Natureza

Este é Cassius, o crocodilo de 120 anos que é o maior do mundo

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A Austrália é o lar de inúmeras criaturas assustadoras, e Cassius, o crocodilo de 120 anos, também mora lá.

Esse território abriga desde aracnídeos de grandes proporções até répteis singulares, que é o caso do maior crocodilo do mundo, atualmente residente em cativeiro.

Este colosso de 5,5 metros habita o Marineland Crocodile Park em Green Island, sendo não somente detentor de um recorde homologado pelo Guinness World Records, mas também superando expectativas de longevidade.

Um recente exame de saúde constatou que Cassius, ao completar 120 anos, está destinado a viver por muito mais tempo.

Os especialistas que conduziram a avaliação anual do réptil informaram, em declarações ao portal Live Science, que o centenário crocodilo continua alegre e saudável, não havendo razão alguma para duvidar de sua continuidade nos próximos anos.

Adam Rosenblatt, docente assistente de biologia na Universidade do Norte da Flórida, EUA, esclarece que a duração exata da vida dos crocodilos de água salgada (Crocodylus porosus) ainda é incerta, embora a morte por envelhecimento seja uma possibilidade.

Entretanto, esses seres alcançam longevidade significativa apenas quando confinados. Na natureza, a expectativa de vida gira em torno de 70 anos. Cassius constitui uma notável exceção, tendo já ultrapassado a marca dos 120 anos e seguindo sua contagem progressiva.

Cassius, crocodilo de 120 anos

O colosso foi capturado em 1984 nas águas do Rio Finis, em uma fazenda de criação de gado localizada no Território Norte da Austrália.

Ele colocava medo em todas as demais criaturas que compartilhavam seu entorno, além de assolar o gado da região com ataques.

Sua fama também derivava de investidas contra embarcações e da tendência a morder os motores de popa.

Acredita-se que, quando capturado, já havia trilhado um longo caminho de aproximadamente 80 anos de vida. Desde o resgate, Cassius ocupa seu lar no parque de crocodilos.

Ansiedade

Devido à sua prolongada existência na natureza, o crocodilo traz consigo algumas marcas de batalha.

Os pesquisadores notaram que o animal exibe sinais de ansiedade quando os tratadores operam maquinaria no parque, provavelmente como reflexo de um trauma vivido durante seus dias na selva.

Outro indício é a ausência de parte do nariz do gigante, um provável resultado de embates com as hélices dos motores.

A boca dos crocodilos é uma região extremamente sensível, e Cassius pode ser mais suscetível do que a média. “As escamas na parte frontal de sua boca abrigam receptores de pressão”, esclarece Sally Isberg, diretora administrativa do Centro de Pesquisa de Crocodilos.

“Talvez os motores das embarcações tenham gerado vibrações extras que lhe causaram desconforto. Quando um crocodilo se sente incomodado, a única maneira de expressar isso é por meio de mordidas”, ela acrescenta.

Apesar dessas adversidades passadas, o animal atualmente desfruta de boa saúde e bem-estar. No próximo ano, uma nova bateria de exames será realizada para monitorar sua saúde.

Geralmente, as avaliações são conduzidas através da observação, a fim de evitar estresse ao réptil. O estresse poderia desencadear uma resposta de luta ou fuga, prejudicando o bem-estar do animal.

Neste período, os tratadores se certificarão de que Cassius receba exposição suficiente à luz solar para manter sua saúde. Isso envolve a poda das copas das árvores sobre seu recinto.

“Um crocodilo livre de estresse geralmente se recupera de ferimentos e permanece imune a doenças, pois possui um sistema imunológico mais robusto do que seus congêneres estressados”, afirma Toody Scott, responsável pela criação de crocodilos no parque.

Dentro do esperado

A idade de Cassius pode parecer surpreendente, mas, acredite se quiser, ela combina com o esperado.

A expectativa de vida dos crocodilos varia, dependendo da espécie e das condições em que vivem, seja em cativeiro ou na natureza. Em geral, os crocodilos são conhecidos por serem animais longevos.

Crocodilos selvagens, como os crocodilos-de-água-salgada (Crocodylus porosus) e os crocodilos-do-nilo (Crocodylus niloticus), podem viver em torno de 70 a 100 anos na natureza, dependendo de fatores como disponibilidade de alimento, habitat e ameaças naturais.

No entanto, em cativeiro, onde possuem proteção contra muitas ameaças e recebem cuidados adequados, a expectativa de vida pode ser significativamente maior. Alguns crocodilos mantidos em zoológicos e parques podem chegar a viver bem mais de 100 anos.

Isso não torna Cassius menos impressionante, mas ele certamente está seguindo o que se espera dessa espécie de predadores surpreendente.

 

Fonte: Revista Galileu

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