Natureza

Mudanças climáticas impactam muito além da natureza; o que devemos fazer?

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Quando as mudanças climáticas surgem nos assuntos, muitos pensam apenas na natureza. Certamente, o impacto é consideravelmente maior no meio ambiente. No entanto, ele não é o único que influencia.

O aumento dos gases de efeito estufa está causando grandes mudanças no clima global, afetando a vida na Terra, a natureza e as estruturas feitas pelo homem.

Esses impactos pioram por questões de problemas sociais e ambientais, como pobreza, moradias em áreas de risco, desmatamento e escassez de recursos naturais, além de interrupções na produção de alimentos, conflitos e epidemias.

Ainda, as mudanças climáticas estão ameaçando cada vez mais a economia, a segurança alimentar e hídrica, a biodiversidade, a saúde e o bem-estar das pessoas, inclusive em áreas rurais.

Um relatório recente da FAO revelou que a agricultura global perdeu cerca de US$ 3,8 trilhões devido a desastres nos últimos 30 anos, especialmente relacionados a eventos climáticos extremos.

No Brasil, a seca causou prejuízos de US$ 15,3 bilhões na agricultura entre 2022 e 2023, com a perspectiva de uma safra de soja reduzida para 2023/2024.

A agricultura familiar, responsável por culturas essenciais como feijão, milho e mandioca, enfrenta dificuldades sem o apoio adequado, ao contrário da produção de commodities.

Além disso, o calor e a seca extrema afetaram os rios amazônicos em 2023, deixando comunidades ribeirinhas sem alimentos, água potável ou serviços de saúde.

Isso prejudica a subsistência de pescadores e ribeirinhos. Afinal, a redução na quantidade de peixes ameaça a segurança alimentar e a sustentabilidade da pesca por muitos anos.

Via Freepik

Saúde humana

A seca extrema na Amazônia está causando problemas de saúde devido à falta de água limpa e pelos alimentos contaminados. Em outubro de 2023, houve um aumento significativo de 28% nos casos de doenças gastrointestinais em comparação com outubro de 2022.

Além disso, as queimadas na região estão causando grandes quantidades de fumaça, afetando a saúde das pessoas.

Em outubro e novembro de 2023, os níveis de poluição do ar foram até 10 vezes maiores do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), causando problemas respiratórios como falta de ar e irritação nos olhos.

No Amazonas, em janeiro deste ano, houve um aumento de 245% nos focos de calor em comparação com janeiro de 2023. O aquecimento global, combinado com o desmatamento, também está prejudicando a saúde de cerca de 210 mil trabalhadores ao ar livre nos estados do Mato Grosso e Pará.

Trabalhar em ambientes quentes pode levar à redução da produtividade, tensão térmica e insolação, mesmo entre pessoas jovens e saudáveis.

Além disso, outro estudo mostrou que áreas recentemente desmatadas têm uma temperatura média do ar mais alta. Isso resulta em mais de meia hora de trabalho perdido por dia devido ao calor excessivo.

Com o aumento das temperaturas globais, espera-se que mais tempo de trabalho seguro seja perdido e que mais pessoas sejam afetadas.

Economia está perdendo

Em 2023, o Brasil ocupou o quarto lugar na lista de países com maiores perdas econômicas devido a eventos climáticos.

Cerca de 93% dos municípios brasileiros enfrentaram situações de calamidade pública. São mais de US$ 5 bilhões em gastos nos últimos dez anos apenas com a reconstrução de habitações destruídas.

Devido ao tamanho vasto do país, é comum que eventos climáticos opostos, como seca e inundação, ocorram simultaneamente em diferentes regiões. No ano passado, o governo federal destinou US$ 1 bilhão para lidar com riscos geológicos e US$ 2 bilhões para riscos hidrológicos.

No entanto, esses valores são insuficientes para lidar com a quantidade de incidentes tanto em áreas urbanas quanto rurais. Na prática, ele precisa abranger aproximadamente 10 milhões de pessoas vivendo em áreas de risco no Brasil.

Para 2024, está previsto um aumento nos recursos disponíveis, dobrando o montante anterior. Ainda assim, pode não ser o suficiente, dependendo da extensão e da frequência dos problemas.

Por exemplo, em 2022, cerca de 708 mil pessoas foram afetadas por eventos climáticos extremos no Brasil. Com isso, resultou no maior número de deslocamentos internos desde 2008.

O evento representou aproximadamente 8% de todos os deslocamentos internos registrados em todo o mundo naquele ano, de acordo com o World Population Data Sheet de 2023.

Embora a maioria desses deslocamentos no Brasil tenha ocorrido em áreas propensas a deslizamentos de terra, comunidades em regiões remotas também começam a sentir os impactos dessas mudanças climáticas.

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Enfrentando as mudanças climáticas

Para enfrentar as mudanças climáticas, é necessário adotar abordagens integradas e diversas.

Em 2023, registramos recordes de temperatura global, com muitos eventos extremos ocorrendo em todo o mundo. Esses eventos causaram impactos sem precedentes, afetando tanto as pessoas quanto a biodiversidade.

Para minimizar danos humanos, perdas na natureza e prejuízos materiais, precisamos entender melhor como esses eventos afetam diferentes áreas e como elas interagem entre si, tornando certas populações e regiões mais vulneráveis.

Para lidar com essas complexidades, os planos de prevenção de desastres e adaptação às mudanças climáticas devem considerar de antemão essas comunidades vulneráveis e implementar medidas rápidas, integradas e abrangentes para gerenciar os riscos de forma mais eficaz.

Ações para proteger, gerenciar ou restaurar ecossistemas podem ajudar a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Contudo, é crucial que sejam imediatas, e coordenadas entre todos os setores da sociedade.

 

Fonte: Revista Galileu

Imagens: Freepik, Freepik

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