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Educadora afirma que todas as crianças “carregam a semente da genialidade”

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A  educadora mexicana Elisa Guerra afirma que o planeta passa por uma “emergência educativa”. Por isso, ela, que é coautora de um relatório recente da Unesco, está se dedicando a imaginar as escolas do futuro para as crianças.

“Estamos em uma crise mundial de deficiências do aprendizado segundo o Banco Mundial, a Unesco e a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). Se isto não é uma emergência educativa, eu não sei o que é”, disse Guerra à BBC.

“Todas, inclusive aquelas com necessidades educacionais especiais ou alguma condição de aprendizagem, todas as crianças carregam em si a semente da genialidade e possuem um enorme potencial. Seu primeiro direito é ter um ambiente ideal para que essa semente possa se desenvolver”, acrescenta.

Além de professora e fundadora de uma escola, Guerra já foi premiada como melhor educadora da América Latina e Caribe pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em 2015. Ela também foi duas vezes finalista do prêmio internacional Global Teacher Prize.

O relatório da Unesco em que ela é coautora, nomeado “Reimaginar nossos futuros juntos: um novo contrato social para a educação”, aponta “uma educação que repare as injustiças” e que se sustente “nos direitos humanos e nos princípios de não discriminação”.

Escola do futuro

Foto: Rox de Luna/ BBC

De acordo com Elisa Guerra, ela espera que com o relatório da Unesco as crianças sintam um toque de esperança, mesmo alertando para um futuro de incertezas, guerras, crises migratórias e mudanças climáticas.

“Não queríamos que o documento fosse alarmista, fatalista, mas que criasse consciência, ao mesmo tempo inspirando ações. É dizer que temos problemas, mas também soluções.”

Logo em seguida, a educadora aponta que atualmente existe um modelo de escola, de organização, uma arquitetura e uma gramática escolar que têm pelo menos 150 anos e estão defasados.

Ela aponta que os modelos usados hoje em dia vêm da Revolução Industrial, quando as escolas responderam às necessidades de famílias que migraram para a cidade para trabalhar.

Em relação à escola do futuro, a educadora afirma que é preciso começar do zero, da mesma forma que fizeram no pós-guerra. Nessa etapa, seria preciso se perguntar se o novo modelo será reconstruído da mesma maneira ou se vão adaptar para algo mais próximo da nossa atual realidade.

De acordo com Guerra, não existe um modelo perfeito e único para as salas de aula. O relatório fala sobre construir juntos nossos futuros, no plural, porque não existe um único caminho.

Ela ainda aponta que é preciso pensar em uma maior colaboração entre os professores. No entanto, isso não é possível quando eles ficam apenas por alguns minutos na sala dos professores entre as aulas.

“De um modo geral, acho que precisamos que as paredes da escola sejam muito mais permeáveis — para sair mais à comunidade e deixar a comunidade entrar, e também para que haja maior flexibilidade dentro das escolas.”

Deveres de casa e penalidades para as crianças

Foto: Getty Images

Durante a entrevista à BBC, Guerra apontou que se o objetivo do dever de casa é desenvolver o hábito de estudo no período da tarde, isso não deve passar de uma hora.

“Muitas vezes essas tarefas não são usadas para fortalecer o conhecimento, mas para cobrir o que não foi alcançado em sala de aula, o que não é culpa do aluno nem do professor. Pode ser da organização escolar, da sobrecarga curricular.”

Já em relação às penalidades, ela pede para mudar o nome para “consequências” e que deve ser concentrado em reparar o dano. No entanto, Guerra aponta que mesmo que precise existir regras de convivência, é necessário considerar as situações únicas de cada aluno.

“As consequências não podem ser fazer mais lição de casa, ler por mais tempo ou não ter recreio. Isso é contraproducente, porque estudar ou ler se torna um castigo, algo horrível que você só faz quando exigem de você.”

A educadora ainda aponta que não devemos esbravejar com as crianças. Isso porque se elas já estão emocionalmente abaladas e nós reagimos de forma alterada, acabamos aumentando o problema. 

“É preciso investigar o que está acontecendo com a criança e dar apoio.”

Os direitos das crianças

Foto: Getty Images

De acordo com a educadora, todas as crianças, mesmo aquelas com necessidades educacionais especiais ou alguma condição de aprendizagem, carregam em si a semente da genialidade e têm um grande potencial. Por isso, o primeiro direito dela é ter um ambiente adequado para que essa semente possa se desenvolver.

Ainda de acordo com a educadora, é responsabilidade dos educadores e dos pais criar um ambiente que alimente o potencial da criança. Além disso, esse ambiente permite que os adultos também se desenvolvam.

Outro direito das crianças é que os pais e professores continuem aprendendo para que melhor oriente seus filhos e alunos. 

“Há também o direito de acesso à escola, a tecnologias que favoreçam a aprendizagem, o direito de encontrar tanto em casa quanto na escola um ambiente livre de violência,  um ambiente acolhedor”, finaliza Guerra.

Fonte: G1

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