Os dinossauros estão na nossa imaginação, provavelmente, desde que nós éramos crianças. Mas quem garante que aqueles brinquedos ou mesmo as versões que vemos nos filmes são a maneira exata de como esses animais eram há mais de 60 milhões de anos. Imaginar sua forma requer fósseis detalhados, suposições e uma imaginação criativa.
E com o passar do tempo e da publicação de novas pesquisas, a aparência desses gigantes vai melhorando. E com as pesquisas mais atualizadas a respeito do T-Rex, uma equipe montada por artistas e paleontólogos dizem ter a imagem mais precisa de todos os tempos desse dinossauro.
Essa imagem não se assemelha muito com o que Hollywood nos mostrou em Jurassic Park. A mudança, que pode ser mais chocante, é a ausência das penas. O que alguns especialistas dizem não estar em nenhum lugar no corpo do Tiranossauro Rex.
“[A equipe] trabalhou desde o esqueleto, passou meses acertando os músculos, e os resultados estão agora disponíveis para todo mundo ver”, disse o paleobiólogo e principal artista do esqueleto, Scott Hartman. Ele ainda diz que a quantidade de tempo investido e atenção aos detalhes o surpreendeu.
“Como em qualquer reconstrução, há, é claro, alguns detalhes que não podemos conhecer e interpretações concorrentes que são igualmente prováveis. Mas posso dizer honestamente que essa foi a tentativa mais exaustiva de restaurar um animal extinto em que trabalhei”, afirma.
Imagem
Quem estava à frente das imagens conceituais era RJ Palmer, que analisou mais de 20 artigos publicados sobre o dinossauro e sua fisionomia. O artigo analisado mais a fundo por ele foi o publicado em 2017, na Biology Letters, que dizia que o animal não poderia ter penas aonde anteriormente foi sugerido que ele tivesse.
É claro que até mesmo essa versão está para debate, mas Palmer e sua equipe acham que tem a melhor representação do T-Rex baseada nas evidências atuais. Na parte de trás do pescoço do dinossauro foram colocadas placas de queratina, o mesmo padrão que os pássaros têm em seu desenvolvimento.
A equipe também colocou tecido extra-oral no queixo para que os dentes ficassem escondidos quando a boca estiver fechada. Isso se baseia nos pequenos buracos que foram encontrados nos ossos do dinossauro, que podem ter sido por onde os nutrientes eram dados a esse tecido.
Nova versão
Essa versão do T-Rex foi feita com muita atenção até na diferenciação das garras. Sendo as patas arredondadas para conseguirem bater no chão e a mãos com garras afiadas para conseguirem fazer variadas coisas.
A pintura gigante do dinossauro, que levou 320 horas para ser feita, segundo Palmer, será exibida no Museu de História Natural e Ciência do México. E no frigir dos ovos, esse trabalho não é totalmente respaldado e é cheio de palpites, mesmo que sejam os mais estudados até agora. Mas ele abre um novo capítulo na história de como vamos ver o T-Rex daqui pra frente.
“Eu tenho que dizer que não há muitos projetos palaeo onde essa atenção é dada à produção de aparências dignas de animais”, diz o paleontologista e paleoartista Mark Witton , que também trabalhou como consultor no projeto.
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