Curiosidades

A misteriosa clorose, a “doença do amor”

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O mundo já passou por alguns momentos obscuros em sua história, como a pandemia da peste bubônica que dizimou um terço da população europeia e a mais recente pandemia de Covid-19. Contudo, houve uma doença um tanto quanto mais estranha um tempo atrás.

Na Europa, durante o século 17, a chamada “doença do amor” afetou diversas jovens garotas das sociedades. Muitos pintores, como Gabriel Metsu e Samuel van Hoogstraten, da Holanda, representaram a enfermidade em suas obras, ainda mais que os médicos, escritores e pintores tinham um interesse especial pela doença. Isso talvez pelo perfil das vítimas: jovens adolescentes e apáticas.

A Palidez Verde

A “doença do amor” teve vários nomes durante sua breve história. Em 1554, o problema foi classificado como Morbo virgineo ou “doença das virgens”, pelo médico alemão Johannes Lange. Além disso, a doença teve diversos outros nomes, como febris amatoria ou “febre amorosa”.

Agora, o nome oficial foi escolhido em 1619 por Jean Varandal, um professor de medicina em Montpellier, que a chamou de ‘clorose’. Contudo, o nome tem origem na Grécia Antiga, na palavra cloros, que significa “amarelo esverdeado” ou “verde pálido”, que é como as meninas adoentadas pareciam.

Sintomas e tratamento

Segundo relatos, os sintomas eram bastante variados e eram vagos, podendo significar outras coisas: aparência “pálida, como se estivessem sem sangue”, aversão à comida, dificuldade para respirar, palpitações, mudanças de humor, fadiga, apatia e tornozelos inchados. Segundo Lange, a solução era se deitar com homens, o marido especificamente, e copular.

Os relatos da doença são constantes, até o final do século 19, quando ela sumiu sem deixar rastros. No início do século 20, os diversos registros desapareceram, deixando perguntas: será que os sintomas foram atribuídos a um diagnóstico diferente? Ou o tratamento ficou mais eficiente? Ou será que o mal deixou de ser diagnosticado? Porém, não importa qual o motivo, a verdade é que a doença sumiu!

Outras doenças estranhas

Outra doença estranha que se tem notícia na antiguidade é a chamada “epidemia” da dança. Tudo começou com apenas algumas pessoas dançando ao ar livre no calor do verão. Portanto, havia braços se agitando, corpos balançando e roupas encharcadas de suor, dançando dia e noite.

Ao longo de três meses escaldantes em 1518 na cidade de Estrasburgo, na França, centenas de pessoas desenvolveram uma compulsão por dançar. Ademais, a dança continuou até que, para o horror da multidão que se reunia para assistir, algumas pessoas simplesmente desabaram e morreram no local.

Imagina-se que a epidemia surgiu pela ingestão de alguma comida mofada, de uma espécie específica que tem uma substância similar ao LSD. A explicação mais crível para os pesquisadores é que o povo de Estrasburgo foi vítima de uma doença psicogênica em massa, ou seja, histeria em massa.

Além disso, houve vários outros surtos de dança nos séculos anteriores, quase todos em vilas e cidades próximas ao rio Reno, que banha a cidade de Estrasburgo. Junto com os mercadores, viajantes e soldados que navegavam nessas águas também levavam notícias e crenças. Portanto, uma ideia particular parece ter se fixado na consciência cultural da região, a de que São Vito punia os pecadores fazendo-os dançarem sem parar.

Fonte: BBC

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