Ciência e Tecnologia

É possível respirar o ar de Marte?

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Uma dúvida que pode não ter passado pela mente de muitas pessoas é se o ar de Marte é respirável.

Coloque-se no lugar de um astronauta que acaba de aterrissar no planeta Marte. Quais seriam os elementos essenciais para garantir a sobrevivência nesse ambiente desafiador? Em primeiro lugar, precisamos considerar uma lista: água, alimento, abrigo e, claro, oxigênio.

O oxigênio é um componente presente na atmosfera terrestre que sustenta nossa respiração. Plantas e certos tipos de bactérias desempenham um papel crucial ao fornecer esse gás. Surge, então, a pergunta: é possível respirar o ar de Marte?

Respiração

Via Nasa

O oxigênio desempenha um papel vital para os seres humanos, sendo essencial para o processo de respiração celular. Ao adentrar as mitocôndrias, contribui para a quebra das moléculas de glicose, gerando energia na forma de ATP.

Durante o processo de inspiração, os pulmões capturam o oxigênio presente no ar, sendo este transportado pelo sangue para todas as células do corpo.

Simultaneamente, o dióxido de carbono, um subproduto do metabolismo celular, é expirado.

Dessa forma, a respiração de oxigênio desempenha um papel vital ao sustentar as atividades metabólicas e manter as funções celulares essenciais para a vida humana.

Apesar da importância do oxigênio, ele não representa o único componente gasoso na atmosfera terrestre, e, na verdade, não é o mais comum.

Apenas 21% do nosso ar é composto por oxigênio, enquanto aproximadamente 78% é composto por nitrogênio.

Tecnicamente, ao respirar, absorvemos todos os elementos presentes na atmosfera, embora o corpo utilize exclusivamente o oxigênio, eliminando os demais ao expirar.

Ar de Marte pode ser viável

Com base nisso, em Marte, as condições são bastante distintas. A atmosfera marciana é tênue, representando apenas 1% do volume da atmosfera terrestre.

Em termos simples, existe uma redução de 99% na quantidade de ar em Marte em comparação com a Terra. Isso se deve à gravidade do planeta vermelho, que é aproximadamente a metade da gravidade terrestre.

A gravidade marciana, menos intensa, permitiu que os gases atmosféricos escapasse para o espaço.

O componente gasoso que permanece em Marte é predominantemente o dióxido de carbono. Embora seja considerado um gás venenoso em concentrações elevadas na Terra, em Marte, representa impressionantes 96% da composição atmosférica.

Em contraste, o oxigênio em Marte é escasso, constituindo menos de um décimo de um por cento do ar, em comparação com a Terra, onde desempenha um papel essencial em manter a vida.

O que aconteceria ao respirar em Marte?

Via Nasa

Caso você decidisse retirar o capacete ao pousar em Marte e tentar respirar, enfrentaria consequências severas para o seu corpo. Inicialmente, o astronauta teria sufocação, uma vez que nossos pulmões conseguem apenas capturar ar em pressões atmosféricas semelhantes às da superfície terrestre.

A elevada concentração de dióxido de carbono na atmosfera também agravaria a situação, intensificando a sensação de asfixia.

Além disso, devido à pressão atmosférica extremamente baixa e à rápida mudança de pressão, seu sangue entraria em ebulição. Essa combinação de fatores resultaria em uma morte praticamente instantânea.

Para explorar e colonizar nosso planeta vizinho, Marte, será essencial desenvolver tecnologias capazes de filtrar o dióxido de carbono do ar e fornecer oxigênio.

A boa notícia é que a molécula de gás carbônico é composta por oxigênio, sendo possível separá-la do carbono para possibilitar a respiração.

Um dispositivo fundamental nesse contexto é o MOXIE, presente a bordo do rover Perseverance da NASA. Seu objetivo é extrair dióxido de carbono da atmosfera marciana e convertê-lo em oxigênio.

Se bem-sucedido, o MOXIE poderá ser uma fonte vital de oxigênio para futuras missões tripuladas a Marte, contribuindo para a produção local desse gás essencial.

Atualmente, a NASA está dedicando esforços ao desenvolvimento de novas tecnologias necessárias para enviar seres humanos a Marte. Essa conquista pode se concretizar na próxima década, possivelmente durante o final dos anos 2030.

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: Nasa, Nasa

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