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El Niño x La Niña: entenda como a mudança de fenômeno pode impactar a inflação no Brasil

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A inflação no Brasil é um assunto delicado para a maioria dos consumidores, mas fenômenos naturais, como o El Niño e La Niña, também acabam influenciando nos preços que pagamos no mercado.

Isso porque o aumento de calor e chuvas que esses fenômenos causam prejudicou parte da produção de alimentos frescos, elevando os preços.

Agora, estimativas apontam que o El Niño pode chegar ao fim neste mês, enquanto a La Niña chegaria em agosto de 2024. Ambos podem causar estragos na agricultura.

Entendendo os fenômenos

Via PICRYL

O El Niño ocorre quando as águas do Oceano Pacífico aquecem em pelo menos 0,5ºC acima da temperatura média. Isso geralmente resulta em chuvas intensas no Sul do Brasil e em condições de seca no Norte da região.

Enquanto isso, o La Niña ocorre quando as águas do Pacífico ficam pelo menos 0,5ºC abaixo da média histórica, causando o efeito oposto: chuvas intensas no Norte e Nordeste e períodos de seca no Sul.

Economistas indicam que os impactos do La Niña nos preços tendem a ser menos graves.

O La Niña mais recente durou três anos (2020-2023) e teve grandes consequências na agricultura e pecuária.

Isso se refletiu nos custos agrícolas, pressionando a inflação e levando alguns municípios do Centro-Sul do país a declararem emergência. Essa região é fundamental para a produção de milho, soja, frango, feijão, leite e carne bovina.

Seca também prejudica

A seca, uma característica histórica do La Niña, pode também ocasionar um aumento generalizado nos custos de energia elétrica, conforme indicam especialistas.

Isso se deve à redução do volume de água nos reservatórios, ocasionando uma diminuição na geração de energia pelas hidrelétricas.

O principal receio está centrado no Centro-Sul do Brasil, que detém aproximadamente 70% da capacidade de armazenamento de água do país.

Mais positividade

Apesar das preocupações embasadas no histórico desse fenômeno, as expectativas para este ano são de que o La Niña seja menos prejudicial tanto para as plantações quanto para os reservatórios.

Isso resultará em impactos menores na inflação do Brasil para produtores e consumidores ao longo de 2024.

Essa visão otimista ganha força com a previsão de uma transição mais suave para o evento climático, com chances maiores de ocorrência somente a partir de agosto.

Além disso, o período recente de chuvas contribuiu para a umidificação do solo e a manutenção dos reservatórios, proporcionando alívio para os meses seguintes.

As condições favoráveis de produção em outros países, como a Argentina vizinha, também contribuíram para essa equação. Isso porque elas auxiliaram no controle dos preços das commodities.

Com base nesses e outros fatores econômicos, a previsão para este ano é maior controle na inflação do Brasil, inclusive com queda nos preços.

O que impactou mais?

Via PXHere

Esses fenômenos costumam causar vários danos na agricultura e na inflação do Brasil, mas existem outros elementos que influenciaram nesses últimos anos.

Por exemplo, houve uma queda no consumo na China, impactando a economia mundial.

Com essa queda na demanda de um parceiro comercial tão importante, tivemos um aumento na disponibilidade de produtos no Brasil, o que ajudou a equilibrar os preços por aqui.

Mesmo assim, apesar dos impactos menos intensos, algumas altas nos preços têm pressionado o subgrupo de Alimentação no domicílio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE.

Os dados mostram que os preços aumentaram significativamente a partir de outubro de 2023. As maiores altas foram entre dezembro e fevereiro.

Os principais responsáveis por esse aumento nos preços são os alimentos frescos, como hortaliças, legumes e frutas, que são tradicionalmente mais afetados nessa época do ano devido a fatores climáticos.

Podemos esperar boas notícias

No entanto, nem tudo está perdido. O fenômeno El Niño começou a perder intensidade em abril deste ano, de acordo com órgãos internacionais de monitoramento climático.

A projeção aponta um cenário de neutralidade entre abril e julho. Enquanto isso, o La Niña ganha mais influência no segundo semestre, mas virá com menos força. E, claro, é importante ressaltar que essa previsão pode sofrer alterações.

Contudo, o cenário que parece se consolidar é o de uma transição suave, permanecendo por meses em um período de neutralidade. Ou seja, com temperaturas nem acima nem abaixo da média no Oceano Pacífico.

Via Flickr

Fique atento

Ainda, a inflação no Brasil pode não ser o grande vilão no próximo semestre, mas vale ficar atento.

Isso porque a chegada do La Niña também traz possíveis consequências nas contas de energia elétrica e no abastecimento de água.

O receio é que os períodos de seca se intensifiquem no Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. Assim, traz preços mais altos, que encarecem os serviços e repassa isso para o consumidor.

Com base nas previsões atuais, os maiores impactos nos preços devem ser sentidos no início de 2025, se tivermos uma seca mais severa no Brasil no fim do ano.

 

Fonte: G1

Imagens: Flickr, PxHere, PICRYL

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