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Dom Pedro II já reclamava de enchentes em Petrópolis

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A cidade de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, está em foco por um motivo nada bom. Na última terça-feira, a cidade foi atingida por um temporal que acabou sendo uma das maiores tragédias já vista na Cidade Imperial.

Até o momento, 178 mortes foram confirmadas por conta das chuvas que devastaram Petrópolis. Com esse número de mortes, essa tragédia ultrapassou em número de óbitos o pior desastre que a Defesa Civil já registrou no município.

Ele aconteceu em 1988, vitimando 171 pessoas também pelas tempestades que assolaram a região. Ademais, o primeiro registro da Defesa Civil sobre esse tipo de evento foi em 1966, que resultou em 80 mortos.

Contudo, esses não foram os únicos desastres vistos em Petrópolis. Depois de 1988 e 2022, o pior desastre registrado na cidade aconteceu em 1979, com 87 mortes. Depois dele está a tragédia de 1966, com 80 mortes. Em seguida vem o desastre de 2011, com 73 mortes, o de 2001, com 51 vítimas, e por último a de 2013, com 13 pessoas que perderam a vida.

Petrópolis

Aventuras na história

As tragédias em Petrópolis parecem não ter fim e se repetirem com frequência. O mais curioso é que nos anos de 1861 e 1862, Dom Pedro II já falava a respeito da falta de ações do poder público para evitar e enfrentar as enchentes que aconteciam no Brasil Império.

Nessa época, Dom Pedro II escreveu, em seu diário de viagens, a respeito das chuvas que duravam dias e sobre suas consequências. Nesse sentido, ele abordou especificamente a cidade de Petrópolis e seus problemas em estrutura.

“Ontem de noite houve grande enchente. Subiu três palmos acima da parte da Rua do Imperador do lado da Renânia; acordou o Câmara (sic), e um homem caiu no canal, devendo a vida a saber nadar e aos socorros que lhe prestaram. Conversei hoje com o engenheiro do distrito; pouco se fez do ano passado para cá. Os estragos que fez a enchente levaram 2 meses a reparar, segundo me disse o engenheiro. Falei-lhe sobre a vantagem de introduzir na colônia a cultura da amoreira e criação do bicho-da-seda”, escreveu Dom Pedro II em seu diário no dia cinco de janeiro de 1862.

Dom Pedro II

Aventuras na história

Segundo uma matéria do jornal O Globo, Dom Pedro II era fascinado pela ciência. Foi ele o responsável por trazer a meteorologia para o Brasil. Em seu diário, o imperador escreveu em detalhes a respeito de uma chuva que durou 22 dias em Petrópolis. Isso aconteceu em dezembro de 1861.

Ao mesmo tempo que anotava esses eventos, o imperador trocava tais anotações com outros intelectuais e cientistas, que conheceu ao frequentar institutos de ciência da época. Entre eles, estavam Alexandre Herculano, Louis Pasteur e Graham Bell.

O objetivo de Dom Pedro II era trazer inovações científicas para o Brasil e para Petrópolis, cidade que era monitorada constantemente pelo imperador.

Além das anotações de Dom Pedro II, existem outros registros a respeito dos problemas causados pelas chuvas dentro do estado do Rio de Janeiro, como por exemplo, o cancelamento de um evento no dia quatro de julho de 1837.

“Não se tendo realizado o exercício d’instrucção no dia determinado, pelas muitas chuvas, deverá o mesmo ser no dia 9, se o tempo permitir para os Batalhões d’Artilharia, 4º e 5º de Infantaria, e Corpo da Cavallaria no mesmo lugar e hora já marcada”, informou o periódico “Pharol do Império”.

Fonte: Aventuras na história

Imagens: Aventuras na história

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