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Escondeu no próprio quarto: a mulher que salvou judeus durante a Segunda Guerra

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Entre 1939 e 1945 aconteceu um dos períodos mais violentos e perturbadores da nossa história, a Segunda Guerra Mundial. E quem foi mais afetado nessa época foram os civis dos países em guerra. Contudo, nem todos eles concordavam com o que estava sendo feito contra determinados grupos da população, como os judeus.

Uma dessas pessoas era Corrie ten Boom, a primeira mulher da Holanda licenciada como relojoeira, ou seja, fabricante de relógios. Mesmo que esse seja um feito impressionante, não foi por isso que ela tem o seu lugar na história.

Durante a Segunda Guerra Mundial, ela usou uma parede falsa bem estreita no seu quarto para ser esconderijo para os judeu que estavam sendo perseguidos pelos nazistas. De acordo com o The Museum Times, essas vítimas do holocausto tinham uma chance de sobreviver por causa de uma pequena abertura no guarda-roupa.

Heroína

Aventuras na história

E o trabalho de Corrie na loja de relógios do seu pai servia como uma fachada para seus esforços humanitários que ela fazia em segredo. A mulher, que na época estava na casa dos 50 anos, adquiria vales de alimentação para alimentar os judeus que estavam escondidos em seu quarto.

No período da guerra, centenas de judeus passaram pela casa de Corrie. Alguns deles ficaram por pouco tempo e depois foram para um lugar mais seguro na Europa. Já outros, que muitas vezes estavam debilitados, não conseguiam fazer a viagem e ficavam meses no esconderijo improvisado.

Corrie, que era membro da Igreja Reformada Holandesa, tinha como uma de suas principais motivações para ajudar essas pessoas a crença na igualdade de todos os indivíduos perante Deus.

Além disso, entre os ten Boom, a proximidade com a comunidade judaica foi um legado visto em várias gerações. Para se ter uma ideia, o avô dela fez parte de iniciativas que buscavam melhorar a relação entre cristãos e judeus. E dois sobrinhos de Corrie eram parte de células de resistência à perseguição nazista contra os judeus.

Vida

Aventuras na história

Em fevereiro de 1944, perto do fim da guerra, Corrie acabou sendo presa junto com seus familiares por conta dos resgates que ela fez. E bem no dia em que a Gestapo invadiu sua casa, por conta da dica de um informante, estava acontecendo uma reunião de oração semanal. Por conta disso, a casa dela estava cheia, com pelo menos 30 pessoas, com membros da família e judeus que estavam escondidos por lá.

Infelizmente, alguns morreram enquanto foram detidos. Contudo, Corrie e a maioria das pessoas conseguiu sobreviver. De acordo com o site da Universidade Batista de Dallas, ela foi levada para o Campo de Concentração de Ravensbruck, na Alemanha.

Corrie teve uma vida longa e até escreveu vários manuscritos de livros. Além disso, ela também gravou mensagens em vídeo contando suas experiências. Ela faleceu em 1983, aos 91 anos.

Ajuda aos judeus

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Além de Corrie, várias outras pessoas também não concordavam com a perseguição aos judeus e faziam de tudo para ajudá-los. Como  o médico polonês Eugene Lazowski.

Posteriormente o médico ficou conhecido como o “Schindler Polonês”. Na época em que a Alemanha invadiu a Polônia, ele tinha somente 26 anos e já era formado em medicina. O homem serviu como segundo-tenente do exército de seu país. No entanto, ele acabou sendo pego e preso em um campo de prisioneiros, do qual Lazowski conseguiu fugir.

De acordo com o The Times of Israel, depois que Lazowski escapou, ele foi morar em um subúrbio de Stalowa Wola, na Polônia, e começou na Cruz Vermelha Polonesa. Nessa época estava acontecendo o holocausto, e por conta disso os judeus eram perseguidos e precisavam fugir constantemente. Por conta disso, na Polônia tinham se formado vários guetos judeus, sendo um deles do lado do quintal de Lazowski.

Nesse local tinham, pelo menos, 400 judeus. Antes de eles serem dizimados pelos nazistas, o médico tratou alguns deles secretamente e lhes deu suprimentos médicos.

O médico era um membro ativo do chamado Exército da Pátria, que era um movimento polonês de resistência aos alemães. Por conta disso, ele pensou em formas de ajudar os judeus.

Na época existia um medo muito grande das tropas nazistas ao tifo, que era uma doença transmitida pelos piolhos e que até dizimou regimentos inteiros. E como o povo perseguido eram os judeus, os alemães disseram que a doença vinha deles. Tanto é que as propagandas antissemitas mostravam os judeus como sendo as pessoas que tinham os piolhos infectados com a doença.

Logo que o gueto judeu foi dizimado, em julho de 1942, Stanislaw Matulewicz, também médico e amigo de Lazowski, descobriu que era possível fazer uma pessoa testar positivo para tifo mesmo que ela não estivesse realmente com a doença. Isso era possível graças à injeção de um tifo epidêmico “morto”.

Por conta de todo o medo em relação a ela, quando os nazistas viam alguém infectado a pessoa era mandada para uma quarentena. Contudo, se a pessoa fosse um judeu ela era baleada no mesmo lugar onde foi encontrada e sua casa era incendiada.

Então, depois que os médicos descobriram que era possível fazer com que alguém testasse positivo, eles começaram a ajudar os judeus que estavam perto deles. Com isso, eles injetaram o vírus morto tanto nos aldeões poloneses como nos judeus. Quando eles testaram positivo, os nazistas pensaram que todos eram poloneses e os mandaram para uma zona de quarentena.

Depois de dois meses, 12 aldeias vizinhas foram colocadas na zona de quarentena. A iniciativa do médico fez com que efetivamente oito mil habitantes, dentre eles judeus, fossem salvos.

Fonte: Aventuras na história

Imagens: Aventuras na história

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