar a autenticidade da Cruz de Einstein.
Além disso, o estudo empregou o software GIGA-Lens, que possibilita uma modelagem mais robusta das lentes gravitacionais.
Isso permitiu aos pesquisadores explorar de forma mais aprofundada outras questões relacionadas às propriedades dessas lentes.
Os resultados foram impressionantes, alcançando uma aceleração significativa, com mais de duas ordens de grandeza de avanço.
Isso abre perspectivas promissoras para a modelagem de sistemas de lentes gravitacionais mais intensos, com previsão de descoberta na próxima década, conforme concluem os pesquisadores.
Cruz de Einstein e a distorção no espaço-tempo
Uma distorção no espaço-tempo é uma descrição fundamental da teoria da relatividade geral de Albert Einstein.
Nessa teoria, o espaço e o tempo estão intrinsecamente interligados, formando uma entidade chamada espaço-tempo.
Objetos massivos, como planetas, estrelas e galáxias, têm a capacidade de curvar o espaço-tempo ao seu redor.
Isso porque a gravidade é a força responsável por essa curvatura. Quando um objeto massivo está presente no espaço-tempo, ele cria uma “dobra” ou uma depressão na geometria do espaço-tempo ao seu redor, como se fosse uma espécie de “tecido” sendo deformado.
Assim, essa curvatura é o que sentimos como a força gravitacional.
A analogia clássica para entender essa distorção é imaginar uma bola pesada colocada em um lençol esticado.
A bola faz com que o lençol ceda e deforme ao seu redor, criando uma depressão.
Se você colocar uma bola menor próxima à maior, ela seguirá uma trajetória curvada em torno da maior. Assim acontece com os planetas que orbitam em torno do Sol, devido à sua curvatura no espaço-tempo.
Via EngenhariaE
Trajetória da luz
Essa distorção no espaço-tempo também afeta a trajetória da luz. A luz segue a curvatura do espaço-tempo, o que pode levar a fenômenos como as lentes gravitacionais da Cruz de Einstein.
Quando a luz passa perto de um objeto massivo, sua trajetória se desvia. Dessa forma, pode resultar em imagens distorcidas ou múltiplas de uma fonte distante, como acontece na Cruz de Einstein.
A teoria da relatividade geral de Einstein tem sido comprovada por inúmeras observações e experimentos, e é uma das teorias fundamentais da física moderna.
Ela descreve a gravidade não como uma força transmitida por uma ação à distância, como na gravitação newtoniana, mas como a curvatura do espaço-tempo ao redor de objetos massivos.
Essa compreensão profunda da relação entre a gravidade e a geometria do espaço-tempo é essencial para explicar uma variedade de fenômenos astronômicos e cosmológicos.
Fonte: EngenhariaE
Imagens: Tecmundo, EngenhariaE
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