Ciência e Tecnologia

Esta mancha solar é tão grande que foi fotografada de Marte

0

O rover Perseverance, atualmente em Marte, conseguiu capturar uma imagem de uma mancha solar extraordinariamente grande.

Embora o planeta vermelho esteja muito mais distante do Sol do que a Terra, a mancha solar AR3363 ainda estava no lado invisível para nós na ocasião, mas agora podemos observá-la surgindo a oeste da estrela.

Em 2 de julho, a câmera MASTCAM-Z do Perseverance realizou uma tarefa rotineira: apontou para o céu e capturou uma imagem do Sol.

Embora isso não seja algo incomum, dessa vez o rover registrou um ponto preto enorme, uma mancha que não se vê todos os dias em nossa estrela.

Considerando suas dimensões, essa mancha deve ser visível a olho nu. No entanto, é extremamente importante ressaltar que jamais se deve olhar diretamente para o Sol sem usar óculos de proteção específicos, nem apontar câmeras e instrumentos sem os filtros adequados.

Para entender a dimensão da AR3363 e sua visibilidade em Marte, confira um comparativo em escala do último dia em que o Perseverance registrou a mancha solar.

Via CanalTech

Filtro de mancha solar

A câmera do Perseverance é equipada com um filtro solar, permitindo que o rover “observe” o brilho do Sol quase todos os dias. Isso é especialmente útil quando uma tempestade de poeira está se formando e diminuindo a intensidade da luz solar.

Dessa forma, a ferramenta é capaz de observar mais de 40% das manchas solares, mesmo que a distância seja 50% maior entre os dois pontos de avaliação, em relação à distância entre o Sol e a Terra.

Em 5 de julho, astrônomos amadores já podiam observar a região AR3363 com seus telescópios, à medida que ela surgia no lado esquerdo do disco.

Na sexta-feira (7), a mancha solar estava um pouco mais visível, mas seu tamanho real será revelado quando ela estiver mais próxima do centro do Sol.

Ainda é cedo para determinar as chances de ocorrer uma erupção nessa região.

Até o momento, ela é classificada como uma mancha alfa, ou seja, uma mancha simples e única, sem penumbra, mas com potencial para evoluir e se tornar mais complexa.

Ejeção de massa coronal chegando

Por outro lado, previa-se que uma ejeção de massa coronal (CME) proveniente da mancha AR3359 alcançasse parcialmente o campo magnético da Terra na sexta-feira (7). Isso pôde resultar em uma tempestade geomagnética de classe G1 (considerada de menor intensidade), com potencial para gerar auroras boreais no norte do globo terrestre.

Esse fenômeno solar explosivo envolve a liberação repentina e intensa de uma grande quantidade de plasma solar e partículas carregadas magneticamente no espaço.

Elas se associam frequentemente a erupções solares e ocorrem nas regiões da atmosfera externa do Sol conhecida como coroa solar.

Via CanalTech

Quando ocorre uma EMC, uma bolha de plasma solar carregada magneticamente se lança para o espaço a altas velocidades. Dessa forma, pode atingir centenas de quilômetros por segundo.

Essa ejeção se impulsiona pela reconfiguração do campo magnético solar, que libera uma quantidade significativa de energia. As EMCs são eventos explosivos e podem liberar bilhões de toneladas de plasma no espaço.

Quando uma EMC segue em direção à Terra e interage com o campo magnético do nosso planeta, pode ocorrer o que chamamos de tempestade geomagnética.

As partículas carregadas da EMC podem ser canalizadas para os polos magnéticos da Terra. No entanto, causa perturbações no campo magnético, desencadeando uma série de efeitos.

Por exemplo, leva ao surgimento de auroras boreais (no hemisfério norte) e austral (no hemisfério sul).

Embora as EMCs possam afetar as comunicações e a infraestrutura elétrica em casos extremos, a maioria das ejeções de massa coronal não representa uma ameaça direta à vida na Terra.

Os cientistas monitoram e estudam esses eventos para melhorar nossa compreensão do Sol e seus efeitos no nosso ambiente espacial e tecnológico.

 

Fonte: CanalTech

Imagens: CanalTech, CanalTech

João de Deus é condenado a quase 100 anos por crimes sexuais

Artigo anterior

A banheira do capitão: um dos mais curiosos registros do Titanic

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido