Notícias

Destruição de represa gera caos e ameaça usina nuclear na Ucrânia; veja vídeos

0

Em um dos incidentes mais dramáticos da Guerra da Ucrânia em seus 15 meses de duração, ocorreu a explosão de uma represa crucial no sul do país, que está sob ocupação russa. O local foi destruído na madrugada desta terça-feira (6).

Milhares de pessoas estão sendo evacuadas devido às inundações resultantes, e essa ação representa uma ameaça à maior usina nuclear da Europa.

Tanto os russos quanto os ucranianos se culpam pelo incidente na represa de Nova Khakovka, localizada na área ocupada por Moscou em Kherson, no sul da Ucrânia.

Ainda não está claro o que aconteceu, se foi uma explosão planejada como Kiev acusou os invasores de planejar há meses, ou se foi, como afirmam os invasores, um ataque pesado de ofensiva em oposição ao movimento de Volodimir Zelenski, que começou no domingo (4).

Do ponto de vista tático, a destruição beneficia os russos, uma vez que inunda toda a região de Nova Khakovka até a foz do rio Dnieper, que estava represado desde 1956 para geração de energia e fornecimento de água para a Crimeia através de um canal.

Imagens nas redes sociais e nos jornais mostram inundações no local da usina.

Como resultado, se os ucranianos planejavam realizar ações ofensivas atravessando o rio, algo que analistas militares duvidavam, eles não poderão fazê-lo agora.

A região fica ao norte da península que faz parte do anexo de Vladimir Putin em 2014, como resposta à queda de um governo pró-Kremlin em Kiev.

Pelo menos 16 mil pessoas vivem nas margens orientais do Dnieper, que foram retomadas por Kiev no final do ano.

A capital da região, Kherson, também está passando por evacuação preventiva, e o governo local acusa a Rússia de bombardear a cidade durante esse processo.

Reunião emergencial

Zelenski convocou uma reunião de emergência com seu conselho de segurança e responsabilizou os russos. Como afirmou em entrevista, terroristas russos foram responsáveis pela destruição às 2h50, destruindo a parte interna da Usina Hidrelétrica de Kakhovka.

O escritório da ONU na Ucrânia condenou a ação, sem atribuir culpa a nenhum lado. Em uma postagem no Twitter, declararam que nenhum local civil deveria ser alvo de operações de guerra.

De acordo com o governo da região ocupada de Kherson, a água subiu até 10 metros nos primeiros momentos da inundação.

O governador Vladimir Saldo compartilhou em suas redes sociais que a situação está sob controle, apesar da explosão da represa e do volume de água.

Ele enfatizou que não é necessária uma evacuação em grande escala e que isso não impedirá as forças russas de protegerem a margem esquerda (ocidental).

Também está em risco a usina nuclear de Zaporíjia, que também está sob ocupação russa e fica a 120 km rio acima.

A água do reservatório de Nova Khakovka era responsável pelo resfriamento de seus seis reatores, dos quais cinco estão desligados desde o ano passado.

Segundo os administradores da usina, não há perigo imediato, mas se houver necessidade de resfriamento do reator restante, podem surgir problemas caso o nível da água diminua consideravelmente.

A situação atual é incerta, mas isso levou a acusações de terrorismo nuclear por parte de Kiev nesta manhã.

Via CNN

Explosão da represa era especulada

A explosão da represa e da usina era alvo de especulação desde que o exército russo saiu da margem do rio Dnieper para assumir posições defensivas do outro lado do rio em novembro.

Desde então, os moradores da margem ocidental se realocaram para áreas mais distantes da margem, alvos de fortificação.

No entanto, além das acusações de catástrofe humanitária e do risco nuclear, há um problema adicional para a Rússia.

O reservatório de Nova Khakovka, com capacidade máxima de 18 quilômetros cúbicos (a usina de Itaipu, no Brasil, tem 29 quilômetros cúbicos), abastece o Canal do Norte da Crimeia, uma estrutura construída pelos soviéticos em 1976 para irrigar a península.

Em 2014, após a anexação da Crimeia, Kiev bloqueou o canal, tornando a vida dos habitantes da região mais difícil.

Assim que tomaram Kherson no início da guerra em 2022, os russos destruíram a obstrução e o canal voltou a fornecer água para a Crimeia. Agora, a situação é incerta.

De qualquer forma, essa ação impacta os possíveis planos de Zelenski para operar na região.

Durante a noite, os russos realizaram vários ataques com mísseis lançados por bombardeiros Tu-95 contra alvos em Kiev, Kharkiv, Dnipropetrovsk e outras cidades ucranianas.

Ainda não há relatos de combates nesta madrugada ou manhã, após dois dias em que Moscou afirma ter repelido ataques de prova em sua linha de frente, resultando na morte de 1.500 ucranianos. O governo de Zelenski negou os números.

 

Fonte: Folha de São Paulo

Imagens: CNN, CNN

Mancha verde brilhante em Veneza foi revelada

Artigo anterior

Justiça determina internação de garota por terrorismo ao planejar ataque à escola no interior de SP

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido