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Djamila Ribeiro é eleita para Academia Paulista de Letras

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Djamila Ribeiro, mestre em filosofia pela Universidade Federal de São Paulo e ativista feminista, foi eleita à Academia Paulista de Letras na última terça-feira (24), por votação expressiva. Assim sendo, a filósofa irá ocupar a cadeira de número 28, que era o posto ocupado pela escritora Lygia Fagundes Telles, que morreu aos 103 anos no dia 3 de abril.

Dessa maneira, Djamila compartilhou em seu perfil do Instagram que está feliz e honrada com a eleição. “Agradeço a todos os acadêmicos e acadêmicas que votaram e me deram a oportunidade incrível de ocupar a cadeira que foi da gigante Lygia Fagundes Telles”, disse a filósofa.

Djamila Ribeiro

Foto: Helena Wolfenson

Natural de Santos, São Paulo, Djamila é vista como uma das principais vozes do movimento feminista e negro. Atualmente, ela atua como colunista do jornal Folha de S. Paulo e da revista alemã Dr. Spiegel, onde ressalta a importância de se ter diálogos que levantam temas como feminismo negro, racismo e empoderamento feminino.

Assim, a filósofa também faz sucesso nas redes sociais. Por exemplo, sua conta do Instagram tem mais de 1 milhão de seguidores. A autora de “Pequeno Manual Antirracista” será a única acadêmica negra da Academia Paulista de Letras.

Outras produções da mestre em filosofia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e autora de cinco obras são: “O que é lugar de fala?” e “Quem tem medo do feminismo negro?”. Algumas das obras já até foram traduzidas para o francês, espanhol, italiano e alemão.

Dessa forma, a BBC já nomeou Djamila Ribeiro como uma das 100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo por falar de assuntos como políticas de cotas raciais e as origens do feminismo negro no Brasil e nos Estados Unidos. Além disso, Djamila comanda a coleção “Feminismos Plurais”, em que publicou obras de outras pensadoras e pensadores negros e indígenas.

Em uma entrevista ao Estadão, a recém nomeada comentou sobre ser a única acadêmica negra a ocupar uma cadeira na instituição.

“Sendo a única acadêmica negra desta academia, entendo que o trabalho que desenvolvi até hoje, como escritora e editora na publicação de dezenas de intelectuais negros e negras, difundindo vozes essenciais para a reflexão de nosso país, se faz cada vez mais urgente para o fortalecimento da democratização do conhecimento e das letras no Brasil”, declarou.

Premiações

Aos 41 anos, Djamila Ribeiro conquistou reconhecimento ao longo de sua carreira, como o Prêmio Cidadão SP em Direitos Humanos no ano de 2016 e Trip Transformadores em 2017. Além disso, ela recebeu o de Melhor colunista no Troféu Mulher Imprensa de 2018 e o Prêmio Dandara dos Palmares.

Além disso, em 2019, a autora foi indicada ao Prêmio Jabuti, na categoria de Humanidades, pela publicação de sua obra “O que é Lugar de fala?”, chegando a ser finalista. Já no ano seguinte, Ribeiro conquistou o Prêmio Jabuti com a obra “Pequeno Manual Antirracista”.

Também em 2019, Djamila Ribeiro recebeu o Prêmio Prince Claus na categoria Filosofia, oferecido pelo Ministério das Relações Exteriores da Holanda, que reconheceu o trabalho da brasileira. No mesmo ano, o governo da França a escolheu como “Personalidade do Amanhã”.

Dessa forma, em 2021, Djamila Ribeiro fez história mais uma vez ao se tornar a primeira brasileira a ser laureada no BET Awards, o maior prêmio da comunidade negra dos Estados Unidos, sendo consagrada na categoria Global Good.

A ONU também a nomeou como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo abaixo dos 40 anos na época. Além disso, ela é conselheira do Instituto Vladimir Herzog.

Assim, entre suas frases mais famosas, ela disse: “É impossível não ser racista tendo sido criado numa sociedade racista. É algo que está em nós e contra o que devemos lutar sempre”. Também diz que “não basta só reconhecer o privilégio, precisa ter ação antirracista de fato. Ir a manifestações é uma delas. Apoiar projetos importantes que visem à melhoria de vida das populações negras é importante, ler intelectuais negros, colocar na bibliografia.”

Fonte: G1

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