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Uma das coisas que as pessoas mais aguardam é a chegada da maioridade para que assim, finalmente, possam tirar a sua carta de habilitação. Por mais que seja o sonho de muitas pessoas, dirigir não é uma tarefa simples. Quando se está na frente de um volante a atenção tem que ser a máxima possível. Até porque vidas podem estar em jogo. Nesse ponto, algumas coisas podem atrapalhar o desempenho dessa atividade, como por exemplo, remédios.
Todas as pessoas sabem que álcool e drogas são coisas que afetam a capacidade de dirigir. Contudo, muitos motoristas não sabem que vários remédios que são usados de forma costumeira pelos brasileiros têm o poder de triplicar o risco de acidentes ao volante.
Dentre esses remédios que precisam de atenção estão analgésicos, antidepressivos, antialérgicos e ansiolíticos. Isso foi dito pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) em uma diretriz de conduta médica inédita publicada, na qual foi feita a avaliação da interface entre vários remédios, principalmente as que têm substâncias psicoativas, e dirigir carros.
Esse documento feito por ela tem o objetivo de servir como orientação para políticas públicas e como uma forma de serviço à população chamando atenção para os cuidados que as pessoas devem ter ao tomar um remédio e dirigir.
Dentre as várias propostas feitas, uma é que os medicamentos que são considerados perigosos tenham uma sinalização em sua caixa avisando as pessoas sobre o risco de dirigir veículos quando elas estiverem sob o efeito deles. Isso já é uma realidade vista em vários países da Europa.
Segundo a Abramet, a diretriz, que é um documento de 34 páginas, traz a informação mais recente e relevante e irá ser uma ferramenta para que os médicos tomem melhores decisões.
De acordo com Flavio Adura, diretor científico da Abramet, determinados grupos de remédios têm substâncias psicoativas que são capazes de causar efeito colaterais, como por exemplo, sonolência, tontura, visão turva, prejuízo à coordenação motora e diminuição do tempo de reação.
“Determinados medicamentos duplicam ou triplicam o risco de acidentes. A maior parte deles é prescrita por médicos, mas também há muitos que são adquiridos na farmácia, sem receita, como relaxantes musculares, que têm efeito similar ao uso de bebidas alcoólicas. Em alguns casos, considerando um homem de estatura mediana, é como se tivesse consumido de três a quatro doses de bebidas alcoólicas”, disse ele.
Por mais que o motorista esteja acostumado a tomar determinado remédio e não ter nenhuma alteração, Adura pontua que alguns fatores podem piorar o quadro. Além disso, algumas pessoas são mais suscetíveis a mudar de comportamento do que outras.
“Se for prescrito por um médico, não é para parar o remédio, é importante ter a atenção de não associá-lo ao uso de outras medicações. Ou explique ao médico que é motorista e busque outras opções mais seguras”, afirmou Adura.
Felizmente, conforme ressalta Adura, vários desses remédios podem ser substituídos por outros parecidos, que tenham objetivos parecidos, mas com outra composição. Saiba quais são esses medicamentos potencialmente prejudiciais.
Remédios perigosos
Antidepressivos
Eles podem causar sonolência, hipotensão, tontura, diminuição do limiar convulsivo, prejuízo nas funções psicomotoras.
Anti-histamínicos
Esses remédios são conhecidos como antialérgicos e alguns podem gerar uma sedação, aumentar o tempo de reação e prejudicar o desempenho psicomotor.
Benzodiazepínicos
Também chamados de ansiolíticos, eles são usados para o tratamento de insônia. Esses remédios afetam praticamente todos os domínios cognitivos do motorista.
Hipnóticos Z
Esses antidepressivos causam sedação, lapsos de atenção, erros de rastreamento, diminuição do estado de alerta e instabilidade corporal.
Opiáceos
Conhecidos também como antialérgicos, eles geram uma sedação, diminuição do tempo de reação, reflexos e coordenação, déficit de atenção, miose e diminuição da visão periférica.
Fonte: UOL
Imagens: AutoPapo
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