Natureza

Erupção no Tonga superou bomba de Hiroshima

0

A Nasa informou que a energia liberada pela erupção vulcânica de Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, em Tonga, foi no mínimo 500 vezes maior do que a da bomba que atingiu Hiroshima, no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial. A afirmação foi publicada no site Earth Observatory.

De acordo com o cientista-chefe do Centro de Voo Espacial Goddard, nos EUA, Jim Garvin, o vulcão submarino lançou o equivalente a aproximadamente 5 e 30 milhões de toneladas de TNT. Vale lembrar que a bomba de 1945 liberou, aproximadamente, o correspondente a 15 mil toneladas do explosivo.

Além disso, o fenômeno foi comparado com outras erupções vulcânicas. Uma delas, ocorrida em 1980 no Monte Santa Helena, nos EUA, lançou 24 milhões de toneladas de TNT. Já a atividade vulcânica em Krakatoa, na Indonésia, em 1883, teve uma energia comparada a 200 milhões de toneladas do material.

O impacto global do vulcão do Tonga

Earth Observatory

Em dezembro de 2021, o vulcão em Tonga começou a entrar em atividade eruptiva. Já em janeiro de 2022 ele explodiu violentamente. O fenômeno originou uma onda atmosférica que impactou todo o mundo. A informação foi dada por Kevin Hamilton, professor de ciências atmosféricas na Universidade do Havaí, em artigo para o site The Conversation.

“O pulso registrou perturbações na pressão atmosférica que duraram vários minutos enquanto se movia sobre América do Norte, Índia, Europa e muitos outros lugares ao redor do globo”, disse Hamilton.

De acordo com o especialista, a erupção do Tonga foi tão grande que fez com que a atmosfera tivesse o som de um sino. No entanto, foi em uma frequência baixa para o ouvido humano. Esse fenômeno foi teorizado há 200 anos pelo físico e astrônomo francês Pierre-Simon de Laplace.

“As ondas podem conectar a atmosfera rapidamente em todo o globo, como as ondas que se propagam através de um instrumento musical, como uma corda de violino, pele de tambor ou sino de metal”, destacou Hamilton.

O estudo do vulcão

Earth Observatory

As mudanças em Hunga Tonga-Hunga Ha’apai estão sendo estudadas pelos cientistas desde 2015. O vulcão tem 1,8 km no fundo do mar, possui 20 km de diâmetro e uma caldeira submarina de 5 km. Durante a erupção de janeiro, dados mostraram que a ilha expandiu aproximadamente 60% em relação ao período anterior à atividade vulcânica.

“Toda a ilha estava completamente coberta por um décimo de quilômetro cúbico de cinzas novas. Tudo isso foi bastante normal, comportamento esperado e muito empolgante para nossa equipe”, afirmou Garvin.

Nos dias 13 e 14 de janeiro aconteceram as gigantescas explosões. Já no dia 15, materiais do vulcão atingiram cerca de 40 km de altitude. Com isso, as ilhas foram cobertas com cinzas, o que causou ondas de tsunami destrutivas. De acordo com informações da Nasa, foi possível observar as cinzas sobre o Pacífico Sul diretamente da Estação Espacial Internacional (ISS).

O acontecimento pode criar uma nova categoria, visto que supera os padrões de erupções Surtseianas, em que um pouco de água entra em contato com o magma, fazendo o vapor ser liberado. Porém, dessa vez, uma alta quantidade de líquido a 20 ºC entrou em uma câmara de magma subterrânea com temperatura superior a 1.000 ºC.

“O que aconteceu no dia 15 foi muito diferente. Não sabemos porque, pois não temos sismógrafos em Hunga Tonga-Hunga Ha’apai. Mas algo deve ter enfraquecido a rocha dura na fundação e causado um colapso parcial da borda norte da caldeira”, explica o especialista.

Fonte: Revista Galileu

Leis medievais absurdas que infringimos hoje

Artigo anterior

iFood realizará entregas com drones no Brasil

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido