Por 
A principal forma de tratar a depressão, atualmente, é por meio de remédios, que pode levar meses, ou mesmo anos, para fazer efeito. No entanto, um estudo surpreendente descobriu uma fórmula potencial que pode agir em apenas duas horas.
Pessoas que sofrem com os efeitos desse transtorno mental enfrentam dificuldades pessoais e profissionais, causadas pela incapacidade do cérebro de produzir determinadas substâncias que possibilitam a regulação das atividades cotidianas.
Por conta disso, é comum buscarem antidepressivos, orientados por acompanhamento psiquiátrico. Com essa descoberta, é possível que os efeitos medicinais sejam ainda mais eficientes, e agora em apenas algumas horas.
O estudo foi publicado na revista Science em novembro de 2022, em que uma equipe de cientistas descreveu a descoberta da fórmula a partir de avaliações e testes em animais. Conforme os autores narram, a substância tem um funcionamento diferente de outros medicamentos do mercado.
Nesse caso, as fórmulas tradicionais bloqueiam algumas proteínas específicas, e permitem aos neurotransmissores interagir com os neurônios por mais tempo. Contudo, os efeitos desse impacto só podem ser sentidos após um mês, em média, de uso contínuo.
Como os antidepressivos funcionam?
Via Freepik
Normalmente, para tratar a depressão é necessário fazer uso de medicamentos que agem sobre as emissões neurais. Os antidepressivos mais comuns são os inibidores seletivos da recaptação da serotonina. Esse é o neurotransmissor responsável pela regulação do ritmo cardíaco, dos hábitos de sono e do apetite. Também interfere na memória e no humor.
Em outras palavras, a falta de serotonina em níveis adequados leva a uma desregulagem do corpo, causando o transtorno conhecido como depressão. Nesse caso, torna-se impossível ao paciente realizar atividades comuns, por razões neurais.
Por isso, com os antidepressivos, os remédios redirecionam as substâncias de forma equilibrada para o cérebro retomar seu funcionamento. A principal fonte de serotonina no cérebro se chama núcleo dorsal da rafe.
No entanto, enquanto a serotonina interage com os neurônios em outras partes do cérebro, ela para de funcionar na sua fonte principal. Logo, alguns antidepressivos podem, na verdade, piorar os sintomas.
Assim, a intenção do novo estado ao avaliar essa nova fórmula para tratar depressão é buscar uma opção para não inibir todos os transportadores, mas ativar transmissores específicos que permitem que as partes funcionem normalmente, em vez de tirar de um lugar para outro.
Solução para tratar a depressão
Via Freepik
Com base em pesquisas sobre o assunto, os cientistas descobriram que a inibição, na verdade, acontece por meio de uma ligação entre o transportador de serotonina com óxido nítrico sintase, uma proteína do núcleo dorsal. Ela não existe em outras partes do cérebro.
A descoberta indica que quando a proteína e o transportador de serotonina se ligam, o transportador para de funcionar. Com base nisso, foi possível conduzir a pesquisa para separar as duas substâncias.
A teoria se mostrou a solução perfeita para tratar a depressão mais rápido. Ao substituir essa ligação, injetando a substância direto no núcleo dorsal, ocorre a separação do óxido da serotonina. Assim, depois que a serotonina está no lugar que precisa, os transportes são eliminados. A teoria foi testada e observada em roedores.
A resposta surpreendente foi um aumento da atividade do transportador em apenas duas horas, enquanto a concentração no núcleo diminuiu. Além disso, as substâncias puderam chegar em outras regiões do cérebro de forma mais equilibrada.
Isso significa que um possível antidepressivo com essa aplicação funciona mais rapidamente. Sem concentração de serotonina no núcleo, e com melhor distribuição, o paciente pode sentir os efeitos positivos quase imediatamente.
Agora, o próximo passo é descobrir uma maneira de explorar essa fórmula para desenvolver terapias ou medicamentos que sigam esse comportamento. Se existir uma forma de implementá-la, seria mais simples tratar a depressão, com efeitos mais dinâmicos e menor tratamento.
Essa é uma esperança que os cientistas possuem, um passo mais próximos de reduzir, de uma vez por todas, esse transtorno mental tão sério.
Fonte: Science, Canal Tech
Comentários