Notícias

Justiça determina internação de garota por terrorismo ao planejar ataque à escola no interior de SP

0

A Vara Única da cidade de Auriflama, localizada no interior de São Paulo, emitiu uma ordem determinando a internação de adolescente que planejava um ataque à escola onde estudava.

O juiz Tobias Guimarães Ferreira classificou o ato infracional como análogo ao crime de ato preparatório de terrorismo.

Devido ao fato de a envolvida ser menor de idade, o caso está sendo tratado em segredo de Justiça.

Conforme informações do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), a jovem elaborou um plano para atacar a escola em maio deste ano. Sua idade não foi divulgada.

Durante o processo, encontraram, no quarto da adolescente, um revólver e uma espingarda com munição. Também tinha uma máscara preta com estampa de caveira, além de um caderno contendo ilustrações e desenhos relacionados a ataques.

Via UOL

No celular da adolescente, também foram encontradas mensagens de texto e imagens com conteúdo nazista.

Na sentença, o magistrado ressaltou que a jovem estava efetivamente planejando um ataque à sua escola, motivada por razões discriminatórias.

Para isso, ela havia se apropriado de uma arma de fogo pertencente ao seu pai e planejava adquirir uma arma de fogo de terceiros.

Internação de adolescente

De acordo com um estudo inédito do Instituto Sou da Paz, publicado pela Folha em 22 de maio, constatou-se que em 6 dos 11 ataques ocorridos em escolas brasileiras com o uso de armas de fogo, os perpetradores obtiveram as armas dentro de suas próprias residências.

O estudo baseou-se na análise de boletins de ocorrência e processos judiciais, revelando que armas de fogo estiveram envolvidas em 11 dos 24 ataques registrados no país desde 2002. Esses incidentes resultaram em 34 mortes e 57 feridos.

O juiz ressaltou que as ações da adolescente tiveram influência dos ideais nazistas aos quais ela foi exposta. Nesse caso, configura uma motivação discriminatória suficiente e a intenção terrorista. A jovem chegou a tomar medidas para concretizar seu plano.

Ainda não existem detalhes específicos do caso, devido à condição de menor de idade da envolvida.

Na opinião do juiz Ferreira, apesar da idade da adolescente, ela já possui consciência de que os ideais de supremacia racial e intolerância propagados não estão em conformidade com a ética pós-guerra.

Assim, ele concluiu que a medida de internação é a mais eficaz diante da séria ameaça aos estudantes da escola e do potencial “perigoso e contagioso” do ideário ao qual ela aderiu.

A medida de internação da adolescente será reavaliada a cada três meses, e a estudante também será submetida a tratamento psicológico.

Além disso, determinaram que os pais da adolescente recebam acompanhamento psicológico. Também determinou encaminhamento a serviços e programas de proteção, apoio e fortalecimento familiar, além de cursos ou programas de orientação.

Aumento de casos

Via Wikimedia

Além disso, é importante ressaltar que o aumento de casos de ataques às escolas acompanhou o crescimento de grupos neonazistas e extremistas na internet.

Esses grupos utilizam plataformas digitais como meio de disseminação de ideologias discriminatórias e de ódio, influenciando indivíduos suscetíveis e levando-os a adotar comportamentos violentos.

A facilidade de acesso à informação e a interação virtual proporcionada pelas redes sociais e fóruns online permitiu que esses grupos encontrem espaços para compartilhar ideias extremistas.

Dessa forma, passaram a recrutar membros e planejar ações nefastas, como ataques em instituições educacionais.

Esse fenômeno entre jovens demonstra a necessidade urgente de uma abordagem abrangente.

Isso envolve não apenas a punição dos indivíduos responsáveis pelos atos criminosos, mas também ações preventivas, como o monitoramento e combate a esses grupos virtuais.

Ainda, vale reforçar a conscientização sobre os perigos do discurso de ódio e a promoção de uma educação inclusiva e voltada para o respeito à diversidade.

É fundamental que autoridades, instituições de ensino, famílias e a sociedade em geral estejam atentos a esses sinais de radicalização.

Assim, poderão se unir para combater esse problema crescente, visando garantir a segurança e o bem-estar dos alunos e professores nas escolas.

 

Fonte: Folha de São Paulo

Imagens: UOL, Wikimedia

Destruição de represa gera caos e ameaça usina nuclear na Ucrânia; veja vídeos

Artigo anterior

5 sinais de que você está sendo “dissolvido” por seu parceiro, segundo psicólogo

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido