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Estudo desbanca teoria por trás da ideia de “linguagens do amor”; entenda

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Você certamente já ouviu falar das linguagens do amor alguma vez. Tempo de qualidade, presentes, atos de serviço, palavras de afirmação e contato físico são as demonstrações que cada pessoa sente mais afinidade.

Há mais de três décadas, um famoso livro americano popularizou a ideia de que essas são as cinco “linguagens” do amor. Mas será que expressar afeto na “língua” preferida da pessoa com quem você se relaciona realmente é a chave para um relacionamento duradouro?

Uma nova pesquisa sugere que não.

Publicada recentemente na revista Current Directions in Psychological Science, o estudo derruba a ideia das supostas cinco linguagens ao mostrar que ela não é sustentada por evidências científicas.

Como surgiram as linguagens do amor?

Via Freepik

A hipótese das cinco linguagens do amor ganhou popularidade com o livro “As Cinco Linguagens do Amor: Como Expressar Um Compromisso de Amor a Seu Cônjuge”, escrito pelo pastor batista Gary Chapman em 1992.

No entanto, a pesquisa revelou que nenhum dos 10 estudos analisados apoiou as alegações de Chapman.

Essas linguagens do amor são usadas como metáfora para representar como os indivíduos preferem dar e receber amor, com a ideia de que quando os casais “falam” a mesma linguagem afetiva, isso melhoraria a qualidade de seus relacionamentos.

Contudo, a falta de suporte científico levanta dúvidas sobre a validade dessa abordagem.

Estudo

As três ideias fundamentais foram desacreditadas com base nos resultados dos estudos científicos analisados pela equipe de Impett.

Algumas pesquisas apresentaram evidências inconsistentes para as cinco ‘linguagens do amor’, enquanto outras indicaram a existência de outras formas de expressar e receber afeto.

Segundo os especialistas, o teste proposto por Chapman obriga as pessoas a escolherem as expressões de amor que consideram mais relevantes para que possam identificar sua “linguagem principal”.

Por exemplo, você pode ter que optar entre receber presentes ou demonstrações físicas de carinho. No entanto, essas escolhas podem não refletir totalmente as preferências reais das pessoas em situações da vida cotidiana.

Na prática, muitas pessoas relatam que consideram todas as cinco linguagens do amor igualmente importantes em um relacionamento.

Falta de provas

Além disso, os pesquisadores não encontraram respaldo científico para a alegação central de Chapman de que os indivíduos que selecionam parceiros que falam sua linguagem do amor (ou que aprendem a falar essa linguagem) terão relacionamentos mais bem-sucedidos.

Conforme especialistas, não existem evidências que sustentem esse efeito de compatibilidade. Basicamente, as pessoas tendem a ser mais felizes nos relacionamentos quando recebem qualquer uma dessas formas de demonstrações de afeto.

A pesquisadora também destaca que Chapman desenvolveu sua teoria com base em uma amostra limitada, composta predominantemente por casais tradicionais, religiosos, de origem étnica branca e compostos por ambos os sexos.

Isso significa que certos aspectos, como apoiar os objetivos individuais do parceiro fora do relacionamento, podem ter sido negligenciados, apesar de sua relevância, especialmente para casais com valores mais igualitários.

Via Freepik

Dieta balanceada

Apesar dessas conclusões, os pesquisadores reconhecem a busca das pessoas por ferramentas simples que prometem aprimorar suas vidas amorosas.

Conforme explicam especialistas, todos desejam estar em relacionamentos satisfatórios. Portanto, o estudo não desmente, cientificamente, todas as linguagens do amor e encerra o assunto. Em vez disso, ele quer oferecer uma metáfora alternativa embasada em pesquisas.

A sugestão dos cientistas é que os relacionamentos são comparáveis a uma dieta equilibrada, em que as pessoas precisam de uma variedade de “nutrientes essenciais” para nutrir o amor duradouro.

Isso abrange tanto os elementos descritos pelas cinco “linguagens” quanto outros, como companheirismo e apoio emocional.

Enquanto a metáfora das linguagens de amor de Chapman sugere que o amor só é sentido quando o parceiro fala a linguagem específica de cada um, a metáfora da dieta saudável indica que múltiplos nutrientes são necessários para manter relacionamentos satisfatórios, explicam os pesquisadores.

Conforme os autores, as pessoas podem sobreviver consumindo apenas alguns ingredientes (por exemplo, carboidratos), mas precisam de todos os nutrientes essenciais para alcançar seu melhor estado de saúde.

Da mesma forma, os relacionamentos podem prosperar mesmo que falte um componente específico (como o contato físico em relacionamentos à distância).

Seguindo essa lógica, os relacionamentos mais saudáveis serão aqueles que recebem uma nutrição adequada.

As cinco “linguagens” estão nessa analogia de “dieta”, juntamente com outros comportamentos não mencionados por Chapman. Ou seja, para ter um relacionamento feliz, não deixe de dar, e também receber, todos os nutrientes que precisa!

 

Fonte: Revista Galileu

Imagens: Freepik, Freepik, Freepik

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